Capítulo 5:Tudo que está em jogo agora...

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Em alguma mansão em Hamel com Ercnard...

Abri os olhos de maneira sonolenta, minha visão ainda estava embaçada mas eu tinha de acordar afinal ainda tinha que arrumar algumas coisas naquela bagunça. Com muito esforço deixei a cama e a outra pessoa que estava dormindo lá também e fui ao banheiro jogar uma água no rosto, feito isso suspirei pesadamente e me olhei no espelho, precisava dar uma picotada no meu cabelo depois pois já estava ficando grande outra vez, baguncei o mesmo com minha mão direita e saí do banheiro, andei até a cozinha e fui fazer um café da manhã básico pra forrar o estômago e o da azulada que estava na cama ainda dormindo feito um anjinho, armei um prato simples com apenas o básico de um café da manhã pra duas pessoas e regressei ao quarto me deitando na cama com o prato no colo, ia começar a comer mas notei o volume debaixo das cobertas se mexer e logo uma azulada de cabelos bagunçados com um olho fechado e o outro entreaberto com uma expressão sonolenta.

—Bom...dia? —Ela perguntou.

—Sim é dia pode ficar tranquila. —Ironizei sorrindo e ofereci o café pra ela. —Quer?

—Preciso dos meus óculos primeiro. —Ela bocejou e me pôs uma mão a frente da boca para tapar a mesma. —Que horas são?

—Não sei, mas deve estar quase na hora da competição.

—Vamos assistir daqui? —Ela questionou enquanto levantava da cama e ia em direção ao banheiro.

—Sim, vamos, cuidado pra não... —Mal terminei a frase e ouvi o barulho de algo se estabacando no banheiro me fazendo suspirar de decepção. —Cair....

—Ercnaaard! —Ela falou semi morta do banheiro.

—Já vou já vou. —Falei tirando a bandeja do colo e pegando os óculos de Mari de uma das gavetas da escrivaninha ao lado da cama, me levantei e fui ao banheiro pra resolver o problema.

Minha rotina mudou bastante desde que Mari veio morar comigo, não pra ruim claro, muito pelo contrário, mas eu confesso que essa cena de ver ela caindo toda vez que vai ao banheiro sem óculos já virou até piada de tão comum. Desde que os “Chasers” se sub dividiram para poder tomar parte de suas obrigações ou até competir em outros tipos de torneios de surf pelo continente a minha equipe foi a primeira a se repartir quase que de vez, afinal Uno tinha outros planos e seguiu seu rumo, só me restou Mari para continuarmos por ai e com a passagem das heranças de minha parte desde a morte do meu irmão nossa condição financeira aumentou drasticamente, quando penso nisso me pergunto um pouco como estarão meus primos, Elesis e Elsword, não os vejo a anos, e mal conheci Elsword na verdade, mas Elesis deve estar bem mais madura que naquela época, não decidi participar dos Chasers no CAS deste ano justamente por meu objetivo ser assistir a progressão disso, não interferir, acho que pode ser interessante ver como todos vão se sair. Depois de ter ajudado Mari deixei a mesma se trocar e fazer suas higienes, voltei a cama, peguei o controle e liguei a TV de 4K do quarto pondo no canal de esportes onde estava acontecendo o maior entretenimento do meu dia.

—Mari! Venha ver! Eles já estão no mar!

—Estou indo! —Ela gritou do banheiro.

—Vamos ver como você vai se sair Elesis... —Disse a mim mesmo de forma analítica e olhando fixamente pra tv —E você também, claro...Elsword....

De volta a Elsword...

—E lá vai mais um sete para os Bladers of Waves! —Ouvi Rose anunciar o resultado e olhei para meus amigos na praia onde todos me incentivavam a continuar e a melhorar.

