Capítulo seis - Aqui se faz, aqui se paga

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      Scott continua olhando para mim. Estamos dentro do elevador e eu estou esperando chegar ao térreo para ir embora. Não quero falar sobre isso com ninguém além de Quentin ou Kathleen.

    Silêncio.

    Scott está olhando para mim. Eu sei, mesmo que não esteja olhando para ele. Suspiro para recuperar as minhas forças e enfrentá-lo.

     Silêncio.

     — Aconteceu alguma coisa? — Ele finalmente pergunta.

     — Nada. Se mete na sua vida! — Continuo sem olhar para ele.

     — Você estava chorando. — Ele parece se divertir com isso. — Quem fez Chloe Rogers chorar? Você descobriu o resultado dos seus exames de sangue?

    — Cala a boca, babaca! — Cruzo os braços.

    — Estou brincando. — Ele fica na minha frente agora. — É porque não abri a porta para você? — Ele pergunta.

   As portas do elevador se abrem, e eu empurro ele, que acaba caindo no chão. Passo por cima dele e vou em passos rápidos encontrar o meu carro. Estou com vontade de descontar a minha raiva em alguém.

   Entro no carro e insiro a chave na ignição. Scott vem na frente do carro e coloca as mãos por cima do capô. Eu ameaço atropelar ele, mas ele não sai. Era só o que me faltava.

    Desço do carro e fecho a porta com raiva. — Você quer que eu acabe com você? É que eu não me importo.

    — Não posso deixar você dirigir assim. — Ele segura minhas mãos.

    — Se mete na sua vida. Você não me conhece. — Tento me soltar.

    — Mesmo assim. Eu conheço alguém que teve uma morte trágica desse jeito. Nem você merece. Se eu achasse que merecesse, não teria ajudado você naquela noite. — Ele olha para mim profundamente. Consigo ver que seus olhos azuis claros têm uma falha. Um pouquinho de verde.

     — Eu sei cuidar de mim. Tenho dezenove anos.

     — Mesmo que tivesse vinte e cinco. — Ele me segura e me leva para o elevador novamente.

     — Eu preciso ir embora. Porquê você não me deixa em paz? — Digo enquanto sou arrastada pelo elevador.

     — Você veio aqui por algum motivo. Não quer conhecer meu apartamento? — Ele sorri assim que as portas se fecham.

    — Não. Faça esse convite para as garotas que dormem com você.

     — Você esqueceu que elas estão fugindo de mim por sua causa? Você foi tudo que encontrei. — Ele ri.

     — Isso é um rapto, Scott. Você não imagina quem os meus pais são.

     — Não imagino mesmo. Nem quero saber. Se são da polícia internacional, se são da CIA, não me importo.

    Reviro os olhos. — Quentin vai acabar com você.

    — Nunca perdi uma luta. — Ele responde.

    Não digo mais nada até as portas do elevador se abrirem. Scott me leva para o seu apartamento e abre a porta para mim. Seu sorriso perverso me mete um pouco de medo. Como se ele estivesse tramando alguma coisa.

     O seu apartamento é maior do que eu pensava, mais chique do que eu pensava e mais arrumado do que eu pensava. Tudo oposto do que eu pensava.

     — Pode sentar. — Ele diz.

     — Dispenso. Tenho a certeza que você transa com as suas peguetes aqui. — Olho para ele. — Além disso, você me obrigou a vir aqui.

Impiedosamente quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora