O Forte Hunfres

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Os primeiros raios do sol faziam com que a copa das árvores das florestas gêmeas brilhassem. Estávamos cansados, um se apoiando no outro, não podíamos descansar já que era arriscado sermos surpreendidos ou emboscados mas eu sabia que não teria mais, os dois lobos eram na verdade quatro, maldito taberneiro, não deveria ter confiado.

- Olha, Ar...

Olhei no fundo de seus olhos, ele sabia que não deveria me chamar dessa forma.

- Não há ninguém aqui, não precisa se preocupar com essa sua mania ridícula.

- Tudo bem, Willyan, só não quero que se torne um hábito seu.

- Relaxa. Tem certeza que não deveríamos estar andando na estrada? - Disse-me enquanto retirava um galho da sua frente.

Eu o puxei para baixo, alguém estava próximo. Nos escondemos detrás de uns arbustos e ficamos lá, escondidos.

- O que tá fazendo?

- Eu ouvi o trote dos cavalos.

- Mas não há ninguém...

Não tardou, enquanto Willyan falava, percebemos que ao longe, três cavaleiros estava a toda velocidade na pequena estrada.

- Eles têm que está aqui. - Gritou um deles.

- Senhor... - Disse o que estava mais atrás, parando o cavalo muito próximos de nós. - Tenho quase certeza de que foram devorados pelos lobos.

- Não queremos reclamações do Chanceler, precisamos ter a certeza.

- Senhor! - Gritou o mais distante, que estava do outro lado da floresta. - Acho que encontrei uma coisa.

O líder deles e o outro cavaleiro caminharam até o terceiro, e mostraram uma cara de surpresa, uma espécie de medo.

- Senhor...

- Vamos embora, a criatura que fez isso com os cavalos deles, com certeza fizera o mesmo com eles.

Todos foram embora, com medo e impaciência, até os cavalos deles se mostravam mais agitados.

- Será que todos fugiram? - disse Willyan após uma pausa de silêncio.

- Acho que sim, não ouço mais nada.

- Vamos ver o que aconteceu com os cavalos.

Caminhamos até lá, o sol já clareava tudo e a fome era intensa, cada passo, nossas barrigas roncavam. Ao chegar lá, uma estranha poça de sangue se formava entre os arbustos, três cabeças de cavalo se misturavam no sangue, com várias patas jogadas em diversas direções, não era a toa que os cavaleiros fugiram.

- Ar, sobre o que os cavaleiros conversaram, será que a rainha está ligada com o surgimento dos lobos? - Disse Willyan enquanto olhava para todo o sangue.

- Você mais do que ninguém deveria saber a resposta dessa pergunta, Willyan.

- E quanto aos cavalos, a criatura que fez isso não tinha panelas pelo que vejo.

- Ha ha ha! Até mesmo em momentos como esse você me faz sorrir.

- E por falar em panelas, você tá com fome?

- Você parece um louco em falar de comida próximo aos pedaços desses cavalos.

- Ar, esses destroços não são nada comparados ao que você faz no campo de batalha contra seus inimigos.

Meu sorriso desaparece, pois me lembro de nossa discussão.

- Vamos, tire essa cara de sério, acho que vi frutas ali na frente.

Ventos do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora