Capítulo 2

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Amélia

Quando acordei estava um pouco escuro ainda, não fazia ideia que horas eram, nem reconheci imediatamente o quarto em que eu estava,como em um piscar de olhos me lembrei de tudo o que aconteceu, meus pais mortos, a viagem para Mindale, tia Maggie.

Apurei meus ouvidos e tentei ouvir se tinha algum movimento na casa, escutei passos no andar de baixo da casa, me levantei da cama ainda com a roupa de ontem então fui ao banheiro, a minha imagem no espelho não era das melhores, desci e encontrei tia Maggie colocando uma jarra de suco em cima da mesa.

- Bom dia - Ela disse assim que me viu - Fiz o café da manhã, não sabia do que você gostava, então fiz um pouco de tudo. - Ela continuou, me limitei a assentir com um aceno de cabeça. Ela me olhou esperando uma reação minha, mas acontece é que eu não sou uma pessoa muito sociável depois que acordo, muito menos se estou com uma quase estranha, então me sentei na cadeira e olhei para a mesa, tinha panquecas, pães, biscoitos e muito mais coisas, me perguntei quando ela fez isso porque só se passaram algumas horas que chegamos.

Peguei um café puro e beberiquei um pouco, estava forte, só assim mesmo para tentar seguir o dia que viria. Tia Maggie se sentou na minha frente e me olhou querendo falar alguma coisa, mas parece que não sabia como então eu comecei.

- Não como muito de manhã. -
Não era totalmente mentira, variava do humor que eu acordava.

- Eu também não como muito. - Olhei para ela arqueado uma sobrancelha em questionamento - Acho que me empolguei demais.- Ela disse e me olhou de novo esperando alguma coisa de mim, bebi mais um gole do café e falei.

- Diga logo o que você quer falar. - fui direto ao ponto. Ela tomou uma postura mais séria e começou a falar

Derek quer falar com você, ele vem jantar aqui hoje a noite para conversar com você.

- Quem é Derek? - Perguntei.

- Derek Hale, ele é o alfa da alcatéia. - Ótimo, já estou até vendo onde isso vai dar, tudo que eu queria era um alfa para ficar no meu pé.

- E o que ele quer comigo?

- Não sei, mas espero que você seja simpática e não retruque nada do que ele falar. Foi muito difícil convencer ele a te aceitar aqui.

- Para um lugar que eu nem queria vir. - Falei automaticamente e ela deu o mesmo olhar de minha mãe quando ela me repreendia.

- Mas está aqui agora, e eu pretendo que fique o maximo de tempo que puder.

Não a respondi e voltei ao meu café da manhã, tia Maggie também começou a comer o dela e ficamos nesse silencio por um tempo.
Quando ela se levantou para deixar a louça na pia percebi a roupa que ela estava vestindo, uma calça social preta, blusa de cetim azul escura e sapatos fechados de salto.

- Se apresse já estamos atrasadas. - Ela disse.

- Para o que? - Perguntei por que se não me engano hoje era terça-feira.

- Para a escola, eu sou a diretora e você é a mais nova aluna transferida. - Ela disse simplesmente.
Escola? Eu não estava lembrando de escola em um momento como esse.

- Você não vai atrás de quem matou meus pais?

- Não é a minha prioridade no momento. - Ela disse como se fosse normal. Me levantei e fui para perto dela.

- Sua prioridade no momento? Ela era sua irmã e você não vai fazer nada a respeito da morte da sua única irmã e seu cunhado? - Praticamente gritei com ela, Tia Maggie me olhou e deu um suspiro cansado massageando os olhos e disse

- Olha, temos que seguir com a vida, Ok? Eu tenho uma escola para administrar e você tem que se formar. Não adianta nada ficar em casa se remoendo pelo o que aconteceu e ficar pensando se poderia ter feito alguma coisa para impedir, porquê a resposta é: não, você nao poderia ter feito nada. Nem eu poderia. - Ela disse. - Sua mãe me fez prometer que se acontecesse alguma coisa com ela ou seu pai eu tomaria conta de você. Por isso você está aqui. - Ela continuou. - Vá se arrumar Amélia, estamos atrasadas.

