Capitulo Único - Adeus?

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EAE

Kkkkrindodenervoso

Achei essa história nos meus rascunhos e traduzi. Espero que gostem, é isto

Como sempre, pode me seguir no twitters pra gente troca umas ideias @ actionvampire

☆☆☆☆☆


Gerard sempre foi um pouco "fora". Mesmo assim, Frank nunca teria imaginado que ele chegaria a este ponto.

Lá estava ele: do outro ladro do vidro – a janela de Frank –, no meio da noite. Sua respiração criava círculos de vapor condensado contra o vidro gélido. Seu rosto pálido estava ainda mais branco, e seu cabelo vermelho vivo estava selvagem, mas não tanto quanto seus olhos. Tinha algo neles, um certo fogo que fazia arrepios descerem pela espinha de Frank. Algo estava errado.

Frank estava deitado em sua cama quando viu Gerard.

Era muito, muito tarde, e Frank já deveria estar dormindo àquela hora. Mas esta noite, ele não conseguia. Alguma coisa estava o incomodando, então ele se manteve acordado. Quando ouviu as batidinhas tímidas, rapidamente se levantou e destrancou a janela, deixando Gerard pular para dentro.

Na verdade, não era a primeira vez que algo assim acontecia.

Frank e Gerard moravam no mesmo bairro, apenas algumas quadras de distância, e já não era mais tanta surpresa as aparições de Gerard na janela de Frank no meio da noite. Algumas vezes ele só queria escapar de casa, outras, simplesmente sentia tanta falta de Frank que não conseguia esperar até a manhã seguinte para estar com ele.

"Gerard," Frank disse, uma leve pitada de preocupação em sua voz "o que está fazendo aqui? Já passou da meia noite."

"Eu sei." Gerard deu um passo mais perto e pegou as mãos de Frank, beijando os nós de seus dedos. "Frank, eu estou fugindo de casa." Ele soltou de uma vez.

Houve um longo silêncio. Frank estava sem palavras, suas sobrancelhas franzidas, e então ele notou a mochila que Gerard carregava. Ele também notou a forma como a respiração do outro estava agitada, e seu coração provavelmente estava do mesmo jeito. Deve ser excitante fugir de casa. Frank não achava que saberia como era, de qualquer forma.

Ele arfou.

"Meu Deus." Ele disse quando finalmente encontrou sua voz. "Pra onde, Gerard? Para onde você está indo?" Frank estava começando a surtar, ambos sabiam.

"E-Eu ainda não sei. Mas eu vou achar um lugar e-" Foi cortado por Frank.

"Gerard, você não pode fazer isso!" Frank disse em um tom apressado. "Você vai deixar tudo para trás assim?" Ele perguntou.

"Bom," Gerard começou "sim. Frank, eu não amo Jersey como você, você sabe disso. Esse lugar não é para mim. Eu não me encaixo nesse bairro certinho. Não pertenço a nada disso."

"M-Mas, e a sua mãe?" A pergunta fez Gerard estremecer.

"Frank, me ouça, por favor." Gerard pôde sentir o nó em sua garganta aumentar. "Eu não posso mais fazer isso. Não posso. Ninguém se importa conosco. D-depois que meu pai nos deixou, ela virou uma maníaca, Frank. Você sabe, você sabe disso."

"Gerard, eu-" dessa vez, Gerard interrompeu Frank.

"Ela é louca, Frank. Ela continua me abusando, me controlando, me faz me sentir culpado por causa do meu pai. Ela entra no meu quarto e procura por qualquer coisa que possa significar que eu estou indo embora também. Ela fica olhando o meu celular!" Ele respirou tremulamente "E-E, porra, se eu não tivesse sido esperto aquela vez, merda, Frank. Ela teria lido todas as coisas que dissemos, ela teria descoberto sobre a gente. Ou pior, ela podia ter visto as fotos. Minha mãe poderia ter visto as nossas fotos. Eu não consigo mais fazer isso, Frank, não posso." Gerard terminou, havia algo estranhamente brilhante em seus olhos.

"Você não pode? Você não pode simplesmente ir embora. E eu?" Seu olhar essa suplicante, tentando convencer o outro.

Gerard apertou as mãos de Frank mais forte nas suas.

"Foge comigo." Gerard disse, seu olhar angustiado.

Frank achou que fosse morrer nesse momento. Seu coração batia tão rápido em sua garganta que ele tinha certeza de que teria um ataque cardíaco a qualquer momento.

"Gerard!" Ele puxou as mãos do aperto do outro. "Isso é loucura. Eu não posso fugir com você. Nós não temos lugar nenhum para ir."

"Nós vamos ficar bem. Eu vou te proteger, cuidar de você como eu sempre quis." Gerard parecia sincero, e Frank sabia que ele estava sendo.

Frank, mais uma vez, foi pego de surpresa. Ele não podia fugir, sabia disso. Ele tinha apenas dezessete anos, e mesmo que Gerard já fosse considerado um adulto, ter dezoito não significava necessariamente que ele era responsável e tudo seria mais fácil. Ele sabia que não podiam simpkesmente ir embora e tudo seria um conto de fadas.

"Eu não posso." Ele disse simples, sua voz sem expressão. "Eu sinto muito, Gerard, mas não posso."

Os dois ficaram quietos, nenhum deles sabia exatamente o que dizer. A situação já estava suficientemente ruim do jeito que estava.

"Okay." Gerard disse, deixando que os ombros caíssem e abaixando o rosto, escondendo-se atrás do cabelo comprido. "Mas eu ainda estou indo."

Tinha um sentimento esquisito entre eles, mas nenhum dos dois sabia como fazê-lo ficar menos ruim. Frank olhou para Gerard, analisando suas feições. Sua pele clara, que Frank havia corrido os dedos por tantas vezes, o cabelo vermelho que ele tanto amava, os lábios macios que adorava beijar, o nariz empinado, a cor linda dos olhos, o fogo neles. Deus, ele estava mesmo vendo tudo isso pela última vez?

Frank rapidamente se lembrou de algo.

"Não pense que não te amo." Ele disse.

Gerard olhou para ele novamente.

"Nunca."

Seu sorriso era triste. Frank odiava esse sorriso, ele já o vira antes. Quando o pai de Gerard foi embora, nas noites em que Gerard aparecia pedindo para ficar com ele, a primeira, e várias outras vezes que sua mãe teve um "ataque". Ele sentia falta dos velhos temos, quando eles eram apenas crianças. Ele sentia tanta falta. Era cliché dizer, mas era um tempo mais simples. Eles não tinham que se preocupar com os sentimentos dentro deles, ou a dor que sentiam às vezes, a dor de crescer.

"Posso, uh," Gerard sussurrou suavemente, como se Frank quebraria se ele falasse um pouco mais alto "te segurar?"

Frank não verbalizou sua resposta. Ao invés disso, ele simplesmente deu as costas e foi até a cama, deitando e deixando espaço para Gerard deitar do seu lado.

Assim que a cabeça de Gerard encontrou o travesseiro, a de Frank tomou lugar em seu peito. Imediatamente, levou a mão aos cabelos escuros do outro, começando uma carícia leve. Ele sabia o quanto Frank adorava o toque, ele sempre gostou.

Eles beijaram. Várias vezes, na verdade. Mas nada além disso, o momento não precisava de mais. Passaram a noite assim. Toques gentis e beijos leves, dizendo o quanto se importavam e amavam o outro. Frank pegou no sono eventualmente, mas não antes de garantir que Gerard sabia o quanto era amado.

Quando Frank acordou na manhã seguinte, seu cérebro rapidamente começou a funcionar. Ele precisava saber naquele exato instante, assim que abriu os olhos.

Ele olhou para o lado apenas para encontrar o espaço vazio ao seu lado na cama. Seu coração apertou. Parte dele ainda esperava que Gerard tivesse desistido e estivesse em algum lugar da casa. Queria encontra-lo na cozinha, bebendo café. Ou na sala, assistindo tv. Ou no banho.

Mas ele não estava. Gerard havia ido embora e Frank sabia.

Ele se sentiu nauseado, mas mesmo que quisesse vomitar, duvidava que suas pernas fossem aguentá-lo de pé. Ele se sentia mole, deitando em sua, e agora só sua, cama.

Não havia uma "carta de adeus" descansando em cima do criado mudo. Nem no travesseiro de Gerard, ou no seu lado da cama. Não havia carta nenhuma, nenhum beijo de despedida, nem abraço.

Frank sabia que não se veriam de novo tão cedo, e deixou que uma lágrima escapasse enquanto esfregava furiosamente seu rosto com a manga do moletom.

O moletom de Gerard.

Um trágico momento para trocar roupas tanto quando sentimentos.

GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora