BrunaSaio com Ever em seu carro maravilhoso (será que todo mundo daqui tem carrão?). Paramos em frente à uma loja de coisas místicas, entramos na loja e o sino da porta bate, chamando a atenção de um rapaz que deve ter uns vinte e tantos anos, loiro, olhos da cor dos meus e dreadlocks.
— Ever, estava morrendo de saudades! - diz ele abraçando Ever, assim como Sabine mais cedo ele não notou minha presença, já havia reparado que com Ever por perto ninguém nunca reparava em, e porque reparariam?
— Também tive saudades.
— Então, como foi? Encontrou a semideusa?
— Sim, Jude essa é Bruna D'Ávila Marques, filha de Poseidon. - me apresenta Ever. - Bruna esse é Jude. - apresenta Ever.
— Prazer em conhecê-lo. - digo estendendo a mão.
— O prazer é todo meu, você fala nosso idioma muito bem.
— Obrigado.
— Bom, viemos aqui por outra coisa também. Não vou poder continuar trabalhando aqui, e Bruna precisa de um emprego. - diz Ever.
— Tem experiência? - ele me pergunta.
— Não. -
— Algum curso qualificativo? - pergunta ele.
— Bom, já fiz um curso de inglês.
— O que você sabe fazer?
— Eu sou boa em organizar e tenho facilidade para aprender.
— Ótimo, você é minha nova balconista. - ele sorri brilhantemente, não tão brilhantemente quanto para Ever.
— Quando começo?
— Amanhã às sete. - diz ele. - Bem Vinda à Laguna Beach. - e me abraça.
Após isso Ever comenta alguma coisa com ele sobre como Roman é um idiota – sério, eles tem que me contar o porquê disso – e vamos embora. Passamos o resto da manhã e a tarde em casa. Damen foi lá durante a tarde e fui para o quarto, chega de segurar vela.
Estava lá morrendo de tédio quando ouço um barulho e vou ver o que é. Chego na varanda do quarto e vejo Roman escalando a varanda, era só o que me faltava.
— O que você está fazendo? Endoidou de vez? - pergunto apesar de já saber que ele é retardado.
— Respondendo as suas perguntas, sim eu sou louco mas por você. - ele diz já na varanda olhando fundo em meus olhos, um hábito dele que não sei se acho incrível ou incrivelmente irritante - E eu vim salvar você do tédio. - ele diz e não posso evitar de sorrir.
— Aé? E o que pretende fazer? Ficar me cantando? - pergunto.
— Também, mas não aqui, vamos dar um passeio. - diz ele com aquele sorriso irresistível que não me afeta, finjo(só finjo, não me derreti nem um pouquinho A-hã) que seu sorriso me derrete e seu sorriso se alarga.
— Vou avisar Ever. - digo me virando mas ele segura minha cintura deixando um rastro gelado onde suas mãos estão.
— Vamos apenas dar um passeio, Ever nem sequer dará sua falta. - diz ele, concordo e ele me ajuda a sair pela treliça da varanda.
Saindo da casa de Ever tem uma MTT Turbine Superbike Y2K preta. Uma vez eu pedi uma dessas ao meu pai, ele disse que me daria uma quando eu tirasse minha carteira, promessas vazias. Roman senta na moto e eu sento atrás dele.
— Segure firme, eu não gosto de ir devagar. - sinto o tom de duplo sentido e ignoro.
Coloco o capacete e ponho meus braços em volta de seu tronco. Posso sentir seu abdômen definido por baixo de sua camisa, ignoro. Ele acelera à uma velocidade que qualquer um teria medo, tudo à minha volta se tornam borrões e só posso sentir Roman e o vento no meu rosto, gosto da sensação, sempre gostei de andar de moto, você se sente livre, leve e solto, é uma sensação maravilhosa. Andamos à essa velocidade para o que para mim pareceu poucos minutos, então a moto desacelerou até parar.
Descemos em um estacionamento lotado de motos, e vários motoqueiros também. Todos vestidos com coletes com brasões de diferentes motoclubes.
— Poxa, eu vim descaracterizada. - digo.
— Não tem problema. - ele diz e estala os dedos. - Pronto agora está à caráter. - ele diz.
