Capítulo 3

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Amanda

Três dias, três longos dias trancada nessa casa, sem falar com ninguém. Por um lado, foram três dias que consegui me recuperar em partes, agora por outro tenho medo do que está por vir.

Tomei os remédios certos e meu braço não dói mais, e graças a Deus não tive nenhum sangramento, ou seja, meu bebê também está bem.

— Ei, sabia que eu acho que você vai ser uma menina, a minha companheira. — Digo passando a mão pela minha barriga.

Ouço a porta se abrir, e lá vejo o meu inferno voltando.

— Muito bem, garota obediente, vejo que se comportou. Sabia que o porteiro perguntou por você? — Ele diz com ar de deboche.

— E o que você disse? — Temo pela sua resposta.

— Só falei que você é antissocial, não gosta de se enturmar, por isso vive dentro de casa. — Ele se joga no sofá.

— Rodrigo eu preciso ir visitar meus pais, daqui a pouco eles vão bater aqui atrás de notícias, eu nunca fui uma garota de sumir assim. — Digo.

— Eu pensei sobre isso esse fim de semana. E já tenho a solução. — Ele me lança um sorriso perverso. — Você vai ligar para a sua mãe e dizer que estamos nos mudando para o Canadá. — Rodrigo só pode estar louco.

— Eu não vou fazer isso. — Não posso me afastar da minha família.

— Ah você vai sim Amanda. — Ele se levanta e tira o cinto. — E ainda vai dizer que já nos mudamos às pressas. — Ele vem se aproximando e eu me encolhi no sofá.

— Eles não vão acreditar Rodrigo, entenda isso. — Digo.

— Pensando bem, acho melhor você ir visitar eles e contar pessoalmente. E vai fazer o que eu mandar. — Ele puxa meu cabelo, fazendo com que eu do fique em pé. — Pelo bem dos seus pais e dessa coisa que está dentro da sua barriga.

— Não encoste nos meus pais, por favor. — Peço chorando e sentindo uma leve cólica.

— Vamos fazer um acordo Amanda, você vai fazer o que eu mando e eu deixo seus pais e esse bastardo viver, mais saiba que minha raiva será descontada toda em você. — Ele lança um sorriso sombrio.

Eu não posso deixar esse maluco chegar perto da minha família, meu pai e minha mãe são o meu tudo, e eu sei que se algo algum dia acontecer comigo eles vão cuidar bem do neto.

— Eu topo.

— Muito bem, agora vem aqui. — Ele volta a me puxar. — Cumpra com seu papel de esposa.

— Você sabe que eu não posso. — Tentei o convencer porque não quero nunca mais na minha vida me deitar com esse homem.

— Eu sei que você não pode aqui. — Ele passa a mão nojenta em mim. — Mais pode aqui.

Ele me dá um tapa no rosto e me puxa pelos cabelos, e mais uma vez sou violentada com brutalidade por quem eu jurava que me amava.

No dia seguinte me olho no espelho e vejo que meu rosto está normal, somente meu braço está engessado, aliso minha barriga.

— Eu sou capaz de qualquer coisa pelos seus avós e por você anjo.

— Vamos Amanda. Não temos muito tempo. — Rodrigo grita da sala.

Estamos indo almoçar com meus pais, falei para Rodrigo que ele não precisava estar presente, mais segundo ele, não confia em mim o bastante.

Ele estaciona o carro e me olha.

Uma Nova Chance - Livro 1(DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora