Capítulo 2 - Temor a Deus

33 4 0
                                    

O temor a Deus é o princípio da sabedoria. Sendo assim, é uma virtude na qual todo o cristão deve possuir, afinal compreende que com Deus não se brinca e tem a fé de que ele é real, porquanto temor é o mesmo que reverência, obediência ao Senhor, nosso Deus, assim como é dito em Provérbios 9.10-11: "Para ser sábio, é preciso primeiro temer a Deus, o Senhor. Se você conhece o Deus Santo, então você tem compreensão das coisas. ¹¹A sabedoria fará com que você viva uma vida mais longa." Essa passagem também se assemelha a Salmos 111.10, Provérbios 1.7, e Jó 28.28. Com a sabedoria que vem do alto, a partir do Espírito Santo que nos revela as coisas profundas e escondidas, sabemos discernir aquilo que é e que não é de Deus. Sabemos como proceder corretamente. Observe 1 Coríntios 2.6-16.

Somente um homem ou uma mulher temente a Deus pode vir a ser a pessoa certa para a sua vida. Afinal Deus não se agrada de um jugo desigual, seja a fé e fundamento diferentes ou as intenções do coração opostas. A pessoa certa terá um mesmo propósito que o seu de juntos servirem a Deus com todas as suas forças, de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento.

— Aihara, como pôde agir de maneira tão imprudente para com o nosso convidado? — bradou, seu pai, enquanto ela apenas suspirou indignada, afinal, para ela, não havia feito nada demais.

— Meu pai, eu conversei com ele da forma mais prudente possível. Imagine se ele fosse um rapaz que buscasse me conhecer com segundas intenções?

— Ele é cristão, minha filha!

— Existem cristãos que possuem más intenções também. Alguns só são cristãos de boca — disse e cruzou os braços, zangada por receber mais uma repreensão de seu pai.

— Mas eu o conheço e a família dele é de boa índole.

— Mas eu não o conhecia. Como posso agir tão naturalmente para o convidado quando não sei nada sobre ele? Eu gosto de investigar quem são as pessoas que os senhores fazem questão de que eu conheça. — Suspirou.

— Mas tu tens a mania de se precipitar nas conclusões.

— Não. É tanto que eu sondo para ver o que irão dizer — respondeu, Aihara.

— Sua astúcia é incalculável, querida! — disse, Alberto, balançando a cabeça em negação. — Só espero que ele não tenha pavor de vir aqui novamente por culpa sua. — E ela apenas deu de ombros.

— Querido, deixe-a! Algo me diz que ele gostou de ter vindo aqui. Quem sabe não pode ser o futuro pretendente de nossa filha — Blanca proferiu, risonha, e Aihara se aborreceu com cada palavra, pois ela não desejava entrar em um relacionamento ainda sem antes estar com sua vida estruturada.

— Mãe! — vociferou. — Meus ouvidos doeram ao escutar tal coisa. Ele não será meu pretendente!

— Se assim dizes, quem sou eu para contestar? Mas o clima entre os dois foi muito agradável. — Sua mãe a olhou, sugestiva e sorriu levemente. — Está bem, não está mais aqui quem falou. — Levantou as mãos em sinal de redenção ao ver a filha com um semblante desgostoso.

— Eu vou estudar — disse, subindo a escada.

Aihara passou o resto da tarde no quarto, estudando, e, ao anoitecer, ela se levantou a fim de olhar o horário, pois iria para a igreja junto com seus pais. Por mais que aparentemente ela fosse filha única, ela possuía um irmão mais velho de vinte e cinco anos, casado e com filhos para cuidar, porém pouco o via por conta da distância, afinal ele morava noutra cidade.

(...)

Na igreja, todos foram bem recebidos pelo porteiro bastante carismático. Aihara se agradava dele, porquanto era o mais alegre e sabia cativar as pessoas para que retornassem a visitar a congregação. Mas, ao adentrar e procurar um assento vazio, deparou-se com Lucas se saciando no bebedouro. De imediato, ela se sentiu incomodada com a sua presença, porquanto seus pais já estavam imaginando coisas concernente aos dois por causa de uma simples conversa. Ela não tinha interesse algum nele independente de sua beleza física que era de deixar qualquer uma de queixo caído, pois ela não se importava com essas coisas e também não possuía pretensão alguma de entrar num relacionamento porque se sentia muito bem sozinha. Mas dificilmente se consegue ser como o apóstolo Paulo dedicado ao celibato; não que ela tivesse esse pensamento, mas seus pais achavam que ela o possuía.

Aihara revirou os olhos ao vê-lo e se assentou no canto esquerdo enquanto ele estava assentando no direito. Mas, logo, ela recordou-se de orar e por isso não demorou a se ajoelhar e agradecer a Deus por ter chegado ali com vida.

À medida que ela orava, o pastor iniciava o culto com uma canção do hinário da harpa cristã bastante conhecido, então ela se levantou e, ao fitar de soslaio a Lucas, percebeu que ele também louvava, com os olhos fechados, levando-a a sorrir involuntariamente. Sendo assim, ela se pôs a louvar assim como os demais, sentir a melodia e meditar em cada palavra.

(...)Fala-me suavemente! Fala, com muito amor! Vencedor para sempre, livre te hei de por; fala-me cada dia, sempre em terno tomar; ouvir tua voz eu quero e neste mesmo som.

Para teus filhos fala, e, no caminho bom, pela bondade os guia a pedir o santo dom; quererão consagrar-se para suas vidas dar. Obedecendo a Cristo e com fervor o amar. (...)

Quanto mais Aihara entoava um cântico ao Senhor, mais ela sorria, pois sentia que a graça e a paz repousavam sobre ela, induzindo-a a verter lágrimas de adoração. E, em pensamento, ela disse a Deus:

Senhor, prospera em mim o fruto do Espírito para que a minha vida seja mais cheia de ti.

Na última estrofe do hino, Lucas abriu os olhos e mirou em sua direção. E, ao contemplá-la, pode ver um brilho diferente em sua face que ele não notara antes, deixando-o ainda mais curioso por querer conhecê-la mais. Então ouviu uma voz ressoar em seu ouvido dizendo: É ela!

__________________________________

Não se esqueçam de deixar seu voto e/ou comentário caso tenham gostado!

Bjs! ;)

Onde está a pessoa certa?Onde histórias criam vida. Descubra agora