Uma faca na cintura. 3 batidas firmes na porta. O suor descendo pela garganta de Luna Landon. Mais 3 batidas na porta, dessa vez mais urgentes. O corpo da garota tremia em pânico. Ela sabia ao que vinha o visitante, sabia todas as cores de sua roupa, o formato da máscara que usava para encobrir suas feições, até mesmo sua altura em relação a porta; havia visto tudo, vira sua própria morte em suas visões. Do outro lado da porta o homem prepara o chute que arrombará a porta, ela sabe, mas nem tenta se mover, pois sabe também que cada tentativa de fuga será inútil, ela tentou mudar esse momento em suas visões, mas todas as possibilidades sempre terminavam do mesmo jeito: em sua fatídica morte.
A porta é arrombada com um estrondo forte, o homem mascarado entra no quarto, a garota nem se atreve a olha-lo no rosto, fixa os olhos em suas botas, botas de camurça, na cor castanho claro e de cano longo, com um pingente do número 14 pendurado, deitada na pequena cama de solteiro ela continua a encarar aquelas botas castanhas. O homem entra em silêncio, mal se pode ouvir o barulho de seu sapato contra o piso.
- Você tem direito a suas últimas palavras, Landon.- Anuncia o mascarado em um timbre forte.
"Pra quê ter direito a últimas palavras que ninguém mais poderá ouvir?" ela pensou, mas não foi o que disse, sua resposta foi um sonoro silêncio.
As lágrimas desciam copiosamente, e ela teve pavor da morte assim que o assassino retirou a faca da cintura.
- Como quiser.
A lâmina desceu gélida sobre o pescoço da garota, Luna sentiu-se engasgar com o próprio sangue e de repente havia só o vazio da escuridão, ela se sentiu afundando, caindo, sucumbindo cada vez mais. Até que seus olhos abriram, o grito de pavor estava no meio da garganta, quando ela reconheceu o teto do seu dormitório, uma onda de alívio repentina a envolveu, sua roupa estava ensopada de suor, seu corpo tremia em leves espasmos.
***
-Vamos garota!- Um dos guardas, segurava uma menina loira de cabelos lisos e a empurrava de modo bruto até o refeitório. Eram por volta de 9 da manhã.
O guarda, de nome Matt, a segurava como se a ação não lhe exigisse nenhum esforço e talvez de fato não exigisse mesmo. Ela estava com um os olhos cor de mel extremamente roxo e inchado, o lábio carnudo estava parcialmente deformado por cortes e um visível inchaço, seu corpo estava coberto por hematomas que denunciavam severa violência.
A garota resistia inutilmente aos puxões do guarda, mas as ordens eram que às 9 horas em ponto todos tomassem café e ninguém ali podia descumprir ordens.
O refeitório era um lugar amplo, bem iluminado, o piso era todo de mármore branco, gélido como o ar que circulava pelo local, as mesas de madeira eram gigantescas propícias para que coubessem todos os moradores da Instituição.
Claire, a menina que estava sedo arrastada pelo guarda, possuía um dos poderes mais raros, ela controlava um dos elementos, o fogo, e além de controla-lo podia também produzi-lo, como se o seu poder fosse uma extensão de si mesma. Entretanto, possuía um temperamento tão instável quanto suas chamas.
Matt empurrou-a até o banco de madeira, aonde uma bandeja com o café da manhã estava posta à mesa, ela se sentou à contragosto, a raiva borbulhando em seu íntimo, seu semblante disfarçando perfeitamente as dores que afligiam seu corpo. Ela só queria sair dali, voltar a ver sua família novamente, ver o sorriso cálido de sua mãe, o som da voz dela, que já estava sendo esquecido por sua memória, lembrar dela deu a garota uma enorme vontade de chorar, mas ela não demostraria fraqueza na frente deles, não na frente de nenhum deles.
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Prisão Sobrenatural
ФэнтезиSeis jovens poderosos e um único objetivo: fujir da Instituição. A Instituição é um órgão do governo que captura jovens e crianças com poderes sobrenaturais a fim de estuda-los e usa-los como potenciais armas secretas e soldados super-poderosos cont...