— Quer saber se ficar comigo é do jeito que você falou? — Aproximou o rosto do meu, rindo de um jeito debochado.
— Naaaaaão! De jeito nenhum! Repreendido! — Empurrei ele, gritando.
— Tanto faz. — Ele olhou pra minha cara. — Ei, na boa, você DEVIA olhar pra sua cara!
E começou a rir como um abestado. E eu já imaginava o motivo. Eu estava um belo tomate. E nem precisava olhar em um espelho, meu rosto estava ar-den-do. Lindo isso. Maravilhoso.
— Tá bom, tá bom. Agora, se o senhor pudesse parar de me irritar e me deixar ir embora, ficaria agradecida. — Dei um sorrisinho falso e um tchauzinho pra ele enquanto andava.
— Eu vou contigo, minha casa é por aí. — Disse enquanto se juntava a mim na caminhada.
— Ah, essa informação mudou minha vida. Legal, cara.
Ele rolou os olhos.
— Você é chata demais.
— Eu lá tenho motivos pra ser boazinha contigo?
Passou um tempinho e eu não queria mais andar do lado dele. Ele é um saco e não para de falar!
Procurei algo pra sair daquela situação um tanto incômoda. Olhei em volta e... Opa!
— Assim, sabe, tá calor e... Eu fiquei com vontade de tomar sorvete, então — Apontei com as duas mãos pra sorveteria — tô indo, okay? Tchauzinho!
— Faz o que você quiser. — E foi embora.
— Isso foi mais fácil do que eu imaginei. — E entrei no local.
Escolhi sorvete de morango, não é o meu preferido, mas fiquei com vontade de tomar dessa vez.
Quando terminei, me levantei e fui pagar. E...
Meu coração congelou.
Meu dinheiro não tava no meu bolso.
— Eu não acredito que esqueci minha carteira encima da mesa... — Sussurrei.
— Senhorita? O dinheiro, por favor.
— Ah, sim. Só vou fazer uma ligação. Rapidinho.
Me sentei numa mesinha que tinha a janela virada pra rua.
— Meu Deus, pra quem eu vou ligar? Meus pais não vir aqui me dar dinheiro. — Passei os contatos no celular — Halley tá mais lisa que eu. O resto do meu bando é tudo mão de vaca.
É, me lasquei. Vou pedir uma touquinha pra lavar os equipamentos como pagamento.
Eu ia levantando e noto um rosto na janela.
— Ei. — A pessoa falou.
— Ai meu Deus, socorro! — Me assustei.
— Sou eu, coisa. — Oliver saiu da janela e entrou no estabelecimento. — E aí? Por que que você ainda tá aqui?
— Porque eu sou uma pessoa livre e com direitos, então eu posso vir aqui quando eu quiser e ficar o tempo que eu quiser. Simples. — Cruzei os braços.
— Você não tem dinheiro, né?
Silêncio...
— Não. — Fiz um biquinho em sinal de frustração. — Eu esqueci em casa.
— Ai, sua cabeça de vento. Espera aí. — Se levantou.
— Hum?
Um tempo depois ele voltou.
— Ei cabeção. Vamos embora.
— Ei! Mas eu não paguei! — Falei, já com cara de choro.
A gente saiu da sorveteria e era umas 17:30.
— Eu paguei, idiota! Da próxima vez, vê se não esquece a droga do dinheiro.
— Tá bom, tá bom... Ah! Agora me diz, por que que você voltou? Pensei que já tinha ido embora.
— Eu sou uma pessoa livre e com direit...
— Ei! Não rouba meu discursinho!
— Blá, blá, blá. De qualquer forma, eu não recebo nem um obrigado, bebê? — Ele aproximou bem o rosto do meu.
Não fica vermelha, não fica!
— Nananinanão, meu querido. Você só tá pagando pelo o que você fez comigo.
— Só porque eu fui prestativo e ajudei meu amigo?
— E também pelo meu amado bolo de chocolate. Saudades. — Fingi que estava chorando. — Ah, e o Austin é mesmo teu amigo?
— É. Mais ou menos. Colega, eu acho.
— E foi ele que pediu pra você ir atrapalhar? — Eu olhei pro lado. Provavelmente eu já estava com uma cara de choro.
— Foi. Quando ele me ligou eu não acreditei muito no que ele tava dizendo, sabe? Eu não achei tão legal o que ele tava querendo que eu fizesse, mas...
— Mesmo assim fez. — Suspirei.
— É, desculpa. Mas eu fui um bom ator, eu acho. Acho que teatro deve servir pra mim. — Ele tava com um sonhador.
— Hum. — Olhei direito onde a gente tava. — Bom, minha casa é por aqui. Tchau, Oliver.
— Ah, tchau Molly. Até amanhã.
— Até.
[...]
— Mol, você vai fazer aula de teatro? — Dean perguntou.
— Não sei. Eu nunca fui uma boa atriz.
— Ah, mas deve ser legal, não é? — Lily perguntou.
— Sim, e além disso, me disseram que vale pontos em qualquer matéria. — Todo mundo olhou pra Halley — O quê?
— Opa, gostei! Vou entrar! — Lily falou.
— Se vocês forem, eu vou também. — Falei e eles disseram que iriam. — Pois tudo bem então. Eu vou buscar as fichas de inscrição.
Levantei da mesa e fui na direção da sala de teatro. Chegando lá, falei com o professor e ele me deu os papéis.
O que eu só fui notar, depois de um tempo, foi um Oliver sorridente enquanto olhava a sala de teatro. Por algum motivo, parecia realmente gostar daquilo.
Fofo.
Espera. Quê?
Continua...
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Molly & Oliver
Teen FictionMolly é uma garota estranha que gosta do vizinho, Austin. Oliver é um garoto que viu a menina pagar mico na frente do crush e por isso, fica tirando sarro dela na escola. Mas será que isso vai dar certo? Será que pode ter algo no meio dessa maré de...