Acordo com o celular tocando, é a Paola. Minha cabeça gira e eu acabo não atendendo, pois o cansaço e a dor de cabeça ainda me impedem de agir. A chamada se encerra e logo o celular volta a tocar. Atendo.
— Você sabe que eu ainda estou dormindo, né?! — minha voz soa cansada e arrastada.
— Até que enfim! Já te liguei umas dez vezes!
— Quem morreu? — pergunto irônica.
— O Douglas!
— O quê? — levanto bruscamente e devastada. — Como assim?
— Isso te despertou? — indaga em tom sarcástico.
— Tá de brincadeira?!
— Só falei isso pra te fazer acordar. - respondeu rindo.
— Sua vaca! — exclamo enfurecida. — Quer me matar do coração?
— Seria uma morte bem irônica, não acha? — não respondo, tento me recuperar do susto. — Eu estou ligando para dizer que eu pensei muito no que você falou ontem e queria perguntar o porquê de você não ter me contado antes?
— O que eu falei ontem? — pergunto totalmente confusa.
— Eu sei que você deve ter bebido, mas foi tanto assim para esquecer que me ligou?
— O que eu falei ontem?!? — insisto na pergunta, agora já bem preocupada.
— Nada demais, só que está apaixonada pelo Douglas, que se sentia quente sempre que o via... — sinto o rosto queimar de vergonha. — Você disse que ficava fantasiando uma transa com ele na cama do hospital! — após dizer isso ela começa a rir descontroladamente.
— Por que você ficou me ouvindo em silêncio?
— O que você bebeu?! — indaga surpresa. — Eu não fiquei em silêncio, conversei com você.
— Então não era a voz da minha consciência...
— Claro que não! Você não pode beber... nunca mais. Eu tive que desligar quando percebi o que você estava começando a fazer, para te dar privacidade, sabe? — ela começa a rir de novo enquanto eu me encho de vergonha.
— Posso te ligar depois, Paola?
— Quando a vergonha passar? Não vou deixar você desligar. Tem noção do quanto isso teria sido mais fácil se você tivesse me contado?
— Não — respondo. — O que seria diferente?
— Eu poderia ter vigiado a porta para você realizar sua fantasia! — diz em tom sarcástico.
— Você pirou?
— Falando sério, eu poderia ter dado o seu número quando ele pediu.
— Ele pediu meu número? — indago incrédula sentindo uma pequena explosão de felicidade.
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Seguindo as pistas de um coração Livro 1
ChickLitKaren é uma jovem cirurgiã cardiotorácica que lida com as patologias dos corações alheios todos os dias, mas não sabe lidar com o seu próprio. Abandonada pelo namorado, ela se questiona sobre as razões que o levaram a decidir partir de repente. Mesm...