Finalmente eu havia feito 16 anos. De todos os meus aniversários e de todos os meus presentes, esse com certeza foi o melhor de todos: Finalmente eu iria ao mundo de fora, rumo á Alemanha. Eu certamente não iria dar uma volta ao mundo, provavelmente parmeneceria apenas no pequeno espaço da academia, mas eu poderia finalmente conhecer novas pessoas e ser livre, sem a supervisão do meu pai. Ele sempre foi muito apegado a mim: nós já havíamos perdido a minha mãe e meu pai tinha muito medo de me perder também. Desde criança, minha única amizade naquele lugar foi Mepht, meu vizinho. Lembro que quando ele soube que eu iria á Academia, Mepht quase chorou de emoção e ficou muito feliz pelo meu sucesso. Eu adoraria que ele tivesse vindo comigo, pois esse sonho de conhecer o mundo também era o sonho de Mepht, mas infelizmente sua família tem negócios a fazer e precisam dele.
E depois de um longo tempo de viagem, cheguei na escola. Os termômetros marcavam apenas 14 graus e eu usava roupas muito curtas: Eu nem imaginava que faria tanto frio aqui em cima. Mas eu não tinha tempo a perder: Cheguei bem mais cedo do que precisava, mas não tão cedo quanto a abertura dos portões: Passei pelas grandes grades decoradas de ouro, e logo vi uma vasta área verde, logo ao lado de um grande castelo gótico. Lá longe, havia um pequeno banco de madeira, com algumas partes cobertas por um tipo de visco e flores esbranquiçadas. Logo me sentei no banco, olhando para os lados. Não via nenhuma pessoa sequer, todo aquele jardim gigante estava muito vazio, deserto, e eu sentia um frio absurdo: até mesmo a madeira daquele banco me congelava. Naquela situação insuportável, fechei meus olhos, com sono, até que senti algo quente na minha perna; ma mesma hora, abri meus olhos assustada.
- Ah... - Eu vi um rapaz de cabelos loiros e olhos acizentados. Seu rosto era bonito, com duas marcas azuis, uma em cada bochecha. Além disso, o rapaz vestia roupas de frio, um casaco marrom-claro com pelo sintético branco no gorro, um suéter de lã bem grosso, calças jeans azul-escuro e botas coturno pretas.
- Você é a aluna nova? - Ele perguntou com um pequeno sorriso no rosto, enquanto eu tentava relaxar meus braços, contraídos pelo frio. - Nossa! Você está tremendo!
- N-não sou daqui... Não esperava esse frio... - Ele se levantou do pequeno banquinho e estendeu sua mão para me ajudar a levantar. O rapaz olhava para um ponto levemente longe, uma grande árvore, talvez a maior do jardim.
- Acho que posso te ajudar. - Ele voltou a olhar pra mim com um pequeno sorriso novamente, e começou a caminhar até a árvore. Qualquer pessoa acharia estranho, num lugar tão deserto, andar com um homem qualquer para um lugar desconhecido, mas aquele homem me dava uma sensação de paz, de segurança.
Após pouco tempo de caminhada, chegamos até a grande árvore. Juntos, fomos até uma pequena e bem firme escadinha e a subimos.
- Tudo bem, senhorita? - Ele me perguntou quando chegamos no topo da árvore, em uma pequena construção de madeira; Eu concordei com a cabeça - Alías... Como posso te chamar?
- Evelynn... - Eu cruzei os braços, fortemente incomodada pelo frio.
- Nath? - Uma voz, de dentro da casa, questionou. Pasamos pela pequena portinha de madeira e entramos na pequena casinha.
- Temos visitas! - Dentro da casa, haviam várias pessoas sentadas no chão, em forma de roda; Eram cerca de 6 pessoas. - Essa é a Evelynn. - Ele se sentou em um dos cantos vazios da roda, e eu me sentei ao seu lado.
- Misericórdia, como você ainda não morreu? - Uma garota de cabelos muito curtos e brancos me questionou ao me ver tremendo, encolhida. Ela pegou um casaco preto de sua mochila e jogou para mim.
- Não tenho muitas roupas quentes, não sou acostumada com esse clima... - Me vesti com o casaco, que era grosso e muito quente, além de bem largo: Minhas mãos ficavam escondidas nas mangas, fato que me surpreendeu. A garota era claramente menor que eu, como possuia um casaco tão grande?
- Bem, sou Renn. - Ela ajeitou a grande franja que quase cobria um de seus olhos, presa por uma presilha em forma de X. Um de seus joelhos estava dobrado para cima, enquanto a outra estava deitada no chão.
- EII! ♡ - Uma garota da pele morena e os cabelos castanho-escuro, além de muito fofinha, me cumprimentou muito alegre: Ela tinha chifres de cervo e bochechas bem rosadas - Sou Ayya! - Ela deu um grande sorriso e olhou para um garoto em seu lado. - Tá nervoso?
- N-não! - O rapaz, bem alto e moreno olhou pra mim e sorriu: Ele aparentava ser bem tímido e estava bem encolhido - Sou o Elliot...
- Puta que pariu, vocês enrolam demais! - O garoto de cabelos loiros e cacheados parecia bem impaciente. Ele vestia um moletom cinza bem grosso, com um bordado de coração no peito direito. - Meu nome é Louis, querida, e esse é o Lucian... - Ele disse, batendo no peito de um rapaz bem pálido, com os cabelos grandes, avermelhados e bem lisos, além de ter uma expressão bem séria; Ele reclamou com um gritinho. - Esse princeso aí é o Nathaniel, e essa é...
- Sim? - Louis apontou para uma garota de cabelos curtos e bem negros, que vestia um longo vestido vitoriano de um tom vinho; Ela bebia um pouco de chá numa xícara de porcelana decorada e, aparentemente, bem antiga. - Rosemary Claire Julliet III.
- Rosy. - O loiro impaciente corrigiu - Rosy vampirinha doidona. - Ela riu, e bebeu mais um pouco de seu chá quente. - Enfim... Seja bem vinda, minha querida! - Louis deu um gentil sorriso e olhou para mim, antes de voltar seu olhar para Lucian.
- Acho que está na hora da aula, pessoal! - Rosemary levantou-se, deixando sua xícara de chá em um canto da casa. - Posso te acompanhar, senhorita? - Ela perguntou com um lindo sorriso, deixando á mostra seus dentes bem brancos que contrastavam com o batom escuro; Eu concordei com a cabeça, levantando do chão de madeira.
To Be Continued...
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Rosenstock Academy
FantasyCansada de sua vida monótona e protegida, a jovem filha de Lúcifer desejava com todas as suas forças poder, algum dia, conhecer o mundo de fora: Ao completar 16 anos, Evelynn foi presenteada com a oportunidade de ir á conhecida Academia Rosenstock...