Capítulo 5 - Com Jamie

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Eu ainda estava imersa nessa lembrança quando fui trazida de volta ao presente por Lily que se despedia. Mel e Jared tinham saído há vários minutos, não sem que antes ela me jogasse um olhar indagativo. Eu fugi dos olhos dela e mais ainda dos de Jared, que olhava de mim para Ian com emoções mistas nos olhos. Eu não podia lidar com isso hoje, então me refugiei nas lembranças até que todos tivessem ido embora, menos Jamie e Lily, que ficou um pouco mais para combinar um jogo de futebol com Ian, agora que o pessoal estava desocupando a sala de jogos. Ela foi embora sorrindo e eu fiquei profundamente satisfeita de ver aquela cena. Lily sorria pouco ultimamente, mas aos poucos voltava ao que era. Naquele dia de tristeza, ela tinha me perguntado que sentido fazia que o amor e a vida continuassem. Eu não sabia. Mas quando eu a vi sorrindo e olhei para Ian e Jamie ao meu lado, eu podia imaginar uma resposta.

Jamie tinha se esticado no banco do refeitório e deitado a cabeça em meu colo e agora levantava todo desajeitado e bocejando para me dar um abraço de boa noite. Sonolento como estava, ele se demorou um pouco mais ali com o corpo apoiado no meu e a mão direita estendida ao lado da minha cabeça tocando o ombro de Ian, que estava bem atrás de mim. A mão direita de Ian contornou o outro lado da minha cabeça e alcançou as costas de Jamie, enquanto a esquerda pousou na curva de minha cintura. Saber que a família de Jamie estava crescendo, que havia mais alguém que faria qualquer coisa para protegê-lo e estar ali entre os dois era a felicidade mais sublime que havia e meus olhos se encheram de lágrimas. Antes que eu desabasse num choro inexplicável e deixasse os dois achando que tinha algo errado comigo, eu me recompus e disse:

– Boa noite, Jamie. Durma bem, querido.

– Boa noite, Peg. Boa noite, Ian.

– Boa noite, garoto.

Nosso abraço se desfez e Jamie rapidamente sumiu pelos corredores, nem parecendo que há poucos momentos estava praticamente adormecido em meu colo.

Ian continuava atrás de mim, ainda com a mão em minha cintura. Sem falar nada eu também sai pelo corredores com ele ao meu lado, cada parte de mim consciente da mão que me tocava, do braço que me enlaçava e do horizonte claro que se abria diante de mim naqueles corredores escuros e familiares.

A Hospedeira - Depois da ChuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora