Parte Três

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Esperei alguns minutos até ver que ele começou a relaxar. Ainda estava um pouco desconfortável, mas cogitou a ideia. Levantei-me, avisando que já voltava, e segui até o bar. Se eu realmente quisesse que ele aproveitasse a noite, precisava deixá-lo mais leve.

Sabendo que Zabdiel era incrivelmente fraco para bebida, pedi uma dose do que tivesse de mais forte ali. Um gole já seria o bastante, e eu não precisava lhe dar mais nada com muito álcool. Além do mais, eu mesma sentia que meu corpo precisava de algo.

Voltei à mesa, e Zabdiel ainda continuava sem coragem de olhar para as mulheres dançando. Me segurei para não rir e sentei, colocando o copo em sua frente.

— Bebe.

— Você é muito mandona — reclamou, olhando curioso para o copo. — O que é?

— Vai ter que descobrir.

Ele não questionou, e apenas virou o copo de uma vez. Coloquei a mão na boca para não rir. Ele bebeu tudo enquanto eu achava que ele nem sequer fosse aguentar a metade.

— Meu Deus.

— Christopher achou que já estava na hora de me tornar um pouco mais tolerante a álcool... Acho que preciso de outro — falou batendo o copo na mesa.

—Não agora. Espere um pouco. — Ri e segurei seu braço para ele não se levantar.

— Por que você está usando peruca? — perguntou do nada.

Passei a mão pelos fios vermelhos e pensei.

— Não sei. Fiquei com vontade.

Soltei um suspiro e segurei o braço de Zabdiel com as duas mãos, passando os dedos por seu bíceps e o apertando. Eu estava agradecendo a todos os deuses por ele ter voltado para academia. De fato estava. Que braço!

— Descansou essa semana? — perguntei.

— Hein?!

Ri e corri a unha pela jaqueta que ele usava, que subiu até à gola e a puxou para trás, a fim de tirar a blusa. Ele entendeu o que eu queria fazer, e a tirou por conta própria.

— Você andou muito cansado nos últimos dias. Não pense que não notei suas olheiras na última semana. — Segurei seu queixo com a ponta dos dedos e virei seu rosto para mim, encarando-o. A pele estava lisa, as espinhas tinham sumido, e sem um sinal embaixo dos olhos.

Ele deu um sorriso lateral e pegou meu pulso, levantando um pouco mais minha mão e beijando a palma dela.

— É, temos tentado descansar mais ultimamente — respondeu. Ele fechou os olhos e inspirou fundo. A bebida já estava começando a fazer efeito.

— Vem. — Dei a volta na mesa e me levantei, andando até Zabdiel e ficando em sua frente. Estendi a mão, e ele a segurou.

Fui até o bar, peguei a pequena bandeja com duas doses coloridas que tinha pedido para deixar separado, e dei meia volta, seguindo pelo longo corredor até uma das diversas portas falsas de lantejoulas.

A porta levava a outro corredor, com várias cortinas grossas e pesadas servindo como porta para as salas reservadas por trás delas. Espelhos preenchiam a parede sem cortina. Segui até o final, e indiquei para Zabdiel entrar. Confuso e cauteloso, ele entrou.

Coloquei a bandeja em um pequeno armário que estava embutido na parede e fechei a cortina. O lugar era uma cabine minúscula, grande o bastante apenas para um sofá. Uma luz vermelha no teto deixava tudo ao redor do mesmo tom.

Estiquei os braços para trás e tirei a jaqueta, a colocando de lado. Eu tinha pedido para o barman deixar separados dois pequenos copos de drinks. Um era Sky 90 com suco de framboesa, o outro Roth California com licor de mirtilo.

Peguei o primeiro copo e fui até Zabdiel, usando a mão livre para empurrá-lo para o sofá. Me sentei em uma de suas pernas, com uma das minhas de cada lado.

Ele olhou curioso para o copo em minha mão, cujo conteúdo dentro do vidro ainda era levemente azul. Virei o copo na boca, colocando o vidro de lado assim que acabei e me inclinei sobre Zabdiel, colando minha boca na sua e lhe passando o restante da bebida assim que seus lábios se abriram.

O sabor de álcool correu por nossas bocas, e Zabdiel começou a relaxar. Suas mãos foram para minha coxa enquanto ele encostava-se às costas do sofá, puxando-me para si. Seus dedos percorreram a lateral do meu corpo, apertando minha pele exposta enquanto passava por minha blusa, parando minhas costas.

Seus dedos se esticaram até meu cabelo, segurando a peruca e a puxando. Os grampos se soltaram, e meu cabelo loiro caiu ao meu redor, Zabdiel o rodeou com a mão, em um rabo de cavalo, o puxando para trás e afastando nossas bocas. Seus lábios desceram por meu pescoço, onde passou a distribuir beijos e leves mordidas.

Ele soltou meu cabelo, e uma de suas mãos desceu por minhas costas, parando em minha cintura e a apertando. Seus beijos, que desciam por meu pescoço, voltaram a subir, se encontrando com minha boca outra vez.

Passei minhas mãos por seus braços, sabendo das marcas que deixava com as unhas. Meus dedos correram por sua nuca enquanto outros percorriam seu peitoral, apertando sua camisa conforme Zabdiel dava pausas no beijo, mordendo meu lábio inferior antes de voltar a me beijar.

Segurei em seus ombros, parando o beijo e me afastando.

— Ainda tem mais um — falei, apontando para o copo cheio.

— Não tem não. — Seus braços apertaram minha cintura e me puxaram para perto novamente.

Eu até iria insistir, mas sua mão adentrando minha blusa, acariciando a lateral da minha cintura, junto com os dedos apertando minha coxa, me tiraram o foco. Quando notei, já estávamos nos beijando outra vez.

Zabdiel segurou em minha perna e me colocou em seu colo. Desci a mão por cima de sua blusa até à barra dela. Segurando em seu cinto, me inclinei mais sobre ele, subindo a mão por dentro de sua blusa.

Minha mão era gelada contra sua barriga, e eu podia senti-lo se arrepiando contra mim.

A vontade de simplesmente arrancar a blusa dele era gigante, mas eu sabia que não deveria fazer isso ali. Assim como outras dezenas de coisas.

Me esforçando muito, muito mesmo, tirei a mão de seu corpo e afastei nossos lábios.

— A gente deveria ir — murmurei, sentindo a falta de fôlego.

Zabdiel não precisava fazer muito para me deixar tonta. E isso nem sequer era o efeito da bebida, eu sabia diferenciar com clareza.

Ele não pareceu muito feliz com o que eu disse. Abaixei o rosto e dei beijos em seu pescoço.

— A gente termina no hotel. — Passei a língua por sua pele, deixando um chupão no final. — Okay? — Passei a unha por cima da pequena vermelhidão que tinha ficado ali.

— Okay.

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