Capítulo 10: Espíritos das Trevas - Medo. Parte I

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# HEITOR

Caio de cara na grama mais uma vez no meio do meu treinamento. Meu pai me ajuda a levantar pela décima vez no mínimo. Estávamos treinando numa clareira perto de casa, a grama é toda verdinha e as árvores são bem frondosas.

- Acalme - se. Não está conseguindo lutar desse jeito.

- Desculpe, não é fácil bater num cara que já lutou em uma guerra de alcatéias sendo um lobo também. - Quando meu pai era da minha idade, a nossa alcatéia e a dos Lobos da Neve estavam em guerra. Ele lutou como o comandante da tropa que conseguiu a vitória. Me fala se o cara não é demais!!

- Sim. Mas precisa alcançar esse nível de luta caso necessite um dia. A Maria vai ficar muito feliz quando te ver. - Ele tá falando da minha mãe.

- Certo. Vamos começar logo que eu vou acabar com você.

Então nos colocamos em posição de ataque e começamos a analisar um ao outro. Nesse momento tento relaxar, ficar em paz. Respiro fundo, penso na mamãe e avanço com determinação. Quando vejo meu pai já está no chão me olhando surpreso.

- Caramba. Que velocidade absurda, nem ao menos consegui enxergar seus movimentos.

- Acho que nem eu vi meus movimentos.

- Tudo bem. Amanhã continuamos, vai tomar um banho que seu cheiro não está dos melhores.

Depois de ver que meu cheiro tá ruim mesmo, volto pra casa, tomo um banho e visto minha roupa de sempre, mas estou com um mau pressentimento, como se algo terrível fosse acontecer.

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Enquanto isso em uma ruína antiga grega, numa caverna nas montanhas do Cáucaso. Um ser coberto por um manto preto surge saindo das sombras do lugar. No local tem um pilar servindo de pedestal para uma bela caixinha de ouro. A caixa tem desenhos de ciclopes trabalhando para Hefesto nas laterais, em cima há um círculo de ouro com inscrições em grego antigo e um espaço para duas peças semi circulares. Nesse momento o estranho esboça um sorriso maléfico.

- Todos sabem. A cada 10 mil anos, a tranca da caixa fica fraca e as peças que a formam podem ser procuradas. Se forem colocadas as peças da Lua a tranca se fecha e terei de esperar mais 10 mil anos, mas se forem postas as peças do Sol...

Nesse momento ele retira duas peças semi circulares que juntas formam o desenho do Sol de seu bolso, assim que ele as coloca, a caixa se abre e diversos espíritos maléficos saem dela na forma de uma nuvem de fumaça roxa escura, quase preta enquanto o estranho ri.

- Abra - se!!! Caixa de Pandora!!!

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Umas duas horas depois Samuel ligou pra mim dizendo que era uma grande emergência, corri pra casa dele e agora estou na frente da porta me acalmando pra não fazer alarde. Depois bato na porta e o Sr. Patrick aparece. Ele tem pele branca, é ruivo igual ao Samu e tem olhos azuis.

- Bom dia Heitor, pode entrar os meninos já chegaram. - Fala ele apressado. - Tem uma portinha secreta na parede em baixo da escada. Vai.

Corro até lá e logo vejo a portinha. Que estranho, só os sobrenaturais devem conseguir ver pra ser tão explícito. Abro ela, desço as escadas e chego numa biblioteca enorme de madeira iluminada por lampiões. Samu e os outros estão numa mesinha procurando algum livro.

- Bom dia gente.

- Bom dia. - Fala Samuel. - Heitor, por acaso você não viu algum livro falando sobre espíritos e a Caixa de Pandora?

Os Caçadores de Moon FallsOnde histórias criam vida. Descubra agora