5º Capitulo

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No fim de finalmente a ter conseguido por na cama, um suspiro saiu por entre os meus lábios. Virei o meu olhar para a entrada do meu quarto vendo a minha governanta com cara de ponto de interrogação a olhar para mim.

- é uma amiga. – murmurei antes que ela desse luz aos seus pensamentos e pensasse que era minha.. ew, namorada.

Ela saiu do quarto, caminhei até ao meu armário, começando por me despir. Agarrei numa camisola de alças branca e numas calças de fato de treino e vesti-os. O problema de ter convidados não desejados a dormir em minha casa é que não posso dormir na minha cama, nem andar como eu quero. Mas oh, ela não é uma convidada indesejada. Maldita voz que tenho dentro da cabeça.

Abri as portas duplas que davam acesso á minha sala, apenas a luz que era transmitida do lado de fora do grande prédio banhava a sala, era espantoso e assustador ao mesmo tempo.

Deixei a almofada e as mantas que tinha tirado do meu armário sobre o sofá branco, e sentei-me no banco do grande piano de cauda que a minha mão biológica me tinha comprado. Este situava-se mesmo de frente para a janela de vidro que dava a perfeita visão do que acontecia do lado de fora de Seattle, era lindo a maneira de como uma cidade que se encontrava na escuridão era completada com pequenos pontos luminosos.

Voltei a minha concentração para as teclas pretas e brancas que se encontravam á minha frente, e logo os meus dedos começaram a tocar nelas. O piano era uma das minhas grandes paixões, tocava até não poder mais e sinceramente o que eu queria mais neste momento era tocar { One Direction – Moments piano. }, não queria saber se acordava alguém, neste momento era apenas eu e os meus dedos a pressionarem nas teclas do piano.

Tinha de confessar, a melodia tocada era triste, mas eu era uma pessoa triste, muito triste. Automaticamente parei de tocar quando uma breve imagem do passado passou pela minha cabeça, tenho medo.

Mas afinal de contas o que é que me pode acontecer ? Apesar de haver um louco á solta que me quer matar, ou apesar de todas as visões em conjunto com os pesadelos que tenho tido ao longo de.. hm.. 4 anos. É demasiado para uma pessoa que apenas que ser feliz. E aqui estou eu, feito de parvo a ter pena de mim, uma das coisas que não devia ter. Eu tenho tudo o que quero, sou rico, tenho todas as miúdas que quero na minha cama, exceto ela..

Para de pensar nela caralho. Puxei o meu cabelo com força enquanto voltava a tocar, será que ela não me pode deixar em paz ? Até nos meus pensamentos aquela rapariga com olhos cinzentos, cabelos compridos castanhos, com um corpo cheio de curvas, lábios cheios.. oh para, para, para, para de pensar nela..

- Harry ? – E pronto, a voz fiminina que se encontrava á pouco na minha mente invadiu a minha sala, devido ao barulho do piano.

Olhei para ela, mas não sorri, nem disse nada. Sou oficialmente um caralho. Ela está embrulhada no lençol branco enquanto caminha até mim, em passos curtos. Não ela não está com medo.

Eu sabia o que ela ia fazer, afastei-me para o lado deixando algum espaço no banco e ela sentou-se ao meu lado. Apesar de ela estar vestida, ela puxava o lençol mais para si. Queria rir, mas não o fiz.

- Posso ? – a sua voz voltou a ecoar, mas ainda mais baixa.

Acenti com a cabeça e logo os seus dedos começaram a tocar nas teclas, e um som horrivél foi produzido por elas. Ela riu-se baixo ao perceber da minha cara quando ela tinha começado a tocar.

- Desculpa. – ela voltou a rir, ainda mais baixo, voltando o seu olhar para mim.

- Eu ensino-te. – um sorriso apareceu nos meus lábios, e o meu olhar voltou-se a cruzar com o dela, pela milésima vez num dia.

Ela sorriu-me, e as suas bochechas ganharam um pouco de cor sobre o meu olhar, não pode deixar de sorrir ainda mais com tal efeito.

Coloquei os meus dedos nas teclas, começando por tocar uma por uma, ela olhava-os, mas de vez em quanto conseguia apanhá-la a olhar para mim. Odiava quando as raparigas tinham o seu olhar fixado em mim, mas com ela era diferente.. tudo era diferente com ela.

No fim de algum tempo a tentar ensiná-la, ela lá conseguiu aprender alguma coisa. Mas quando dei por mim, já estávamos a conversar sobre o meu dom do piano. Ela ria-se de vez em quando, quando mencionava no quanto a minha mãe adorava o piano e no dia que aprendi a tocá-lo. E o seu riso, era sem duvida a coisa mais adorável que saia daqueles seus lábios, fora aquela língua que se encontrava entre os seus dentes, brancos e perfeitamente alinhados.

- Fala-me de ti. –murmurei com a voz rouca, encostando-me á beira do piano.

- Não há nada para falar de mim, sou uma pessoa normal, com gostos normais. – ela deu de ombros sorrindo levemente.

- és muito normal. – sussurrei.

- Por acaso não, é difícil de explicar. – um suspiro saiu por entre os seus lábios, e o seu olhar focou-se nas teclas pretas e brancas.

- Se quiseres, podes explicar. –murmurei.

- com o tempo. – ela riu-se baixo.

- com o tempo. – repeti, testando as palavras.

Isso quer dizer que vocês vão-se voltar a encontrar ! E lá está a voz no fundo da minha cabeça, é tão irritante, mas não pode deixar de sorrir com a ideia que ela me deu. Ela é linda, foda-se se não é. O seu olhar voltou a levantar-se na direção do meu, e logo os seus olhos tornaram-se mais claros. E coisas pretas passavam por eles, bem, por detrás deles. Sombras. Arregalei os meus olhos bastante, pensava que isso só acontecia comigo. Isso quer dizer que ela tem muitos segredos para serem revelados, mas que estranho.. Voltei a focar o meu olhar nos seus olhos e logo tudo se tornou branco.

O quarto era igual ao que eu estive, os mesmo sons encontravam-se como fundo. Sentei-me na cadeira vazia ao lado da cama, ela estava mais pálida do que o costume.. como no pesadelo. Agarrei na sua mão e o seu pulso estava ligado com uma fita cor de pele, uma mancha encontrava-se no seu braço mais acima. Apertei a sua mão, levando-a até aos meus lábios, fechei os meus olhos sentindo a minha mente a voltar ao estado emocional que já era frequente para mim.

- Desculpa, desculpa-me Katherine. Eu preciso de ti, por favor só te quero de volta, não tens noção da falta que me dás, eu juro que o mato se não voltares, juro. Eu sinto.. coisas.. eu não sei, unf.. foda-se, eu amo-te.

A minha voz não passava de um sussurro enquanto algumas lágrimas já antes formadas nos meus olhos, finalmente começavam a cair, eu acabei de lhe dizer que a amava. Estiquei-me mais para a frente e beijei-a, já não conseguia sentir o doce sabor que dantes sentia quando os seus lábios tocavam nos meus. Eles estavam arroxeados, e secos. Eu preciso dela.

- Eu sabia que a amavas. “

Uma visão do futuro. 

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