Prólogo

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15 de março de 1969.

455. 456. 457.

O guarda levava a menina pelos corredores da instituição, as paredes eram de um azul doentio, tudo naquele lugar parecia ser doentio, e de algum jeito, levar à morte.

O homem mantinha as mãos da jovem presas atrás das costas, como se de algum jeito ela pudesse escapar, o que era impossível, devida tamanha magreza e palidez que ela apresentava.

458. 459. 460

Ele parou subitamente, abriu a porta que não possuía qualquer fechadura, eles estavam em uma parte quase inutilizada da instituição, o chão acumulava uma poeira cinzenta; a sala era escura, com goteiras por toda parte, ela presumiu que estivesse chovendo, ou fosse apenas um problema de encanação mesmo, tentou lembrar-se da última vez que viu a luz do sol, seria na sua infância? Ela não se recordava. O homem empurrou bruscamente a garota para dentro da sala, ligou o interruptor, uma luz amarelada e fraca iluminou o ambiente, e ele bateu a porta.

Dentro do quarto mal iluminado estavam Angeline e Brandon, os Executores. No meio da sala havia uma grande cadeira de ferro, com fivelas na altura dos pulsos e tornozelos, fios de eletricidade desencapados saiam de dento da cadeira. O guarda a empurrou, até ela ficar frente a frente com o móvel.

"Uma cadeira elétrica" ela pensou.

Angeline, uma mulher alta, loura, e tão fria quanto o inverno no Alaska, tomou a palavra:

- Diga-me Madeline, como é estar cara a cara com a morte?- O barulho dos saltos dela contra o assoalho de madeira eram o único barulho presente no local.

A menina de nome Madeline nada disse.

Angeline que estava atrás da grande cadeira, deu alguns passos até estar cara a cara com a outra, e sussurrou-lhe no ouvido de modo venenoso.

- Será que suas visões puderam prever isso?

Madeline continuou muda, como um cordeiro que vai para o abate.

Angeline olhou-a de cima a baixo. E continuou seu monólogo:

- Quero que você morra sabendo de uma coisa Madeline, ninguém nunca está um passo à frente de Nós. Você não pode burlar o sistema, ninguém pode.

Brandon que até agora se mantivera calado, impassível, deu sua sentença.

- Madeline Francis Wood, por traição ao Estado e tentativa de fuga, você foi condenada à execução.

- Pode ficar calma, seremos breves. - Angeline lhe ofereceu uma piscadela e acenou com a cabeça para o guarda.

O Homem empurrou a menina para que se sentasse a cadeira, ela não ofereceu nenhuma resistência. Ataram-lhe as mãos e os tornozelos. E ali, em questão de alguns segundos, antes de ligarem a grande máquina à luz, e o medo de modo repentino revirar-lhe o estômago, ela teve uma confirmação. Suas pupilas dilataram e naqueles poucos segundos restantes de vida ela Viu. Viu tudo novamente. Angeline nunca esteve tão errada, aquele seria sim o fim de uma vida, mas seria também o começo de muitas outras. Madeline fechou os olhos, uma lágrima solitária verteu. A grande maquina foi ligada à luz. Tinha começado. A grande profecia. Era o princípio do fim.


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