— Olho para mim e meu short florido com blusa branca foi substituído por uma calça jeans rasgada, blusa do Guns'n Roses e jaqueta de couro, minha sapatilha também foi substituída por coturnos. Olho para Roman boquiaberta.
— Acertei na escolha? - pergunta ele.
— Sim, você não imagina como. - digo.
— Você já foi em um show do Guns'n Roses? - me pergunta Roman, e percebo que ele também usa uma camisa da banda.
— Não. - digo.
— Pois então vai hoje. - ele me puxa para o meio da multidão. - VIP. - diz ele à um segurança e vamos para o camarote.
O show começou logo que chegamos. Roman e eu gritamos pakas. Depois de quatro músicas Roman me ofereceu vodka mas dispensei, então ele pediu uma coca. Quando já eram umas 18h Roman e eu estávamos agarrados um no outro gritando, é incrível a conexão que você cria com alguém ao passar horas berrando cercado de estranhos. Quando Roman chamou para ir embora fiquei triste, queria ficar mas não reclamei.
Chegando na casa de Ever ele veio se despedir e me deu um selinho, simples assim. Senti minhas bochechas esquentarem e meu sangue ferver. Dei uma bofetada na cara dele, achava que estava nos tornando amigos mas o lado Dona Galinha dele tem que falar mais alto não é mesmo?
Não vou entrar em detalhes sobre eu ter gostado, ele é um canalha e ponto.
— Não chegue perto de mim nunca mais imbecil.
— Me desculpe é que eu pensei...
— Pensou errado. Agora some daqui.
— Por favor, me dê outra chance de ser seu amigo. - Ele tem o olhar um pouco perdido/frustrado mas… ah foda-se.
— Não. Você já teve sua chance. - digo, mas não posso deixar de me perguntar porque estou fazendo esse show se eu gostei, eu gostei da atitude dele, me sinto bem com ele talvez uma amizade colorida não fosse nada de mais.
— Por favor, não posso viver sem você. - diz ele, lágrimas escorrem de seus olhos que passam de intensos para tristes, ele cai aos meus pés. Desvio o olhar dele mas não posso sair, eu sei o que é perder o que você mais ama, não posso evitar de me sentir culpada pelo sofrimento dele, apesar de achar que seja apenas drama.
— Se levante - digo séria e ele se levanta de cabeça baixa. - Continuamos sendo amigos desde que você esqueça o que aconteceu hoje e não fique chorando na minha frente. - sorrio e ele sorri também. Ele seca suas lágrimas e vem para me abraçar mas para no meio do caminho. Então eu o abraço e nos despedimos.
— Espero sair de novo com você.
— Amanhã depois do seu trabalho então. - iria perguntar como ele sabe do meu trabalho mas ele já subiu na moto e foi embora.
Escalo a treliça, troco de roupa e Ever chega logo depois. Ela não parece ter dado a minha falta, ela me chama para esperarmos Sabine na sala e vou com ela. Poucos minutos depois, Sabine chega e conversamos um pouco, ela parece menos antipática comigo hoje, no jantar ela deu bronca na Ever por ela não comer direito. Acabamos conversando até tarde sobre livros e etc, gostamos muito de ler então não faltou assunto. Sabine daria uma ótima mãe, deu até um pouco de inveja da Ever.
Roman
Eu não faço ideia de como me sentir com tudo isso, eu levo a gata para sair daí quando dou um selinho, um mísero selinho nela só falta a garota me matar. Mas tenho que seguir com meu plano então faço um showsinho pedindo desculpas mas aí eu penso que tô finjindo depois penso estar sendo sincero.
Aí agora não sei se ela só está de cú doce ou não quer nada comigo mesmo. Porque justamente a pessoa cujo os pensamentos quero saber, é exatamente a que eu não consigo ver seus pensamentos? E porque me importo tanto? São tantas perguntas e não consigo tirá-la da minha cabeça.
Não sei o que sinto porém sei que realmente não posso ficar sem ela.Deus o que está acontecendo comigo? Nunca me importei com ninguém. Ela é só meu mais novo brinquedo.
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A Herdeira Da Coroa De Atlantis
FanfictionBruna é uma garota de 15 anos, que já sofreu muito na vida. Sua irmã morreu quando ela tinha 6 anos, e sua mãe à abandonou logo em seguida. 10 anos depois do ocorrido ela vive com o pai em um apartamento confortável no litoral brasileiro quando uma...