Subi as escadas e fui para meu quarto, minhas malas ainda estavam jogadas no chão. Olhei para a janela e percebi que deveria estar frio lá fora, então peguei uma roupa quente e fui tomar banho. Um banho rápido saí do box, chegando em frente o espelho vi um rosto abatido e olhos opacos, dei um suspiro e soltei meu cabelo que até então preso e ele caiu sobre os meus ombros com ondulações nas pontas, passei a mão neles para desembaraçar e saí do banheiro . Fui para meu quarto e me vesti, não tinha nada para levar então desci e tia Maggie estava me esperando já.

- Vamos. - Ela me chamou, atravessamos a porta e ela a trancou, entramos no carro e ela deu partida, uma música estava tocando no rádio para preencher o vazio.

Quando chegamos no estacionamento da escola já eram 8 horas, nao tinha ninguem por perto o que significava que o sinal já tinha batido, comecei a sair do carro quando tia Maggie me segurou pelo braço - Só mais uma coisa Amélia, não diga a ninguém quem você realmente é, todos acham que você é uma bruxa, deixem pensar isso de você até conversar com Derek.- Ela me pediu, posso fazer isso, não é como se eu fosse amigos mesmo.

- Tá bom. - Respondi simplesmente, saímos do carro e rumamos para dentro da escola.

- Tenho que ir na minha sala e pegar seus papeis, sua primeira aula é de história com o Sr. Werdebeen que odeia atrasos. - Ela disse mas acho eu foi para ela mesma.
Fomos em sua sala, ela pegou o que tinha que pegar e fomos procurar a sala 3003. Essa escola é enorme, com dois andares, quadra aberta e fechada, um campo de futebol e muitas outras que eu não fazia ideia, na minha outra escola era assim, mas diferente um pouco, Mindale High school era a típica escola de cidade pequena.

- Chegamos. - Ela disse quando paramos em frente a uma porta branca, ela bateu e um homem atendeu a porta

- Margarey! - Ele disse um pouco surpreso - Quer dizer, diretora Morrigan. - Ele limpou a garganta e se corrigiu. Ele deu espaço para passarmos, quando entrei senti um cheiro de madeira com hortelã muito bom, queria descobrir de onde vinha aquele cheiro bom mas tia Maggie começou a falar.

-Bom dia dia Sr. Werdebeen, essa é Amélia Morrigan, minha sobrinha, ela vai ser dessa classe a partir de hoje. - Ela anunciou e o senhor Werdebeen assentiu olhando para mim, tia Maggie saiu desejando uma boa aula enquanto me deixou la parada.

- Quer se apresentar para a turma?- Ele perguntou e eu neguei. - Pode se sentar ali por favor.

Ele apontou para o final da fila do lado esquerdo. Enquanto eu andava mais eu sentia o cheiro de madeira com hortelã. Me sentei atrás de uma garota ruiva e o cheiro ali era mais forte, olhei para o lado para procurar de onde vinha e dei de cara com um par de olhos castanhos escuros me encarando também, eles eram intensos e parecia que enxergava dentro da minha alma.
Olhei para a pessoa em si e era um gsroto bonito, ele tinha cabelos negros, um maxilar quadrado, sobrancelhas grossas, cílios grandes, estava vestido com uma jaqueta preta de couro constatando com seus olhos e cabelos escuros. Me perdi um pouco olhando para ele e mantive o olhar, mas fui tirada dos meus devaneios quando a garota ruiva na minha frente se virou para trás começando a conversar comigo

- Oi eu sou a Tereza Jones, mas você pode me chamar de Tess ou Tessa, tanto faz. Você é Amélia né? Sobrinha da diretora Morrigan. Como é viver com ela? Ah, eu sou a representante de turma, se você quiser alguma ajuda pode falar comigo imediatamente. -
Ela não parou para respirar e estava falando como um furacão, quando ia responder ela o professor falou

- A senhorita gostaria de apresentar a aula senhorita Jones já que esta virada para trás conversando? - Ele falou com ela, Tereza ficou um pouco vermelha por ter sido pega no flaga, mas se recuperou rápido respondendo

- Não Sr. Werdebeen, só estava falando para a Amélia que ela poderia me procurar se precisar de ajuda.

- Eu sou o professor Tereza, se a senhorita Morrigan tiver alguma dúvida ela vem até a mim perguntar, fui claro?

- Cristalino. - Tereza respondeu e a turma riu, Sr. Wedebeen negou com a cabeça falando baixo que ela era impossível e voltou a dar aula, Tereza queria olhar para trás toda hora mas era sempre repreendida só com um olhar. Tentei prestar atenção na aula mesmo sabendo que era observada pelo o dono do par de olhos escuros. Queria saber quem ele era.

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