O Suicídio.

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Minhas mãos sujaram.
Se de sangue ou rancor, eu não sei.
O corpo emaranhado no chão.
Parecendo descansado.
Mas completamente falecido.
As mágoas não se esvaíram.
E o vazio está intacto como eu deixei.
Lembro de seu último olhar brilhante
E como ela possuía uma vida curta
De coração dançante.
E alma cega e surda.
A terra engoliu o corpo que enterrei
E aquele clima bizarro de morte.
Tão poético, tão incerto.
Ah, Destino cruel que criei!
E a incerteza se tornou beleza.
Enquanto minhas mãos sujas abrigavam o sangue
Daquela que um dia citei.
Daquela que um dia odiei.
Daquela que um dia fui.
E daquela que naquela tarde sinistra de fevereiro, eu matei.

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