Segunda-feira, o dia em que tudo volta aos trilhos, onde tudo começa, os estudos voltam depois de um final de semana de descanso, ai que tédio.
E como de costume, quando acordei, meu pai já havia saído para o trabalho, saído não, viajado. Ele trabalha para uma multinacional, representa a empresa em diversas cidades e países, ou seja, é raro ver ele em casa. Mamãe ainda dormia, a alguns meses atrás ela entrou em depressão, vários de seus hábitos acabaram, como treinar na acedemia do prédio assim que acordava de manhã, passeios que fazíamos não acontecem mais, um simples filme de noite também não acontece mais, até abandonou o trabalho em nossa fábrica de chocolate.
Passo pelo corredor e vejo ela dormindo em seu quarto, sigo reto, preparo um sanduíche e um suco, como rápido e vou para a escola.
Vou a pé mesmo, é tão bom andar e observar o mundo ao nosso redor, as pessoas em suas lutas diárias, indo trabalhar, ou já trabalhando, o barulho dos carros, do aglomerado de pessoas...
Após uns quatro quarteirões chego finamente na escola Fernão Goulart, a mais respeitada escola de Dom Fernão, essa é a cidade onde vivo, no interior do Sul do Brasil. Estou perfeitamente vestido no uniforme, uma calça jeans cor de vinho, uma camisa polo Branca com o símbolo da escola, além do casaco que é opcional, mas claro que todos usam, o frio aqui é de matar, literalmente...
Passo pelo portão da escola, todos em suas respectivas vidas, o porteiro com cara de sono, alguns alunos aglomerandos ali, outros sozinhos e os que vão diretamente para a sala de aula. Prefiro esperar Pietra, minha melhor amiga e confidente. Pietra e eu fomos criados como irmãos, meus mais e os dela são melhores amigos, fundaram juntos a fábrica de chocolate Maravichoco, a mais renomada da nossa região. Atualmente quem cuida da empresa são os pais de Pietra, a fábrica era a maior paixão da minha mãe, era o sonho dela, mas que foi abandonado quando ela entrou em depressão. E meu pai, claro trabalha bem longe daqui.
- Oi Caio... - Ela falou toda sorridente.
- E esse sorriso? Qual a razão dele? - pergunto ao passo que ela se senta do meu lado no banco.- É meu irmão...
- Aquele gostoso?! Ah se eu tivesse um irmão daquele estaria com sorriso de orelha a orelha todos os dias... - Pietra sabe sobre a minha orientação sexual.
- Sim, ele acabou de me ligar pra avisar que vai vir passar as férias de Julho aqui!
- Que legal, finalmente vou conhecer o irmão gostoso da minha melhor amiga que mora no Rio de Janeiro!!! -Falei com um tom de empolgação e sarcasmo - tô torcendo pra ele ser gay ou alguma coisa do tipo...
- Deixa de brincadeira, ele é hetero, não lembra que disse que ele estava namorando com uma garota de lá?
- Eu desconfio de todo mundo, menos do meu pai, se não ele me dá um tapa na boca.
- Não adianta vir com bom humor, eu te conheço muito bem, fala o que tá acontecendo. - Ela falou olhando bem nos meus olhos.
- Não é nada...
- Seus olhos dizem outra coisa. É a tia Rose? Ou o tio Pedro?
- É a mamãe, a cada dia que passa, a depressão dela fica pior.
- Você conversou com seu pai?
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Todas as razões para não te esquecer
DiversosOlá, sou o Caio, eis aqui a minha história de amor, melhor dizendo, quase complicada história de amor. Mas você deve estar se perguntando qual o porque de eu me referir dessa forma ao meu relacionamento. Simples! Nada ma vida é perfeito, a vida não...