Chegamos na cidade ao anoitecer, o que facilitou a nossa movimentação pela mesma. Os termômetros que ficavam no meio da rua, e não estavam totalmente quebrados, marcavam 22ºC e nós estávamos começando a sentir frio.
O local estava um caos total. A maioria dos prédios tinham alguns de seus andares pegando fogo, carros estavam virados no meio da rua, alguns deles estavam explodidos, e as pessoas que estavam no meio da rua, ainda vivas, estavam à beira da morte. O shopping que nós estávamos indo estava cercado por carros da polícia, que estavam no mesmo estado dos outros carros da rua, e os policiais que estavam dentro ou perto dos carros estavam mortos.
Passamos pelos carros e finalmente chegamos no shopping. As portas dele estavam completamente estilhaçadas, e as grades do estacionamento externo estavam tombando. Ao chegar no shopping nós achávamos que iríamos ver um massacre na porta de entrada e nos corredores, mas não foi o que presenciamos. A entrada estava completamente limpa assim como os corredores, do contrário das lojas. Provavelmente os policiais isolaram as pessoas nas lojas na hora do ataque, por isso os corredores estavam limpos.
Resolvemos ir procurar uma loja de equipamentos primeiro e depois ir para a praça de alimentação, onde nós iríamos passar à noite. Procuramos por um bom tempo e terminamos achando uma loja de construção.
Tudo estava revirado, haviam corpos e sangue por todo o lugar, assim como o cheiro de morte, que tinha impregnado na sala.
Lá nós pegamos cordas, uma machadinha, uma pá pequena, um facão e um par de rádios. Nós, também, substituímos nossas mochilas por outras maiores e pegamos cintos que passavam pela cintura e abdômen, e possuíam espaço para botar os cartuchos de balas e as armas. Antes de sairmos da loja uma dúvida veio a mente de Bianca:
-Os alarmes da saída não estão ativados? -Ela perguntou receosa.
-Provavelmente não, o painel de energia do shopping parece ter sido desligado alguma hora. -Falei com segurança.
Mas eu falei muito cedo. Antes de passarmos pelos alarmes alguém ligou as luzes da loja.
-Merda. -Falei baixo. -Esconda-se. -Falei dando passos para longe da entrada.
-Onde? -Ela perguntou para mim.
-Vai para atrás do balcão, eu vou ficar perto.
-Certo. -Ela falou indo para debaixo do balcão.
Me escondi entre as bolsas e esperei até que as pessoas que ascenderam a luz fossem para o balcão para que eu pudesse atirar.
-Fique preparada para quando eles chegarem aí. -Falei para ela pelo rádio.
-Certo. -Ela responde meio nervosa.
Três homens chegaram dentro da loja em fila. Os das pontas estavam com fuzis e roupas pretas, já o do meio estava, aparentemente, desarmado e com uma capa e calça marrons. Resolvi mirar em um dos caras da ponta, e depois que o matasse iria atirar no outro.
-Tem três caras indo para a sua direção, quando eles chegarem aí espere o primeiro tiro e enfie o facão no que está de calça marrom. -Falei baixo no rádio.
-Entendido. -Ela respondeu no mesmo tom, e um pouco mais calma.
Quando os três chegaram no balcão eu mirei na cabeça do da esquerda, prendi a respiração e atirei. Acertei. Logo depois fui atirar no outro, mas quando olhei para frente o cara da capa estava com um lança granadas e uma pistola mirando em mim, enquanto o outro estava com Bianca de refém.
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A Queda
General FictionQuando um atentado terrorista com princípios anárquicos instaura o caos no Brasil, causando a destruição de cidades, perseguição e morte de diversas crianças e adultos e a impossibilidade de uma vida tranquila para as pessoas que não participavam do...