On
- Soltem os reféns e saiam com as mãos pra cima -as vozes em auto falante ressoam do lado de fora da loja de jóias, vozes estas que assustam os dois bandidos, provavelmente irmãos, um deles até mesmo mais velho que o outro ainda deixa um pequeno grito de surpresa, Alex faz de tudo para segurar o riso
- Merda, merda! Lascou! Fomos pegos! - o encapuzado mais novo fala desesperado
- Não! Podemos procurar uma solução...você velhote! Tem alguma saída à não ser a porta da frente? -o mais velho pergunta para o senhor de idade que trabalha no local
- Não, sinto muito -responde
- Droga!
A- É...com licença... -começa, tirando um olhar um tanto que surpreso do que está ao seu lado, este que o cutuca perguntando o que tinha em mente, recebendo uma resposta que não o fez ficar satisfeito- se vocês se entregarem agora, no momento em que eles pediram para se entregarem, o máximo que vocês irão tirar de prisão é 1 ano, considerando a idade de vocês e que não estão utilizando armas
- Mas estamos armados...
A- Não...sei que as armas são de brinquedo, bem realistas, mais de brinquedo -fala com convicção, chamando agora a atenção dos reféns que estavam mais distantes
- Espertinho...
- E o que você sugere que nós façamos? Que nos entregue? É isso?
A- Sim -fala simplesmente, ambos os ladrões se entreolham e um puxa o outro para conversar
L- Você é maluco? -indaga sussurrando
A- Óbvio -brinca mostrando a língua- mas tudo que eu falei é verdade, então...não haverá nenhum problema se eles considerarem
L- ...tu quer morrer mesmo não é? E se a arma fosse de verdade em?
A- Aí complicava...porque...como eu acho que eles são menores de idade, iriam responder por porte ilegal de arm- é interrompido por uma tapa na sua nuca
L- Não era disso que eu tava falando! Imbecil, maldito, idiota... -continua resmungando
A- Espera aí...estou sentindo algo inacreditável aqui... -fala colocando a mão no rosto- você tava preocupado comigo?
L- Claro que não! Tá maluco!?
A- Já disse que estou!
L- Só tava falando...quem iria me ensinar as regras da divisão quando eu me esquecesse? -a frase vai diminuindo cada vez mais o seu volume
A- ......ownt! Me dá um abraço mano! -responde literalmente pulando em cima do outro, este que o repreende e dá vários socos e tapas fracas no mesmo
Os dois param com sua "cena" quando ouvem o som de uma tosse forçada, o silêncio talvez fosse possível se não houvesse o barulho dos inúmeros carros da polícia ao lado de fora
- Então...nós vamos nos entregar -fala e um contínuo suspiro de alívio é ouvido- não sei o que estávamos pensando quando recorremos à está alternativa, somos pobres, mais não é por causa disso que perderemos a nossa dignidade
A- Que bom que não escolheram o mal caminhoOs reféns são liberados aos poucos, logo após sendo seguidos pelos causadores do tamanho tumulto
- Ei, vocês! Menores de idade! -um dos policiais chama a atenção das duas "crianças" no meio de tantos adultos
L- Quem nos chama?
- O mestre dos magos
A- ....
L- ....
A- Pfffffffff ahahahaha! -o riso extremamente exagerado tira altos olhares alheios, até mesmo faz rir aqueles que nem sabiam do que se estava à falar alí, apenas o que os chamou continua parado com a frase: "idiotas...são idiotas" à repetir constantemente em seu pensamento
L- Porque estamos rindo mesmo? -pergunta em meio à gargalhadas
A- Nem eu sei -as risadas permanecem até os dois "idiotas" quase que sentarem para descansar- ...ai....então -fala limpando uma lágrima- o que queria nos falar?
- Idio- não, não era isso...Vocês tem algum problema mental? -se repreende por pouco não falar o que tinha em mente
L- Acho que sim, espero que não -fala sério, arrancando um suspiro do da frente de si
- Ok...apenas me sigam
A- P-porque!? Rir de você foi um crime de desacato à autoridade, ou sei lá? No! Não posso ser preso ainda! Tenho muitas coisas para fazer! -encena
L- "Ainda"?
- Apenas não posso deixar duas crianças irem embora, depois de serem feitas de reféns sem contatar seus pais -explica, abrindo assim a porta do banco de trás do carroCerca de meia hora depois, os três chegam na delegacia
A- Ohh...oh -fala embasbacado olhando para todos os mínimos detalhes do local em que se encontrava
L- Que isso? Virou turista? -indaga, vendo o outro pegar uma estátua da justiça em suas mãos com os olhos brilhando
A- Sr. Policial, à quanto tempo trabalha nesse emprego? É legal? Já matou algum bandido? Qual foi o melhor caso em que você trabalhou? Como são... -o garoto continua, tirando um suspiro um tanto que longo do que estava à ser interrogado
L- Não liga, ele só assiste muito "C.S.I" -fala saindo sendo seguido pelo maior
A- Ei! Não me ignorem!
- Bem...esperem aqui, com os telefones que você me deram no caminho vou ligar pro seus pais e explicar a situação -os dois assentem em afirmação já sentando em um banco qualquer
A- ........ei, bora brincar de pedra, papel e tesoura?
L- Bora -responde começando a tão aguardada brincadeira, esta que à alguns minutos depois é terminada com o placar de 11/09
A- Cagado -dita cabisbaixo por sua derrota
L- Não sou cagado, apenas você que não tem sorte, hehehe -convencido faz uma pose de vitória
A- Horrível -o passatempo de ambos os garotos é interrompido pela imensa "feira" que se converte ao seu redor, vozes uma por cima das outras à serem entoadas não tão longe dali
- Mas que merda! Como vocês foram perder algo assim!? -uma mulher grita irritada
- Ele pulou de um prédio, óbvio que não iria sobreviver -um homem um pouco mais jovem que si responde
- Porque não fecharam todo o edifício em vez de correrem atrás dele!? -fala perdendo a paciência
- Acabou ok? Ele já está morto, não tem mais volta -um mais calmo, ameniza o clima pesado, a mulher deixa ser solto um suspiro cansado
- O que me deixa mais irritada é que não teremos mais como retirarmos informações de alguém morto -a moça fala aceitando a realidade, um dos subordinados começa a espalhar inúmeras fotos no "quadro negro", tais fotos que chamam tamanha atenção do denominado Alex
A- Ei! -grita atraindo os olhares para si, juntamente da expressão surpresa do acentado ao seu lado, este que repetia diversas vezes a frase: "de novo não"- não acho que uma queda dessa altura faria um estrago tão grande assim, considerando que tem sacos de lixo para suavizar a queda. Talvez, quem estavam perseguindo, tenha fugido enquanto vocês desciam as escadas, pegando assim um corpo dos "achados dentro dos sacos", como vejo daqui, fingindo sua morteNeste momento, nenhum deles estavam preocupados com as brutais imagens que estavam sendo exibidas para dois menores de idade, estes que prestavam bastante atenção nos detalhes dos corpos abertos e lembravam da aula de biologia que tiveram no mesmo dia, os policiais apenas se achavam "burros" por não pensarem mais que uma criança, talvez se frequentassem mais vezes o "dia de treinamento do grupo", teriam decifrado tal caso óbvio
- E p-pra onde você acha que ele fugiu? -a mulher indaga
A- Ah...bom, o beco ao qual ele provavelmente correu pra se safar só tem uma saída, essa saída leva diretamente para a rua novamente, lá vocês podem pegar as imagens das câmeras e até mesmo encontrar o esconderijo deles, fácil, fácil -responde sutilmente
- E-er...você pode vir com a gente um minutinho?
A- Claro -fala seguindo os mais velhos
L- As vezes me assusto com ele -declara agora sozinho no bancoUm curto período de tempo depois, o policial de antes chega ao encontro de Lee
- O que!? Cadê o outro pirralho!? -pergunta desesperado ao pensar que havia perdido uma "criança"
L- Ele começou a falar de mais e algumas pessoas o levaram -fala não explicando direito, deixando o outro ainda mais angustiado
- Hoje não é o meu dia de sorte -coloca a mão na cabeça
L- Ei, posso te fazer uma pergunta? -fala e o mais alto cossa a nuca sem graça
- Merda, sabia que esse dia chegaria, bem...todo garoto da sua idade começa a ter transformações em seu corpo, é normal, os pelos que começam a crescer por suas-
L- NÃO! Para por favor! Não era isso!
- Ah, não? Hehehe
L- O-onde é o banheiro?Vários minutos se passam, e o que dizia estar calmo começa a se desesperar mais que o normal. O fato de Alex ter sumido à duas horas atrás deixava o pré-adolescente "maluco"
L- Onde diabos ele tá!? -dita misturando seus sentimentos em raiva e aflição
A mãe sensível (até mais do que o normal) do dito cujo tenta ser acalmada por um dos "responsáveis" de ter o perdido. A delegacia se encontra barulhenta, com as inúmeras ligações à serem feitas na busca de um único garoto, o qual foi levado por, assim dizer, "falar demais"
Vinte segundos depois, o tão procurado surge como se nada houvesse ocorrido, com um sorriso no rosto e a autoritária policial ao seu lado, este que é literalmente agarrado por quem o trouxe ao mundo
- Onde você tava!? -a senhora indaga em meio à prantos
A- Resolvendo casos -dita brilhantemente enquanto faz uma arma com as mão colocando abaixo do queixo, sim, diria que foi possível ver um "glitter" ao lado de seu rosto
Lee apenas suspira aliviado, tendo finalmente o seu "descanso" do dia, sem preocupações denominadas desnecessáriasO caminho para casa se converte a um tanto que longo, considerando o silêncio dentro do automóvel, se não fosse assim pela palavras duras da mãe do que à momentos atrás não se sabia a localização, ambos os garotos digamos que cansados pelo dia agitado que obtiveram, mas mesmo assim a senhora à lhes por juízo, ditando para terem mais cuidado com os perigos do mundo.
A primeira parada é na moradia do que, no momento, se encontra mais quieto. O mais baixo sai do carro silenciosamente, lançando um "tchauzinho" com a mão e um "obrigado pela carona". Caminha até a porta de madeira, vendo assim o veículo dobrar a primeira rua à esquerda, sumindo de sua linha de visão, abre a porta, estranhando o fato do cômodo tão silencioso, as luzes apagadas que produzem tamanha escuridão também não ajuda. Com isso, uma enorme interrogação cria-se em seu rosto, as perguntas à surgirem em sua mente "onde está a mamãe?", e assim respostas de conforto "talvez hoje tenha que trabalhar até tarde"
Um suspiro é ouvido pelo garoto, este que agora se rende ao cansaço, parando de pensar em vidas alheias, liga as luzes, o ventilador, e se lança no sofá a sua frente, começando a dar um breve cochilo
Despreocupadamente, porém não sabendo ele que talvez sua mãe nunca mais retorne para casa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
The strange friendship between the detective and the killer
Misterio / SuspensoDois garotos se encontram por acaso em uma situação um tanto que peculiar, depois disso uma enorme amizade cresce entre ambos. Suas vidas seguem com brincadeiras e piadas sem graça, porém um dos garotos, em busca de dinheiro para pagar algo de taman...