Inanis, Dentro De Nós

Capítulo III

<> Um Corpo, Duas Mentes <>

    Nathan acordou em sua cama. Já era tarde.

    Permaneceu deitado por um tempo, quase como se estivesse em êxtase profundo, somente minutos depois respirou fundo. O ar entrou junto com suas memórias da noite passada.

    Como se fossem flashbacks, em sua frente, várias imagens apareciam. divididas eram confusas, juntas se tornavam um quebra-cabeças que não tinha todas as peças.

    "Nathan. Esse é nosso nome, não é?"

    Mais uma vez Nathan pode jurar que havia alguém do seu lado, sussurrando tão nitidamente como se só houvessem ele e a dono da voz no universo. O problema era somente um: a voz em sua mente era idêntica à dele. Ele ficou um bom tempo se questionando sobre isso, até ser novamente interrompido...

    "Já que você não vai falar nada, quem sabe eu deva comecar a explicar as coisas..."

    Nathan se entregou à própria curiosidade e decidiu responder.

    - Você consegue me ouvir?

    "Claro que consigo, idiota. agora pare de resistir um pouco, aqui dentro fica ainda mais "apertado" sempre que você faz isso."

    - Bem, então quem é você? - disse ele, tentando relaxar.

    "Isso é algo difícil de explicar. Eu sou você. Somos um só, ao mesmo tempo que somos consciências diferentes"

    - Isso não explicou nada, sabia? E, primeiramente, como eu devo te chamar? - Então, após pensar um pouco, falou consigo mesmo. - Devo ter ficado louco, será que isso é o que chamam de amigo imaginário? Talvez até fiquei esquizofrênico.

    "Relaxa, não é porque você é um imbecil sem amigos que vai criar um amiguinho imaginário, ou adquirir esquizofrenia porque acha que é loucura acreditar que isso está a acontecendo. Se bem que, na verdade, seria melhor ter adquirido ambos ao mesmo tempo do que o que realmente houve com você. E respondendo sua pergunta: eu sempre me adaptei para ser chamado de Nathan, e, mesmo que eu seja chamado assim, não preciso de um nome. Me chame da forma que preferir"

    - Tudo bem - ele gruniu enquanto pensava em um bom nome, até que chegou em alguma conclusão. - Que tal "Dahma"?

    "Tirou esse nome da sua revista em quadrinhos favorita? Quanta maturidade..."

    - Você disse que qualquer coisa iria servir - bufou Nathan.

    "Isso não implica dizer que pode me chamar de modo com que ofenda meu orgulho"

    - Difícil te agradar...

    "algo mais unico é simples, talvez."

    - Então... Nain. Que tal?

    "Bem, melhor que nada... Gostei"

    - Agora, pode me explicar o que está acontecendo? Quem é você e de onde veio?

    "Ah garoto, é difícil explicar..."

    - Não começar irá deixar isso ainda mais complicado para nós dois.

    "Sua arrogância é perturbadora, sempre notei isso. Bem, eu sou você, na teoria... Mas somos essências diferentes. Para entender, vou explicar tudo o que sei, o que não é muito"

    Então, Nathan sentou-se em extrema atenção.

    "Nós somos um vírus genético na humanidade, uma mutação, um erro ou algo similar, encare como quiser. Pode nos considerar como próximo ao que vocês assimilam ao zumbi"