Eu estava meio ofegante pelo fluxo repentino de ondas que tive que pegar para garantir uma nota boa mas finalmente as coisas estavam começando a melhorar, a praia realmente estava cheia então o mar estava mais complicadinho pra conseguir fazer algo sozinho embora eu estivesse conseguindo me virar com o que havia pego até então, de acordo com a explicação das regras o sistema de pontuação era um resultado das três notas dos juízes e como eram quatro baterias de ondas a pontuação média era algo em torno dos quarenta pontos, eles estavam realmente dispostos a cortar custos com cabeças esse ano, com uma pontuação de classificação alta dessas de acordo com Camila poucas equipes ficariam de pé até o fim dessa eliminatória e seria com essas poucas equipes que o verdadeiro CAS aconteceria. Resolvi tentar tirar essa pressão da cabeça e me concentrar em surfar, tenho certeza que Elesis também deve estar dando seu melhor então preciso manter nossa aposta válida até então. Deitei na prancha outra vez e voltei a nadar mais a fundo para buscar alguma onda já que meu fôlego estava devidamente recuperado, logo ela veio e eu consegui pega-la no último momento, fiquei de pé na prancha e consegui quebrar a onda com algumas manobras simples, até o momento não estava pensando em pegar algo grandioso até que olhei mais para frente e fiquei espantado ao ver uma roxinha pegando distância de todos os competidores e indo bem fundo, eu conhecia aquela garota.

—Aisha?...

Comentei comigo mesmo e logo uma onda gigantesca se ergueu diante a garota fazendo meu coração saltar de preocupação, pensei em ir atrás dela no exato momento mas fiquei estático com o que aconteceu em seguida. A onda que vinha era como uma vala, Aisha com maestria domou a mesma ficando de pé em sua prancha e a medida que a onda ia caindo ela pegava mais impulso até que no momento do rompimento ela foi lançada ao ar com a prancha sob os pés, arregalei os olhos ao notar que ela simplesmente deu um giro duplo com a prancha no ar enquanto caia e aterrissou perfeitamente de pé e ainda dropou outra onda dando um trezentos e sessenta sobre a mesma e mandou um beijinho para o público. As pessoas ficaram eufóricas do outro lado, ela havia executado uma manobra especial e sua nota simplesmente foram trinta pontos garantidos. Eu não tinha certeza se ficava preocupado em ter uma adversária assim ou fascinado pela maneira que vi ela executar o feito, foi como um passe de mágica e ela fez o momento parecer hiper natural! Bati na minha cara algumas vezes e quase fui derrubado por uma mini onda por ter ficado tanto tempo parado no meio do mar, a competição tinha de continuar e apesar de ainda estar em choque não podia me deixar abalar. Mais ondas vieram, oportunidades maiores também, consegui estabilizar algumas pontuações para nós com alguns tubos que atravessei e valas que consegui quebrar para fazer mais manobras, no caminho acabei encontrando um ótimo tubo e peguei o mesmo do começo ao fim, encolhi um pouco o corpo e pus a mão direita sobre o fluxo de água enquanto atravessava em alta velocidade o evento, quando consegui ainda tive a sorte de uma outra pequena onda se formar e me aproveitando dela consegui ficar devidamente em uma boa posição e com isso o barulho alto da buzina encerrou a primeira bateria fazendo todos os surfistas da primeira leva voltarem pra beirada, eu estava morto de cansaço, cheguei a beirada completamente ofegante com a prancha apoiada no braço direito Camila, Raven e Chung logo vieram ao meu encontro e me aplaudiram.

—Você foi ótimo ruivo! —Elogiou Camila.

—É mandou bem cara. —Raven complementou enquanto fazíamos um toca-aqui.

—Valeu pessoal. —Disse meio ofegante mas sorrindo.

—Você conseguiu uma boa vantagem pra nós, já chegamos aos vinte e oito pontos! —Chung contabilizou animado.

—É um bom começo realmente, mas e agora quem vai? —Perguntei olhando pros dois e Camila apontou com o polegar pro Raven.

A Onda Dos Sonhos:Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora