Ingrid

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Nós já estávamos andando há uma hora, ele volte e meia parava em algumas lojas, e eu observava o movimento. A imagem que você tem das coisas quando está feliz, é tão diferente...

— O que está procurando? — me aproximei do garoto, que andava em minha frente.

— Um presente. — ele parou e começou a olhar outra vitrine. — Vai ter um amigo secreto na escola amanhã, depois da aula.

— E quem é seu amigo secreto?

— Uma menina, não falo muito com ela, não tenho ideia do que comprar.

— Maquiagem.

— Ela não usa maquiagem.

— Chocolates.

— Todo mundo provavelmente vai dar chocolates.

— Hm... Flores? — ele me olhou, tipo: "Sério?".

— Eu acho melhor não. Acho que vou ficar com a opção do chocolate mesmo.

Nós fomos em uma loja de chocolates, ele pegou um que vem com um ursinho.

— Bonitinho. — falei apontando pro ursinho, enquanto saímos da loja.

— Sim, fofo. — ele sorriu como se estivesse contente com a compra —  Vamos tomar um café.

— Okay. 

Nós fomos em um café bem chique, eu esperava que a comida ali não fosse tão cara, quanto aparentava. Sentamos em uma mesa perto da lareira, estava frio, peguei o cardápio e dei uma rápida lida. Meu Deus, eu vou falir. A moça veio anotar nossos pedidos, no final pedi o mais barato que tinha ali, um cafezinho, e ele um cappuccino.

— Você vai comigo amanhã na escola, começa às 13:00.

— Não vamos mais trabalhar, não?

— Já cumprimos nossa meta dessa semana. 

  —  Ah. — isso não fazia o mínimo sentido para mim, mas como ele é quem manda, qualquer coisa seria problema dele, logo apenas concordei. 

Nossos pedidos chegaram, nós bebemos um pouco e ficamos olhando ao redor, sem assunto, o que era um tato constrangedor. Cada um pagou sua parte, mesmo ele insistindo em pagar a minha, saímos do café, estava quase na hora de irmos embora, porém andamos mais um pouco por aí.

— Desculpa se não se divertiu. — ele começou.

— N-Não, foi divertido. — fiquei realmente surpresa, ele não parecia nem um pouco preocupado se eu estava me divertindo.

— Se realmente foi, você não demonstrou.

— Tá, tudo bem, não foi assim tão legal ficar procurando um presente pra sua amiga, e nem ficar com cara de tacho no café, mas tirando isso, foi legal.

— Mas isso foi tudo o que a gente fez.

— Então... — dei de ombros e continuei andando, e ele me acompanhou.

— Por que você é tão fechada?

— O quê? — parei e ele fez o mesmo.

— Você não fala sobre você.

— Você também não, e pra começo de conversa a gente só conversa sobre o trabalho.

— Pelo menos podia falar mais sobre você, ficamos quatro horas juntos por dia.

— O que quer saber?

— Não sei... me conte sobre sua escola.

Eu fiquei o encarando por um tempo.

Apenas por agoraOnde histórias criam vida. Descubra agora