Capitulo 2

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Minha visão estava ficando turva novamente, minha cabeça voltou a girar e minhas mãos suaram. A parede branca do hospital deixava tudo pior. Me sentei na cadeira ao lado do quarto de mamãe e esperei como eu fazia durante 2 anos. Só que dessa vez era diferente. Minha mãe estava doente desde que eu tinha 14 anos, o que foi um choque enorme apenas para mim já que a família inteira resolveu nós abandonar depois que ela resolveu se separar de meu pai. Tudo começou com seus desmaios frequentes e dores na cabeça, por fim descobrimos que ela estava com câncer. Uma enfermeira alta e magra se aproximou de mim com o olhar reprovador.

- A senhorita não deveria se sentar aqui, apenas pessoas autorizadas podem ficar perto do quarto dos pacientes. – ela disse curta e grossa.

- Sou uma pessoa autorizada, sou filha dela e ao menos que veio dizer que ela não vai morrer eu saio daqui. – respondi ainda olhando para minhas mãos geladas.

- Sua mãe é Francine Foster? – o olhar da mulher mudou de reprovação para pena. Tudo o que eu menos queria no momento era pena de uma enfermeira que achava que sabia o que era ter uma mãe a beira da morte.

- Sim, pena que ela está doente e não pode dizer "oi" para você. – me levantei e entrei no quarto de minha mãe. A situação dela era bastante grave, todos os médicos e enfermeiros já sabiam disso.

Assim que abri a porta encontrei minha mãe no mesmo estado que uma caveira, ela estava com se corpo todo envolvido por maquinas e os ossos amostra. Eu já esperava o pior em relação a saúde dela, mas no fundo eu tinha esperança que um milagre a deixasse melhor. Ela era tudo para mim e eu sabia que eu era tudo para ela.

- Bom dia flor do dia, dormiu bem? – falei baixinho ao ver os olhos grandes e verdes dela se abrirem, cansados e tristes.

A porta abriu e quatro enfermeiros apareceram com uma máscara no rosto, o médico de minha mãe a encarou tristemente. As lagrimas começaram a sair de seus olhos, o que raios estava acontecendo.

- Porque sinto que vocês dois estão me escondendo alguma coisa? – perguntei assustada.

Da ultima vez que eu vi esse olhar no rosto dela ela me contou a noticia que tinha um câncer maligno e que poderia morrer em apenas 1 ano, por isso eu amo ela a cada dia mais, ela foi forte durante todo o tratamento, sorrindo e cuidando de mim sempre que podia, sem ligar para o que minha família fazia ou pior o que não fazia. Com isso ela durou 2 anos inteiros ao meu lado, agora, somente agora, ela caiu no abismo de dor e sofrimento.

- Filha, podemos conversar. – a voz rouca de minha mãe me acordou de meu transe. Ela raramente falava. Ficava cada dia mais frágil para conseguir pronunciar uma única palavra.

- Se quiser mesmo fazer isso Francine, temos que ser rápidos, antes que eu perca a coragem. – disse o médico.

Minha mãe estendeu a mão pálida para eu chegar mais perto dela, ela já chorava muito. Eu toquei em suas mãos geladas e me sentei na beira da cama. Ela não me disse nada, apenas me entregou um papel. Ela soluçava e chorava bastante.

Um dos enfermeiros segurou o braço esquerdo de minha mãe com uma injeção.

- O que pensa que vai fazer com ela? – falei tirando as mãos do enfermeiro de minha mãe.

- Angel, por favor, venha. – falou o médico abrindo a porta.

- Mãe o que foi? O que houve? – perguntei a ela já sentindo as lagrimas caírem. Um dos seguranças entraram no quarto como furacões e me puxaram violentamente pelo braço me tirando a força do quarto, o que fariam com minha mãe? Tentei puxar meus braços daquele bruta monte sem sucesso nenhum. Foi quando ouvi um grito fino e alto da pessoa mais importante de minha vida, me puxei para o chão e consegui me livrar daquele segurança infeliz. Corri para o quarto novamente e me deparei com minha mãe caída da cama, no chão gelado, branca, mas com a aparência de uma pessoa de 200 anos. Ela já não respirava mais. 

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