👑 Capítulo 6 👑

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Pov Bastian

Dizem que a vingança envenena a alma e corrompe tudo que existe de bom no seu coração, mas eu não tenho uma alma para ser envenenada.

Não mais.

Mais sabe o que não dizem? é que a vingança te dá um motivo para levantar todos os dias, te dá força para continuar lutando, a vingança me mantém de pé.
Sem ela eu estaria morto junto com o que resta de mim.

Eu sei o que você está pensando, mas eu não costumava ser assim.
Desde pequeno eu sempre tive todo o meu futuro planejado.
Eu sabia o que deveria fazer e o que devia ser, eu era uma marionete nas mãos do meu pai, argila nas suas mãos capazes e meu pai bem... Ele era um bastardo ditador, mas eu o admirava apesar de modo como ele me tratava. Não havia muitas coisas boas na minha vida enquanto eu crescia, a não ser por...

A não ser por Ela.
Ela era minha alma.

O motivo da minha felicidade era acompanhada de longos cabelos negros, lindos olhos de obsidiana e um humor negro adorável que sempre me fazia rir.

Por Ela eu era capaz de suportar qualquer coisa.
Por ela eu roubaria a lua
Por Ela eu andaria pelas chamas .
E sem Ela eu me tornei o que sou hoje.

Saindo dos meus devaneios eu olho a minha volta e vejo que não falta muito para escurecer. Andamos durante o dia inteiro e ainda falta dois dias de viagem.
-Bastian .- eu ignoro a voz extremamente irritante e continuo andando.
Ainda estou furioso pelo soco que ela me deu, eu salvo a vida da pequena peste e é assim que ela me agradece.

-Bastian! - eu me viro para saber o que ela quer, no entanto a encontro apoiada em uma árvore com uma mão, sua aparência não está muito boa.
Seu rosto está muito pálido por baixo de toda aquela sujeira, ela tem folhas no seu cabelo vermelho, que no momento,mais parece um ninho de ratos e seus olhos parecem desfocados.

- Eu preciso par...
Ela não termina o que ia dizer antes que seu corpo fique fraco e ela vai no chão. Eu corro para ela e coloco a minha mão em sua testa.
Ela está queimando em febre.
Meus olhos fazem uma rápida revisão no seu corpo e retiro o curativo que ela fez com o tecido do vestido e vejo que seu ombro está infeccionado.
Fazendo uma nova varredura percebo que seus pés estão esfolados por andar o dia inteiro pelo o terreno irregular descalço.
Mas que merda !
Se eu não estivesse tão concentrado em chegar em Aladon teria percebido que ela não vestia calçados.
Eu a pego no colo tomando cuidado para não movimentar seu ombro. Estamos muito longe do nosso destino, mas ela precisa de cuidados imediatos.

Eu sei de alguém que pode ajudar.
Alguém que provavelmente já sabe que eu estou chegando.
Alguém que eu não vejo à anos e que possivelmente me odeia.
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Parado em frente os degraus da enorme casa, eu tomo uma grande respiração ao subir o primeiro degrau e antes que eu possa reagir as grandes portas a minha frente se abrem e eu fico de frente a um rosto tão conhecido e diferente ao mesmo tempo

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Parado em frente os degraus da enorme casa, eu tomo uma grande respiração ao subir o primeiro degrau e antes que eu possa reagir as grandes portas a minha frente se abrem e eu fico de frente a um rosto tão conhecido e diferente ao mesmo tempo.
Meu coração acelera e meus joelhos fraquejam levemente antes de eu respirar fundo e me recompor.
Ela não mudou nada desde a última vez que à vi... No funeral.

Nossos olhos se encontram e ao invés de encontrar a expressão de ódio que eu esperava ela me olha com carinho e um enorme sorriso.
Eu devia saber, ela sempre foi muito boa para seu próprio bem.

- Vocês finalmente chegaram! Eu já estava começando a ficando preocupada.- Como eu imaginava, ela já sabia que estávamos a caminho.
- Lia, eu preciso da sua ajuda. - digo sinalizando para o corpo febril em meus braços
- Eu sei, faz muito tempo Bastian é bom revelo. - Seus olhos derivam para o pequeno corpo em meus braços e seus olhos se arregalam . - Venha sem mais delongas ela precisa de cuidados.

Sem mais palavras ela segura a porta aberta para mim e depois segue pelo hall de entrada sinalizando para que a siga, ela sobe as escadas a nossa frente e entramos em um corredor, abrindo a primeira porta a direita ela entra no quarto e eu a sigo diretamente para a cama com dossel depositando Alana nos lençóis macios e Lia fecha as cortinas de cetim do dossel.

Me afastando eu me viro para encarar um rosto que eu não vejo à 3 anos. Seus olhos cinzentos brilham com diversão, seus cabelos tão brancos feito a neve, que entra em contraste com sua pele negra, estão presos no alto da cabeça e um leve sorriso se insinua em seus lábios. Ela se aproxima e envolve fortemente em seus braços a minha volta, retribuo.
Ela ergue a cabeça e me olha nos olhos como se pudesse ver a pessoa que eu fui um dia.

- Senti sua falta, assim como sinto falta dela. Sinto que perdi vocês dois desde que ela...- me afasto e dou alguns passos para trás cortando-a no meio da frase.

-Eu não quero falar sobre isso Lia e ela precisa de uma curandeira .- Um olhar de entendimento passa em seus olhos e ela assente.

- Eu já mandei que chamassem uma, ela deve estar chegando a qualquer momento. Enquanto esperamos que tal um chá e você me contar um pouco mais sobre essa linda jovem e o que você tem feito nesses últimos anos.

Eu olho para Alana através da brecha das cortinas de ceda. Ela se parece como se estivesse atropelada por um carro e o carro te dado a ré logo em seguida.

- Não a muito o que dizer. - dou de ombros.
Ela coloca as mãos na cintura e levanta uma sobrancelha conhecedora para mim obviamente cética.

- Tem certeza que não há nada sobre ela que você queira me contar ? Nada mesmo ? - Antes que eu possa responder três pessoas entram no quarto como se o inferno tivesse pegando fogo. Eles param abruptamente e analisam a cena em volta.

Olho para Lucian que me olha tão chocado quanto eu ao seu lado vejo Ivan junto com uma pequena senhora que deve estar na casa do 50 anos, Devido ao pequeno chifre de Marfim saindo do centro da sua cabeça e a pequena maleta em sua mão creio que seja uma curandeira do povo elfo.

Então todos olhamos para Lia que está com uma expressão inocente, que sinceramente, não está enganando ninguém.
O primeiro a quebrar o silêncio tenso e chocado é a pequena senhora.

- Então querida, diga-me onde está doendo. - ela diz se aproximando da Lia com um pequeno sorriso e um olhar confuso já que a cuja se encontra muito obviamente saudável e sem ferimentos.

- Eu estou ótima Nora, não sou eu que necessita dos seus serviços. Sua paciente está deitada na cama.

- Ah claro, o que temos aqui. - a curandeira disse enquanto abria as cortinas do dossel sem a mínima cerimônia e foi como assistir um acidente de trem preste a acontecer, você sabe que vai dá merda, mas não tem uma porcaria de controle sobre isso.

Olhando novamente para Lucian que ainda estava em silêncio me encarando, desvio o olhar para seu braço que começou a emitir um leve brilho azul.
Seu olhar segue o meu e seus olhos se arregalam choque e horror estampado em sua expressão quando o entendimento brilha em seus olhos ele fita a cama horrorizado e como se estivesse em câmera lenta vejo ele se aproximar da cama.

Ele fica parado em silêncio, olhando em completa descrença para o corpo adormecido. Alana se move como se sentindo os olhares sobre si e eu posso ver o mesmo brilho na pele fina do seu braço esquerdo, aonde a tatuagem de acasalamento deve se forma.

Merda, eu não devia ter vindo.

A Rainha PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora