Capítulo 2: O Acampamento.

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# HEITOR

No dia seguinte, começaram as preparações pro acampamento, e o inverno e o frio haviam chegado, eu estava arrumando minha mochila com tudo que eu acho que vou precisar: lanterna, o meu pijama, remédio antialérgico - Eu sou alérgico a acônito*, o que faz sentido já que sou um lobo -, pilha pra lanterna, agasalho, etc. Quando meu pai me chamou pro café da manhã, desci a escada muito rápido e tomei o café da manhã mais rápido ainda, eu estava muito ansioso. Eram 8:36 e o pessoal estava atrasado, resolvemos nos encontrar na padaria do pai do Samu que fica no centro da cidade, ele parecia ansioso também e pra passar o tempo resolvi puxar conversa:

- Samu, o que você acha que está fazendo os meninos demorarem tanto? Já era pra terem chegado.

- Também não sei Heitor, não tenho idéia do que está fazendo eles se atrasarem. - Ele suspirou pesadamente, parecia nervoso. - Só por curiosidade Heitor, eu sempre quis saber mas não tinha coragem de perguntar, como era a sua mãe?

Engoli em seco, falar da mamãe me trazia muitas lembranças tristes, mamãe morreu a muitos anos de uma doença grave, ela era a selena da alcatéia, a companheira do meu pai, era uma loba linda de olhos dourados e pelo marrom meio dourado, dá um aperto no coração só de pensar nisso.

- Minha mãe era uma mulher linda, loira de olhos verdes, ela era doce, meiga, gostava de ajudar todo mundo e sempre pensava nos outros antes. Eu sinto muita saudade.

- Pelo visto não é a toa que seu pai se apaixonou por ela.

- É realmente.

Depois enxuguei uma lágrima que decidiu cair solitária, nesse momento Fred e Luca apareceram na porta e depois um trailer parou na frente da casa, não consigo reconhecer de quem é, resolvo não ligar tanto assim e logo Fred se dirige até nós:

- E aí galera! Prontos pro melhor acampamento do século?

- Claro que sim, não é? Como íamos esquecer essa data tãoooo especial? Além do mais é inverno e vai começar a cair neve logo, logo. - Disse.

- É verdade, vamos logo, mau posso esperar, vai ser mesmo o melhor acampamento do século!. - Disse o Luca, muito entusiasmado.

- Ei agora eu fiquei curioso, de quem é aquele trailer ali na frente?

- É o trailer do meu pai. - Disse Fred. - Percebi anteontem que a gente esqueceu do transporte, então pedi pro meu pai levar a gente.

- Ótima idéia Fred, acho que ninguém se lembrou desse minúsculo detalhe.

- Ei! O que vocês estão esperando? Vamos logo! - Disse Samu enquanto corria pro trailer - Vão ou não vão?

- Vamos!! - Dissemos em uníssono. Depois pegamos nossas coisas e corremos em direção ao trailer, quando todos estavam dentro, o pai de Fred deu partida e seguimos viagem.

Quando chegamos ao local do acampamento a neve já começava a cair, lenta e fofinha, dançando ao sabor do vento. Começamos a montar as barracas e a determinar onde ficaria a fogueira. Depois de tudo arrumado, pegamos alguns troncos e galhos secos para a fogueira e depois acendemos.

Pra passar o tempo resolvemos inventar algumas brincadeiras. Resolvemos fazer uma competição de arte pra ver quem faria a melhor escultura com materiais da floresta, depois de coletar os materiais cada um fez a sua escultura. O Luca fez um... um... um bicho muito estranho que parece um monstro do mar todo tronxo com folhas secas ( a neve ainda não havia coberto o chão por isso ainda havia algumas que caíram no outono ) e galhos, a gente morreu de rir com esse. O Fred fez uma nave espacial com um galho grosso, galhinhos menores e folhas. Samu fez um urso com folhas secas, musgo pra grudar tudo e galhos. Quando mostrei o meu o pessoal começou a bater palmas e disse que não tinha chances de competir. O meu era a escultura de um lobo feita de folhas, galhos e um musgo que eu achei e usei pra colar as coisas. Lá na alcatéia nós aprendemos a usar as coisas da floresta ao nosso favor desde pequenos.

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