Capítulo 23

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Mateus

Quando paramos e vi que era um leprosário, fiquei apreensivo em entrar

Pastor Fabrício: vão ficar parados ai com essas caras de idiotas?

Vitor: eu não vou entrar ai não

Mateus: também não, vou te esperar no carro, não sabe que lepra é contagiosa?

Pastor Fabrício: (respira fundo) a pior contaminação é o preconceito e a falta de empatia ao sofrimento dos outros, agora passem na minha frente antes que eu desmaiei vocês e leve os dois amarrados e arrastados, Vitor fez menção de volta pro carro e pela cara do tio Fabrício ele ia fazer o mesmo que fez comigo na casa do meu avô

Pastor Fabrício: (respira fundo) a pior contaminação é o preconceito e a falta de empatia ao sofrimento dos outros, agora passem na minha frente antes que eu desmaiei vocês e leve os dois amarrados e arrastados, Vitor fez menção de volta pro carro...

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Mateus: melhor irmos Vitor

Vitor: não mesmo

Mateus: vá por mim, vamos indo

Fomos andando na frente e quando entramos tinha umas cadeiras arrumadas na área aberta do leprosário, acho que teria uma palestra ali, nos sentamos e uma moça começou a cantar uma canção que me chamou muito a atenção, bem mas que a canção foi ela também, ela não tinha os dedos da mão e nem a perna esquerda, também não tinha o lábio inferior, mas tinha uma voz perfeita e mesmo estando naquela situação, sua voz era mansa e muito gostosa de ouvir, seu semblante era sereno e não me pareceu triste pela sua situação, aos poucos o lugar foi ficando cheio e era de espantar o estado das pessoas ali, o tio Fabrício começou fazendo uma oração por todos ali, mas a letra daquela canção não saía da minha mente, ainda mas quando ele iniciou o sermão justamente falando da canção,

Pastor Fabrício: quantos de nós vivemos como se o amanhã nunca chegasse ou como se a vida nessa terra fosse eterna? quantas vezes eu já pensei ser invencível e auto suficiente,  sempre em busca de emoções e adrenalina, sempre buscando me superar e desafiar meus limites; achava que era um cara de sorte por ter sido adotado por uma família rica e por ter tido tudo que uma pessoa poderia sonhar, mas......mesmo assim faltava algo, tinha alguma coisa dentro de mim que me fazia buscar sempre mais, aproveitar minha juventude, as oportunidades que eu tinha, muitos de vocês também vivia e pensava assim, no meu caso tudo desmoronou no exato momento em que me viu em uma situação em que o controle da minha vida não estava mas nas minhas mãos, estava em um cachimbo e em uma pedra de craque, e nem mesmo o amor e as lágrimas da minha mãe foi capaz de me fazer largar aquilo, nem mesmo sua morte, crescemos ouvindo que o amor de uma mãe é o maior e o mais puro e incondicional que existe, quando ela morreu a culpa me corroía por dentro, então passei a fazer de tudo pra morrer, várias overdoses, fui preso, internado com surtos de loucura, e por mas que eu desejasse e provocasse a morte, era como se ela fugisse de mim, meu pai era muito severo e conservador, um respeitável homem de negócios se viu com um filho que era a vergonha da família, mas um dia ele foi me ver no presídio e eu pensei que ouviria um sermão e que depois seria solto por um dos seus advogados, mas ele fez diferente das outras vezes, logo quando o vi percebi seu semblante diferente e seu tom de voz também, aquela visita seria o início de uma divisor de águas na minha vida

Ouvir meu tio falar me fez até esquecer que estava em um leprosário, olhei pra Vitor e não foi apenas eu que fiquei mexido com o que ouviu, ele também
Continua......
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Antes que eu esqueça 2 ( Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora