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~ Magnus

“Eu também te amo, e vou estar te esperando. Eu juro.” Eu li a mensagem de Alec em meu celular, antes de suspirar e desligar ele. Fechei meus olhos e engoli o choro. O avião decolou e eu tentei dormir, mas não conseguia. Tudo que eu queria era voltar para Alec estava ficando cada vez mais longe. A cada segundo que passava eu estava mais e mais longe dele. Tudo estava doendo, meu corpo, meu coração, minha alma. Eu quero apenas voltar correndo para ele e dizer que eu nunca sairia de perto dele. Eu não vou deixar o que temos acabar. Sera muito tempo longe dele mas é necessário. Eu vou ama-lo para sempre, não tenho nenhuma dúvida disso. Eu apenas espero que ele me espere, que realmente me ame quando eu voltar. Porque eu vou voltar. 30 minutos de vôo e eu já estou sentindo falta dele como um drogado. Os sorrisos, os toques. Os olhares trocados em segredo. Os seus beijos. Havia descobrido como era beijar Alexander a pouco tempo e sei que já estou viciado. Não há nenhuma parte de mim que não o ame. Eu dormi, com lágrimas acumuladas nos olhos e quando acordei estava na Indonésia. Quando saí do avião e senti o ar tocar em meu rosto eu percebi. Eu não estava feliz em estar em casa. Eu sentia um peso em meus ombros, sentia uma parte de mim faltando. Sentia Alec faltando. Eu apenas queria voltar. Eu quero tanto voltar. Mas eu não posso ter um futuro com Alec se eu tiver na cadeia. E eu quero um futuro com ele. Alec é tudo pra mim, em dois anos ele se tornou todo que eu quero, tudo que eu preciso. Eu não quero entrar no táxi mas eu entro, não quero deixar Alec mas deixei. Eu receberia o meu pagamento automaticamente. Eu tive que ir embora. Não posso causar problemas para Alec, tudo que eu quero é que ele fique bem. Alec é meu tudo. Ele é algum tipo de paraíso, meu paraíso. Eu não precisava de mais nada além dele para ser feliz e agora, eu estou infeliz. Eu preciso dele perto de mim. Se tudo der certo, eu consigo ver um futuro para nós. Um futuro onde Alec viria para a Indonésia para conhecer os meus pais, um futuro onde nós teríamos filhos, onde nós vamos envelhecer um ao lado do outro. Peguei meu celular, já tinha dito a minha família o que aconteceu e eles estavam me esperando. Suspirei e enviei uma mensagem a Alec. Sempre Alec. “Hey, amor. Eu cheguei na Indonésia... eu já sinto a sua falta.” Recebi outra de Alec após um tempo e sorri “Eu também sinto a sua falta,  demais, Mags. estou que você ao menos vai estar com todas as pessoas que você ama.” Eu suspirei, lendo a mensagem por longos e longos segundos e então enviei “ Não todos que eu amo.” e ele não enviou mais nada. Nós dois sabíamos o porquê.

Cheguei em casa. Os meus pais estavam sentados na cozinha. Catarina e Ragnor também.

— Magnus! — Catarina gritou. Pulando em mim e me abraçando. Aquele abraço era tudo que eu estava precisando. — Eu sinto muito...

— Eu também — Falei, controlando as lágrimas. Ragnor também veio até mim, me abraçando com um sorriso triste.

— Vocês dois vão ficar bem — Ele disse. Eu balancei a cabeça afirmando.

— Ah filho... — Minha mãe disse. Ela e meu pai me abraçaram ao mesmo tempo. O esforço para controlar as lágrimas doeu fisicamente.

Eu odeio o que está acontecendo. Se os pais de Alec ao menos soubessem o jeito que meu coração acelerava toda vez que eu via o filho deles, se eles soubessem o futuro que eu queria com ele. Se eles ao menos pudessem ver o jeito que o sorriso de Alec brilhava quando a gente se olhava. Se eles ao menos a o quanto eu podia fazer ele feliz, o quanto ele podia me fazer feliz. Eu queria que eles ao menos pudessem ver. Se eles pudessem ver, eu ainda estaria com Alec. Eu ainda poderia estar vendo o sorriso dele, ainda poderia ver os olhos deles, ainda poderia ouvir a voz dele e lhe dizer que eu o amava.

