Capítulo 7

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    O pequeno grande detalhe de não saber se chorava ou se ficava forte era o que muitas vezes me definiu depois da morte da minha mãe.   Perceber que a vida não será sempre justa...  como é difícil se manter em pé com a gravidade te puxando para o chão e que você está totalmente sem equilíbrio.
     Respirar novos ares, conhecer novas pessoas e aprender a seguir em frente, foi uma das coisas mais difíceis que tentei fazer nesses meses que fiquei com tia Jane em Portland.    Mesmo sabendo que a dor da perda sempre estará comigo, teria que descobrir como conviver com ela  pois a saudade da minha mãe estará sempre presente em cada momento da minha vida.

     Após cinco meses os preparativos do casamento da tia Jane estava quase todo planejado com ajuda minha e de Lucy, a cerimônia programada no rancho da família, a decoração, o bufê,  músicos e até as roupas das madrinhas;  o que me surpreendeu foi o vestido que foi desenhado por Ellen, só faltava a última prova.

    - Então meninas... prontas para ver os vestidos?  - perguntou tia Jane entrando na sala, onde estávamos assistindo um filme.
    - Sim... - respondemos juntas.

    - Que bom, porque vamos depois no ateliê. Edith ligou ontem marcando o horário.
    - Dinda, você sabe se o nosso está pronto também.

    - Lógico! Sei que daqui a pouco vocês irão para casa, então mandei dar prioridade para os seus vestidos, mas acho que o da Lia, Beka e Karen também.

    - Vai colocar a mãe da Beka como madrinha.
    - Sim...  ela  além de ser minha cunhada é minha amiga, crescemos juntas.

    Chegamos ao ateliê e já fui perguntando pelo meu vestido, estava ansiosa para ver como ficou.

    Meu vestido era curto em renda guipir em tom nude, bordado em pedrarias e strass, decote redondo com alças largas que deixava o modelo mais confortável.  Eu adorei... era lindo e simplesmente perfeito para mim.
     O de Lucy.. era um vestido curto azul areado de frente única e decote em x, com pedrarias e justo na parte de cima, em baixo uma godê e tule com bordados árabe.

     Depois de ver todos os vestidos saímos para passear pela cidade.

    - Garotas vamos parar aqui porque estou morrendo de fome... ei não me olhem assim, vocês estavam comendo quando estavam vendo o filme eu não. - disse tia Jane se fingindo de brava e fazendo biquinho, aquilo foi o limite e começamos a gargalhar enquanto ela nos deixava para trás e entrava para dentro da lanchonete.

    Nos sentamos e logo veio uma simpática garçonete anotar nossos pedidos.

    - Vocês poderiam ficar né meninas? Ainda tem muita coisa para escolher para o casamento. - foi bom o tempo que passei aqui na casa de tia Jane mas, meu peito vibra de felicidade ao lembrar que vou rever e matar a saudade de todos.

    - Acho melhor não tia, papai já ligou avisando que teremos que ir amanhã e também alguma coisa sobre uma reunião de família, o que é estranho... depois de todos esses meses e ele quer uma reunião de família.  - disse Lucy. Sei que ela também está com saudades de casa e quanto foi difícil esses meses, embora ela esteja direto no celular com Âmber e nossa avó Nádia, ela se fechou totalmente para mim.

    - Deixa disso... sei que vocês estão com saudades de todos... - diz tia Jane relaxada.
    - Sinto muito Dinda... - digo não sabendo como dizer o que estava na cara.

    - Não devia. Sei que sentem falta de casa, de suas camas, suas coisas e principalmente das pessoas. Mas vamos falar de outras coisas. - disse ela dando por encerrado o assunto.  Começamos a falar da sua lua de mel, que seria no Caribe e não era a primeira vez que eles estariam lá pois foi onde se conheceram.

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora