Início do fim

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Acordou cedo. Continuou na cama olhando para o teto até a hora de ir para o trabalho, ali, deitado, é que se passavam mil coisas por sua mente. Entediado com a rotina, como sempre, Eric S. Leroy se arrumava para ir até a gráfica na qual trabalhava como encarregado da limpeza. Ausente de alegria em suas expressões, a única coisa que o fazia ficar animado, era a companhia de seus amigos Ruby e Gabe. Planejavam morar todos juntos quando saíssem da casa dos pais, algo como um sonho mútuo que os unia.

Depois de um dia cansativo na gráfica, Eric foi até seu quarto pegar seu laptop, era comum que, durante seu tempo livre, ele ligasse para os amigos. Mas o laptop não estava na gaveta de sempre. Roubado? Impossível, pois Constance, mãe de Eric, esteve o dia todo em casa cuidando de seu jardim.

Eric estava nervoso, de uma maneira incomum. Ele se dirigiu até a porta do quarto de Constance que também, estranhamente, estava trancado. Irritado, ele socou a porta com toda a força e gritou para que sua mãe a abrisse e devolvesse o seu tão querido bem. "Só abro se você prometer tomar seus remédios direito". O medo na voz de Constance era notável.

Um longo silêncio tomou conta do ambiente. Eric andou até a caixa de força da casa desligando todas as chaves de energia. Enquanto isso, Constance ligava para seu ex-marido pedindo alguma ajuda.

Simon, pai de Eric, chegou à casa e ela estava em breu total. O homem, de porte médio, caminhou pela enorme casa sem iluminação procurando por Constance ou Eric. Um vulto passou por Simon, vulto esse que lhe parecia ser enorme. Simon andou devagar se esforçando para não fazer barulho.

"Estúpido... Eu estou te vendo desde que entrou na maldita casa". A voz de Eric era como um sussurro. Simon procurou em todos os lados numa tentativa desesperada de encontrar alguém, mesmo assim, ele não enxergou ninguém. Um som, parecido com um gemido, mas breve, veio dos fundos da casa.

Instintivamente, Simon correu pela escuridão procurando alguma forma de encontrar Constance. Um clique ouvido ao longe, e apenas uma luz foi acesa. A luz do quarto de Eric, quarto que ficava nos fundos da casa depois de um pequeno corredor.

"Que diabos de brincadeira é essa, garoto?!", Gritou Simon tocando a maçaneta do quarto de Eric que estava trancada. A luz passou por uma fresta debaixo da porta. Simon se abaixou para olhar pela fechadura e viu Constance algemada e amordaçada.

"Que parte disso você acha que é brincadeira?" Ele olhou para trás, Simon viu seu filho, com uma grande bastão de baseball feito de alumínio, uma máscara de porco e um sobretudo. O garoto levanta o taco e acertou o ombro esquerdo de Simon com toda a sua força.

O grito de dor estridente foi escutado por toda a vizinhança, e a polícia foi chamada.

"EU NÃO VOU TOMAR OS MALDITOS REMÉDIOS!!!"

2 SEMANAS DEPOIS DO OCORRIDO

"Você vai ser muito bem tratado aqui, vai tomar seus remédios direitinho e vai sair mais são que o homem mais são dos sãos". Constance disse enquanto assinava o último contrato para a internação de Eric.

"Eu odeio estar aqui." As portas se fecharam e assim se iniciaram seus 4 meses de tratamento intensivo.

Mas aquele não era o fim de sua jornada e nem o último ato de crueldade que Eric cometia. Aquele era apenas... O início do fim.

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