— Eu... preciso ir tomar um banho e ir dormir... tudo bem? — Falei para minha família. Minha mãe sorriu triste.

— Claro, filho. Vá, se precisar de qualquer coisa... nós quatro estamos aqui por você. — Ela disse.

Eu preciso de Alec...

— Obrigado. — Digo por fim. Meu pai me ajudou a levar as malas e saiu do quarto. Me deixando sozinho. Eu não fui tomar banho, eu não fui dormir. Eu deitei na cama e chorei.

Chorei como nunca tinha feito antes, chorei como se eu não tivesse mais nada. Mas é como me sinto. Me sinto vazio, incompleto. Me sinto como se tivesse perdido tudo. Tudo que eu amava. Eu não preciso de nada de que eu tenho, não preciso de dinheiro, não preciso de emprego, de um bom status. Eu só preciso de Alec. E como se ele pudesse ler a minha mente, eu ouço meu telefone tocar. Eu sorri triste, ainda chorando e peguei o celular.

— Oi anjo — Falei quando atendi. Ouvi ele suspirar baixinho e fechei os olhos. Sentindo um pouco de alívio. — Você está bem?

— Não... — Ele disse, ainda baixo. Parecia segurar o choro. Fechei os olhos com força, eu também estava segurando o choro. — Eu já sinto a sua falta.

— Eu também sinto a sua, anjo. — Falei. — Porque você está falando tão baixo?

— Meus irmãos estão no meu quarto, dormindo. Eu saí para a sacada pra falar com você. Eu precisava ouvir a sua voz. Precisava ter certeza de que vamos ficar bem. — Ele disse baixinho. Lágrimas caiam de meus olhos e eu queria estar perto dele. Queria poder ter Alec em meus braços e lhe dizer que tudo estava bem. Que tudo iria ficar bem. Queria lhe dizer o quanto eu amava ele, que eu nunca, nunca iria o abandonar.

— Nós vamos ficar bem. — Falei. — Se você quiser que nós fiquemos.

— É claro que eu quero. Eu te amo tanto... — Ele disser e eu soube que ele estava chorando.

— Anjo, me escute. Eu também te amo, por favor lembre disso. Eu não sei porque nós sofremos tanto mas... se nós somos fortes o suficiente pra sentirmos tudo isso, nós somos fortes o suficiente pra sobreviver a isso. — Eu falei, tentando ao máximo mostrar a ele que eu o amava e que tudo ficaria bem. — Eu. Te. Amo. Te amo mais que tudo. Nós dois vamos ficar bem, eu vou voltar pra você e você vai estar esperando por mim. Nós vamos criar um futuro juntos, vamos envelhecer juntos, vamos ter filhos. Alec... eu nunca conseguiria te deixar, nunca conseguiria deixar de te amar. Eu amo você mais do que amo a mim mesmo, eu te amo mais do que tudo.

Eu estava chorando. Alec estava chorando. Nós estávamos uma bagunça.

— Eu também te amo. Eu vou estar te esperando. Nós... nós vamos ter tudo isso. Eu acredito. Acredito em nós. Somos invencíveis, certo? Vamos passar por isso. Nós chegamos aqui e vamos continuar. Todos os dias eu vou te enviar uma mensagem, todos os dias nós vamos conversar e todos os dias eu vou te amar. Todos os dias até o final, até quando o meu coração não bater mais. — Alec disse, soluçando. — Eu te amo, muito. Vamos ficar bem, vamos conseguir.

Eu sorri pequeno. Essas palavras foram tudo que eu precisava para ter certeza. De que iriamos ficar bem. Eu e ele somos, de fato, invencíveis.

— Você jura? — Perguntei sorrindo. Ele sabia o significado dessa palavra e para nós ela significava algo a mais. Era uma forma diferente de dizermos que tudo ficaria bem, que nos amávamos, que não importa o que acontecesse, iríamos passar por isso.

— Eu juro. — Ele disse e eu podia ouvir o seu sorriso. — Você jura?

— Eu juro.


***

Sim, eu chorei escrevendo isso.

This Love (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora