II - you're late pt 2

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“Good things take time, right? So that's why you're late.”

p.o.v

•°~ Park Jimin ~°•

O homem ficou calado, olhando para a mesa como se seus pensamentos estivessem muito longe dali. E eu sentia, não sei bem como, ou porque, mas eu sentia que algo grande iria acontecer ainda hoje…

[ • • • ]

Movi minha cabeça para o lado, tentando observar a parede de vidro por detrás de mim. Minha vontade era de me atirar dali de cima. Foi quando uma voz na minha cabeça veio a memória e me fez lembrar do porque eu teria que resistir.

“— Jimin! Eu vou te achar, eu prometo! Eu vou voltar pra te buscar, Jimin! Por favor, acredita em mim! ”

Era um voz nítida na minha mente mas eu não conseguia lembrar bem quem foi que gritou isso para mim naquele dia... mas algo dentro de mim me dizia que eu teria que acreditar nela, pois era minha única esperança.

— Park Jimin… híbrido Lúpus de espécime ômega… você é muito esperto, uh? — O homem estava com um olhar frio e penetrante fixado na mesa a sua frente. — Eu vou… perguntar mais uma vez. Antes, quero saber, por quê você desperdiça sua vida se preocupando tanto com esses seus amigos? Não sabe que se você for bonzinho vai poder sair daqui? — Ele apoiou novamente as costas na cadeira, relaxando.

Fechei meus olhos levemente e depois os abri, o encarando. — Como eu posso ter certeza de que está falando a verdade? — Eu sabia que ele não estava falando a verdade, mas eu o estava testando, afinal, eu havia cometido vários crimes hackeando diversos sistemas de segurança entre outras coisas do tipo, eu pegaria no mínimo do mínimo, 5 anos de prisão.

O homem sorriu, como se estivesse tendo um ótimo dia, e então, com as mãos nas costas, seguindo tranquilo dando passos largos e preguiçosos, ele foi para trás da minha cadeira, e depositou suas mãos nos braços do couro macio e embredecido da mesma. — Por quê não confere você mesmo se estou dizendo a verdade? — Ele disse perto do meu ouvido, o que me causou um arrepio desagradável na espinha.

Então ele se ergueu e apertou um botão na parede, tão bem escondido que demorei a entender o que era. As paredes de vidro que haviam ali começaram a parar de transmitir aquela computadorização falsa para transmitir a realidade que estava passando por detrás da transparência da vidraça: os aviões a jato chegando de todas as partes, as naves, os drones, os caminhões enormes e pretos, soldados armados e protegidos até os dentes, híbridos sendo levados a força para este prédio enorme que mais parecia um Palácio arquitetônico versão manicômio, e em volta havia árvores de verdade, me levantei para chegar perto do vidro. Ele não me impediu. No meio desse caos eu pude ver: aqueles enormes caminhões pretos que refletiam, estavam carregados do nevoeiro. Eram essas coisas que depositavam o caos pelos distritos, e eu supunha que nenhum dos Três Grandes soubesse o que estava acontecendo por ali.

— Ali. Veja. — O homem apontou para um canto lá embaixo, onde soldados estavam pondo o que pareciam ser alguns híbridos em fila indiana, eles estavam vestidos de branco, assim como eu, assim como todos dentro desse maldito lugar, e os soldados estavam mandando eles para dentro de carros grandes e pretos, e seguindo com eles para uma pista no meio da floresta.

— O que é isso? O que estão fazendo com eles? — Perguntei enquanto observava quase com o rosto colado no vidro. 

Deveríamos estar no 4 ou 5 andar com base no tamanho das pessoinhas em baixo, vistas da parede de vidro.

— Estamos libertando eles, Jimin, eles nos serviram bem, contando a verdade, e agora eles não precisam mais ficar aqui. — O homem sorriu enquanto olhava a cena.

As coisas estavam começando a se encaixar na minha cabeça. Talvez… *só talvez*, eles não quisessem todos os híbridos, mas sim, quisessem *um* híbrido só. Talvez eles estivessem atrás de algum híbrido em especial, e para isso fosse necessário interrogar todos os híbridos da Coreia do Sul? Não fazia muito sentido mas fazia sentido também.

— Uh.. — Abaixei um pouco o rosto. — Mas… — Eu ia falar, mas uma leve agitação ao longe na minha visão me chamou atenção, sendo um híbrido de felino, minha visão era boa o suficiente para perceber movimentações leves no meu campo, e, ao longe, do outro lado da onde o homem havia apontado os híbridos indo embora, eu vi uma pequena movimentação, algumas pessoas saindo detrás de uma das árvores e correndo para trás de alguns carros, como se fossem criminosos tentando se esconder enquanto tentavm chegar no prédio. Estavam vestindo roupa camuflada, usando touca preta na cabeça e óculos escuros.

— O que dizia? — O Homem voltou a me olhar.

— Nada. Uh… A quanto tempo estou aqui mesmo? — Perguntei mudando de assunto.

— Onze dias. — O homem disse, tranquilamente.

Não conseguia acreditar que estava aqui a onze dias e não tinha sinal da minha família. Se eles pretendiam de alguma forme me tirar dali, estavam atrasados.

— Por quê quer saber?

Desviei meu olhar daquelas pessoas no vidro e voltei a olhar o homem.

Foi aí que eu travei. Tive um colapso mental e as coisas se encaixaram mais uma vez. Aquelas pessoas correndo podiam muito bem ser minha saída daqui. Afinal, como eu poderia confiar em um homem que está muito longe de ser alguém de confiança, que diz que vou poder sair daqui somente se dedurar meus amigos, e ainda me mostra híbridos sendo levados para sabe-se lá onde, como prova de que diz a verdade?

Algo dentro de mim dizia que eu deveria confiar nessas pessoas estranhas de roupa camuflada. Eu sei, parece loucura mas era um instinto muito familiar.

— Nada. Eu aceito seu convite de liberdade. Mas só falarei amanhã, eu estou muito cansado hoje. — Falei tentando desviar a atenção dele do vidro.

— Ótimo… — Ele hesitou. — Hã… Mas por quê não fala hoje?

Não deu tempo de responder, um alarme começou a soar e uma voz repetitiva dizia:

“O alarme de invasão foi ativado, cuidadores, favor comparecer ao controle de vigilância central.”

— Droga… — O homem saiu tirando a câmera da mesa e foi correndo para a saída, me trancando novamente, sozinho naquele enorme lugar branco sem graça, só com as paredes de vidro e a mesa.

Olhei novamente para o vidro, mas as pessoas camufladas não estavam mais lá fora, ao invés deles, uma multidão de soldados e viaturas lotava o local.

— Por favor… — Sussurrei para mim mesmo, como um último pedido de sair dali.

E foi aí que minha única esperança apareceu.

Do elevador por onde só entravam as pessoas que me interrogaram, surgiu um cara de roupa camuflada, um pouco mais alto que eu, ele usava uma touca preta, o óculos escuros cobrindo seus olhos, seus cabelos estavam pretos, o que me fez pensar que eu eu obviamente não conhecia esse rapaz, pois todos os meus amigos tinham uma cor diferente de cabelo, pelo menos de acordo com 11 dias atrás. Pode julgar vai.

Ele tinha um aparelho de comunicação em sua orelha esquerda, que ficava ligando e algumas pessoas falando com ele as vezes.

— Q-quem é você? — Perguntei me afastando do elevador da onde ele tinha vindo, que até onde eu sabia só funcionava com o cartão dos que trabalhavam naquele inferno.

— Não consegue me reconhecer, Jimin? Ou você realmente pensou que eu tinha deixado você 'pra trás? — Aquela inconfundível voz, a voz da pessoa por quem eu me apaixonei alguns anos antes e ainda estava apaixonado. Jamais poderia esquecer. E agora ele estava lá para me resgatar, tal como prometido. — Desculpe a demora… eu pensei que fosse mais fácil planejar invadir esse lugar mas..

— Coisas boas levam tempo, certo? — O interrompi. — Então, é por isso que está atrasado.

( • • • )

ᴛʜᴇ sᴇᴠᴇɴ sɪɴs ↬  tae.kook | bts ! abo au ¡ Onde histórias criam vida. Descubra agora