Acordei na primeira paragem da camioneta. Paramos numa área de serviço que, segundo o Alex, "demorou uma eternidade" para ser efetuada, mas eu sentia me como se tivesse acabado de entrar. É fascinante de como o sono consegue ser um analgésico de todos os teus pensamentos do teu cérebro, quer os bons, como os maus. Quer o tempo, como o espaço onde estás. Durante esse tempo indeterminado que estamos em transe, é como se tudo tivesse terminado, ou que simplesmente não tivesse existido. O sono acaba por ser uma antecâmara da morte. Será esse o verdadeiro motivo do suicídio?
Saímos da camioneta. Era capaz de ser umas 4 horas da madrugada. Tínhamos partido bem cedo do norte do país para conseguirmos chegar ainda de manhã à casa da Laura.
Francisco: Oh Alex! A tua prima... já não a vejo há muito... continua podre de boa?
Alex: Não comeces com as tuas cenas. Ela é minha prima.
Francisco: É? Melhor ainda. Fica tudo entre família.
Alex: Vai-te foder. - disse com desprezo.
Pedro: Francisco, enquanto não resolveres a situação da Andreia estás impedido de ter qualquer tipo de contacto com uma miúda.
Francisco: Ei oh Pedro! Outra vez não! Já disse que estava bêbado.
Pedro: Sim, a desculpa é sempre a mesma.
(Rizo compulsivo)
A Andreia, era, sem dúvida a rapariga mais chata e mais nerd do liceu. Não que isso seja impedimento para o Francisco ter ficado com ela na noite do Halloween, até porque foi isso que aconteceu. Mas desde aí a pobre da rapariga vive atrás do Francisco, e como ele "gosta imenso" de relacionamentos e sentir-se preso, ele vive fugindo dela.
Francisco: Estão a gozar?! Queria ver se fosse com vocês. Na noite passada mandou-me uma mensagem: "Boa noite para o meu XUXU". Juro que invejo quem está preso. Ainda bem que vou estar uma semana sem a ter em cima de mim.
Pedro: Quem desdenha quer comprar!
O Francisco é mesmo cromo. Quer dizer, acho que até é interessante sentir que tens alguém a desejar-te e capaz de fazer de tudo para ficar contigo. Não sei, acho que nunca passei por tal situação. Eu já tive algumas namoradas, mas nunca foram marcantes o suficiente para não se cansarem de mim ou eu delas.
Pedro: Estou cheio de fome! Vou comprar qualquer coisa.
Alex: Vai lá. Nós vamos indo para os nossos lugares.
Detesto áreas de serviço no geral, todos os produtos são absurdamente caros, e detesto esta em específico porque fiquei à espera que alguém me atendesse, durante longos minutos. Quando alguém se dignou a sair da merda do computador e vir atender-me, pedi uma água e um pastel de nata.
Dirijo-me ao autocarro e FODA-SE!!
Pedro: NÃO! NÃO! NÃO!
A merda da camioneta tinha partido. E aqueles palhaços não disseram ao motorista para esperar por mim. Foda-se! E agora o que é que eu vou fazer só com uns trocos na carteira, sem telemóvel, sem bagagem, no meio do nada? Fodeu!
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A um traço de loucura
Teen FictionIrei relatar uma história diretamente dos pântanos mais profundos do meu cérebro. No final de contas é só mais uma história de teenagers. NÃO É UMA FANFIC! É algo inteiramente criado por mim! Desculpem alguma falta de inteligência e de senso comum d...