O ensino médio nunca foi um sonho para Arabella Reid. Chamada de nerd por seus colegas de classe e apenas ligeiramente acima do peso, ela se mantém isolada do resto da escola.
Quando as dividas põem em risco a casa em que vive com sua mãe, e o pequ...
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Arabella
O espelho refletia a minha imagem, mas eu o olhava como se não soubesse quem estava ali em minha frente.
Meu rosto estava tão pálido que chegava a ser um pouco mórbido, meus lábios rachados por conta do frio que abraçava Londres, olheiras fundas e escuras acenavam para meu reflexo.
Ótimo, se eu passar mais uma noite sem dormir vou começar a temer virar um zumbi de verdade.
O som estridente do alarme tocou, me fazendo despertar da imagem no espelho e sair imediatamente do banheiro.
Me encaminhei para a sala de aula, trombando em alguns alunos no corredor e torcendo para não tropeçar nos meus próprios pés e chamar uma atenção que eu não queria receber.
Repetindo a frase: "Foque no chão, não pense em coisas ou pessoas caindo", na minha mente. Isso, um tombo no meio do corredor cheio, acabaria com minha invisibilidade e tiraria o pouco de dignidade de tenho aqui dentro.
Mas, como minha mãe sempre diz: "Se você pensar sobre algo positivo excessivamente, isso lhe dá a coragem pra ir lá e fazer. Mas se você pensa em algo negativo por muito tempo, o que está pensando acaba acontecendo."
É algo como a lei da atração, nossa mente é capaz de fazer coisas inimagináveis.
Pensamentos positivos atraem coisas positivas, e o mesmo com negativos.
Foi tudo muito rápido.
Em um instante eu estava em pé andando às pressas para chegar na sala de aula, no outro eu estava sentindo minhas pernas se cruzarem com alguma mochila jogada ao chão, logo sendo jogada no chão, com as mãos, agora ardendo, apoiando meu corpo, e verificando se não havia nenhum pedaço de dente no chão, já que o gosto de ferro próprio do sangue tomou conta do meu paladar em segundos.
Se isso já estava ruim, ficou péssimo quando eu percebi na mochila de quem eu tinha tropeçado: Madeline Cassie, a abelha rainha da escola.
Não que eu viva dentro do filme Mean Girls, mas é porque ela tenta realmente ser como Regina George, e acaba parecendo uma cópia pirata da personagem, com seu cabelo impecávelmente liso e maquiagem extremamente exagerada para aquela hora da manhã, andava com seu grupinho de amigas se achando a última bolacha do pacote.
