• 16

1.5K 179 111
                                    

Nayla Eden

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Nayla Eden

Existem coisas que fogem completamente daquilo que achamos que pode ser real. São coisas que desafiam até mesmo os diretores mais talentosos de Hollywood.

O mundo em que vivemos e a realidade são um filme. Um filme que a arte tenta imitar, se expressando de forma deslumbrante, muitas vezes. A arte é uma visão completamente distorcida da realidade e às vezes tão real desse modo.

Eu particularmente gosto de ver pinturas, quaisquer que sejam, mas as pinturas de escravos, de indígenas, de como eram as colônias me atraem mais do que qualquer outro tipo de arte. Ver como os brancos desenhavam os negros, uma visão deles sobre quem somos, distorcida e que influencia até hoje o modo de como a comunidade negra, indígena e até mesmo a asiática é vista. É simplesmente interessante ver como nos pintavam e como foram eles que de certo modo criaram a imagem que somos vistos atualmente.

A forma de como uma identidade foi reescrita de forma cruel, quando todas essas identidades e culturas são bem mais ricas que simples misturas de trabalhadores ou negras carregando frutas com os seios à mostra.

— Você realmente é incrível — Harry fala e tiro o pirulito da minha boca.

É uma tarde de sexta feira e eu pegaria um voo à noite com Harry para Mônaco e desde domingo, esse é o dia que estamos passando mais tempo um ao lado do outro. Isso porque os outros dias se limitavam a almoços e café da manhã juntos em restaurantes e lanchonetes.

Esse está sendo um ano difícil, mal posso respirar e quem dirá me relacionar mas, imprevistos acontecem e por eles, nós criamos brechas e dessa brecha surgiu um tempo para Harry e eu nos encontrássemos mesmo que por menos de uma hora, para comer junto e falar sobre nada, essa semana.

Porém, nesta sexta feira. Eu pedi folga para meu orientador pelo pretexto da viagem que faria amanhã para Mônaco e ele concordou. Harry também tirou o dia de folga, então nós dois acabamos andando de lá e de cá em Londres, que pode ser incrível se souber por onde passar, até entrar em uma exposição chamada ''O Novo Mundo Pintado Por Brancos'' pode imaginar como esse nome me chamou a atenção e Harry veio atrás de mim sem questionar.

Dessa forma, enquanto estava imersa pensando sobre a realidade e a arte, acabei escutando um elogio, mas não entendi o seu motivo.

— Por que eu sou incrível? — Pergunto e coloco o pirulito na boca de novo. Estávamos na frente de uma fotografia, não uma pintura.

— Porque eu disse — sorri e toca minha mão. Ele olha para minha mão depois para a figura a nossa frente. — A escravidão durou tempo suficiente para criarem máquina fotográfica e telefone — murmura eu o olho.

— A escravidão durou tempo suficiente para ferrar a cabeça do mundo inteiro, enchendo as pessoas de preconceito e odio sem razão. Mas não vamos falar tanto disso, não quero me tornar a Sam do Dear White People que esmurra os brancos e no fim tem um deles entre as pernas dela — tiro o pirulito da boca e coloco os meus braços envolta do pescoço do Harry ele sorri e raspa nossos lábios.

Salad Days || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora