Parte Bônus

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— Até que dia vai ficar aqui? — perguntou-me Zabdiel, brincando com as espumas da banheira.

— Até terça.

— Vai ao show de amanhã?

Dei um sorriso e me ajoelhei, me inclinando até ele, lhe dei um selinho.

— Sabe que eu não perderia isso. — Voltei para meu lugar e fechei a torneira que enchia a banheira. — Posso tocar em um assunto delicado? — perguntei, passando a unha pelo mármore branco. Ele confirmou com a cabeça. — Por que nunca me deu as alianças que comprou?

Ele olhou para um lugar além de mim, ficando em silêncio por alguns segundos.

— Tenho a impressão de que a cada vez que a gente se vê é para você me dar um pé na bunda — respondeu ainda sem me olhar.

Soltei um suspiro e fui novamente para sua frente, me ajoelhando entre suas pernas e segurando seu rosto entre as mãos.

— Zabdiel. — Acariciei sua bochecha. — Isso não vai acontecer.

— Como tem certeza?

Abafei uma risada irônica.

— Porque é você. E sou eu. Se depender de mim, não vai acabar tão cedo — falei, indo até ele e juntando nossos lábios em um beijo rápido.

— Vejo Joel falar do que ele passou com a Claire, e tenho muito medo de acontecer o mesmo com a gente — confessou, finalmente me olhando.

— Nós não somos eles. E pelo amor de Deus, é o Joel com a Claire. Se pudessem, teriam se casado na primeira semana que se conheceram de tão intensos e dramáticos que são.

Ele riu, passando a língua pelo lábio inferior. Me deu muita vontade de morder aquela boca... E eu obviamente não fiquei com vontade, segurei seu lábio inferior com os dentes e o puxei, soltando em seguida.

— Você é muito gostoso — confessei.

Ele soltou uma gargalhada e jogou a cabeça para trás.

— Meu Deus, Sophie. Voltando ao assunto...

— Bem... Levamos as coisas de uma forma mais leve, Zabdiel. Eu sei que a distância é um saco, mas estamos lidando bem com isso. E assim que meu chefe autorizar, eu vou poder ir para Miami, e as coisas vão ficar muito mais fáceis.

— Você sabe que tudo só vai piorar quando isso acontecer, não é? Vamos trabalhar juntos, isso nunca é coisa boa. Ainda mais quando nossos superiores descobrirem.

Revirei os olhos.

— Ninguém vai falar nada. As maiores vendas daquela gravadora na Europa vieram de álbuns que estavam nas mãos da minha equipe. Acredite, ter que escrever músicas para você e produzi-las será a melhor coisa da minha vida.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, obviamente desconfortável com algo, quando falou, preferi que não o tivesse feito.

— E quando nós terminarmos, isso ainda vai ser fácil?

Respirei fundo, me controlando muito para não dar um tapa na cara dele. Será que apenas agora o álcool estava fazendo efeito e o deixando depressivo?

— Zabdiel, que tal nós pensarmos que vamos ficar juntos para sempre, casar e ter lindos filhinhos com seus cachos e meus olhos verdes? É um lindo futuro, se foca nele. — Dei um tapinha em seu peito e me levantei, saindo da banheira. 

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