A Batalha pelo Futuro de Beagá

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Na hora do almoço, pediram pizza e depois disso, foi uma tarde agradável no antigo esconderijo. Os quatro heróis lembraram dos velhos tempos e também, contaram sobre o que andaram fazendo durante aqueles anos. Um ótimo clima se estabeleceu, como se Tiradentes não tivesse sido assassinado. Por alguns momentos, ao menos, eles queriam todos se esquecer daquilo. Foi quando o celular de Mariana vibrou e soou o toque pentatônico de alerta de perigo da LIS. Ela deslizou o dedo sobre a tela e arregalou os olhos.

— Pessoal, acabaram de explodir uma bomba na prefeitura.

— Sério? — perguntou Zelton. Antes que pudessem falar qualquer coisa, Trem-Doido saiu dali zunindo e deixando atrás de si um rastro de vento.

— Temos que ir para lá, depressa.

Subiram as escadas e Zelton tirou a lona esburacada que cobria a velha moto de Mariana, uma CBX 750, toda preta.

— Pode usar, eu dei manutenção. — Zelton era um excelente mecânico.

Mariana sorriu ao ver sua velha moto. Passou a mão sobre ela, por um instante, e em seguida, já estava montada e dando partida.

— Café, comigo no Opalão. — Zelton chamou-o correndo para dentro do carro.

O motor roncou ecoando dentro do galpão. Mariana deslizou a porta com seu magnetismo, como nos velhos tempos, e disparou para fora roncando alto o motor da moto.

Café e Zelton a seguiram no opala verde.

— O Benvindo já deve ter chegado lá, né? — comentou Zelton.

— Com certeza. Acelera, Zé! Acelera!

Quando eles saíram do bairro e chegaram na grande avenida, toda lotada, o trânsito lento escoando como lodo de um cano entupido, Café se exaltou.

— Que merda! Merda de trânsito!

Mariana parou do lado deles.

— Gente, me segue.

— Como assim?

Então, ela foi erguendo os carros do chão, três a três e abrindo passagem para eles passarem. As pessoas nos veículos, gritavam desesperadas, mas depois, se acalmavam assim que os carros voltavam a tocar o solo.

— É a Mariana Magnética? — uns se perguntavam.

— A Mariana Magnética! — outros gritavam.

Assim, em questão de minutos, cruzaram os viadutos, passaram pela praça da estação e chegaram na Av. Afonso Penna. Logo viram a coluna de fumaça escura subindo de onde ficava a sede da prefeitura.

— Caraca! — Exclamou Zelton.

Uma outra explosão ocorreu, bem no meio da avenida, uns duzentos metros de onde eles estavam. Carros voavam, pessoas caíam feridas. Um horror.

Mariana chegou primeiro ao local e viu Trem-Doido carregando duas crianças, que deixou na calçada, perto da entrada do parque municipal.

— Mariana, cuidado com o...

Cabum! A moto de Mariana explodiu em pedacinhos. Ela, felizmente, escapou, pois Trem-Doido correu e retirou-a a tempo.

Meio enjoada e desorientada ela se apoiou na grade de metal verde do parque.

Trem-Doido deixou Mariana ali e correu para cima do super poderoso que disparava as cargas explosivas. Era um anão, vestido com um terno azul marinho e usando óculos escuros. Tinha uma testa enorme com muitas veias aparentes. Já tinha ouvido falar nele, chamava-se de Mau-Mau Bomber. Ele tinha o poder de disparar cargas explosivas e também, criar bombas relógio. Já fazia anos que não era visto no Brasil. Tinha sido recrutado por terroristas e andou explodindo coisas por toda Europa. Trem-Doido foi para cima dele com tudo e iria apagá-lo, não fosse pela chegada veloz de seu irmão, Zé Trovão. O encontrão de Zé Trovão atirou Trem-Doido voando para o outro lado da rua.

Homem-Café - O Retorno dos InconfidentesOnde histórias criam vida. Descubra agora