Turin, Bar The Beach, 22:15 pm.
A noite fria de Turin fez com que minha pele ficasse seca e meu coração batesse mais rápido. Após certo tempo fora da Itália, meu corpo não conseguia se acostumar às sensações térmicas. Depois de percorrer um caminho considerável a pé, adentro na enorme casa de festas que não parece iluminada o suficiente.
O calor humano faz com que meu corpo reaja melhor e meu coração logo se sente confortável. Procuro o balcão do bar, me desculpando automaticamente por esbarrar em algumas pessoas que nem se importam o suficiente. Ao me aproximar do balcão, consigo ouvir o que parece uma discussão:-Ok, eu tenho dinheiro, mas não posso beber. Então você só pode ser o meu pai. -um garoto está gritando ironicamente e visivelmente alterado.
-Certo, cara, relaxe aí. Só acho que você já passou do ponto. - um rapaz, do outro lado do balcão, responde.
Quanto mais me aproximo, melhor posso ouvir a discussão boba. O babaca claramente mal consegue ficar de pé, mas insiste em continuar a beber.
-Boa noite. Você pode me servir um energético? -falo, interrompendo a discussão e deixando uma nota de dinheiro para o barman que me olha aliviado.
-Você pode me comprar uma vodca? Eu pago! Eu tenho dinheiro! -o babaca fala ao se dirigir a mim.
-Eu acho que você já está bêbado o suficiente - falo sem olhar pra ele.
-Ah! Olha quem está aqui: minha mãe! Podemos beber em família. -o babaca continua irônico.
-Você pode, por favor, não falar comigo? -vejo o barman pôr a lata de energético à minha frente e agradeço com um sorriso.
-Não posso beber, nem falar. Ótimo! Por que você sorriu pra ele, mas está me olhando assim? -meu Deus, ele não para.
-Se eu te comprar vodca, você vai pro lugar mais longe possível do estabelecimento???- certo. Ele já está me irritando.
-Linda, você por acaso sabe quem eu sou? -o babaca pergunta perplexo e com o mesmo tom de ironia de sempre.
-Que pergunta! Claro que não! Eu deveria? Haha, que tipo de celebridade você acha que é, idiota? -quanto mais eu falo, mais perplexo ele fica.
-Cazzo, garota! Eu sou Paulo Dybala. -ele usa um super tom de deboche e o barman olha pra mim esperando uma reação, aparentemente.
Certo. Agora tenho três certezas: ele é um estúpido, tem um nome ridículo e eu estou extremamente perdida nessa conversa.
-Nossa. Parabéns! Belo nome, mas e aí? O que você quer pra parar de me encher o saco? -certo, talvez eu também esteja sendo estúpida com o pobre bêbado. - Certo, desculpe, ok? Você quer uma vodca, certo?
O garoto continua me analisando perplexo e bêbado. Que bêbado! Tão bonito, mas tão bêbado.
-O que você me perguntou?
-Você quer uma vodca? - falo pausadamente.
-Não, não. Antes disso. - agora ele sorri.
-Ok. Você pediu. O que você quer pra parar de me encher o saco? -repito brava o suficiente e ele sorri ainda mais.
-Um beijo. Não um beijinho. Um super beijo. -agora ele quase gargalha e o barman parece se divertir com a cena.
-Que tipo de ego você tem, garoto? Saia de perto de mim! Quer a vodca ou o quê?
-Um beijo ou vou ter de ficar a noite toda aqui com você. - o babaca parece estar se divertindo genuinamente.
-Meu deus do céu. Eu vou chamar a polícia pra você! - que idiota lindo.
-Un besito, mi princesa! -pra falar besteiras, é bilíngue.
-Certo. Um "besito" e você nunca mais volta a me incomodar, ok?
-Palavra de homem. -ele fala sorrindo ao beijar os próprios dedos.
O barman me olha com expectativa e eu analiso a situação. Ele é um babaca, estúpido, está bêbado, tem belos olhos e eu não tenho nada a perder. Olho novamente pro barman e me aproximo o suficiente pra sentir o perfume amadeirado misturado com vodca e mal tenho tempo de respirar novamente quando as suas mãos agarram minha cintura com força e os lábios macios e quentes do garoto se aproximam dos meus. Depois de um tempo considerável e um beijo sensacional, nos afastamos o suficiente pra eu poder virar as costas e abandonar o babaca, não antes de olhar pra trás e vê-lo me observar intensamente e, aparentemente, não mais tão bêbado assim.
Santo arrependimento!
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Ah no, Paulo Dybala!
أدب الهواةCerto. Agora tenho três certezas: ele é um estúpido, tem um nome ridículo e eu estou extremamente perdida nessa conversa.