Invitation

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Harry e Louis dominavam completamente a cabeça um do outro depois do acontecido na tarde passada. Não importava o que eles fizessem, o quanto tentassem se distrair, mas bastava alguns segundos para flashes de lembranças de ambos invadirem suas mentes por tempo o suficiente para fazê-los voltar a pensar constantemente um no outro. Harry lembrava das mãozinhas delicadas de Louis, eram tão pequenas, tão adoráveis e macias, assim como suas nádegas, que ele podia sentir até agora seus dedos se afogando na carne delicada do quase-francês, que também só conseguia pensar no tão apaixonante britânico que o levou aos céus sem precisar sair da terra. Os lábios rosados, o toque unicamente delicioso que mais ninguém tem, a forma com que Harry tratou Louis, tudo, tudo era lembrado pelo moreno, que sorria de maneira abobalhada sempre que pensava na hipótese de sentir aquilo de novo, mesmo que ele continuasse a se repreender por ter cedido ao desejo quando o único dever dele era ser profissional, mas como não se permitir assim? Harry dominou a mente de Louis no momento em que seus olhos se encontraram, quando o verde encontrou o azul e se tornaram um só, onde o silêncio entre ambos era capaz de dizer tudo o que não tinham coragem de dizer. Não estavam apaixonados, era cedo demais para isso, mas por um lado, eles gostariam de se permitir ir além, de talvez provar um do outro até que sejam novamente um só. Ambos tinham algo romântico dentro de si, que só não sabiam a proporção por não terem encontrado alguém especial até hoje. Louis é naturalmente romântico, talvez por morar numa cidade que desperta isso nas pessoas, e Harry é um garoto a moda antiga, 22 anos com uma mente de um típico cavalheiro dos anos 80, que aliás era algo que sempre o fascinou. As músicas, os Beatles, as estampas exageradas e tudo que era bom, mas infelizmente, por trabalhar no escritório da família, ele nunca podia usar roupas estampadas e muito menos ser livre como queria, ao ponto de cantar "Hey Jude" pelos corredores e não ser repreendido por ninguém. Mas o que as pessoas iriam pensar? O filho homem se comportando como um garoto apaixonado por vinis? Que ridículo! Embora seja naturalmente uma alma livre, desapegada de qualquer esteriótipo ou padrões, nem mesmo seu instinto de liberdade pode passar pela ordem dos seus superiores no escritório, o que só fazia ele se tornar cada vez mais triste quando está na velha Londres, e agora que encontrou alguém com que possa ser livre como quer, ele está definitivamente encantado.

Naquela tarde, Harry ficou o tempo todo com o celular em mãos, olhando para o número de Louis e se perguntando por dentro de deveria mandar algum SMS ou coisa do tipo ao garoto, que passou o restante do dia com um incômodo enorme no quadril, mas nada que o impedisse de pensar no causador daquilo. Ele poderia perguntar ao pintor se chegou bem em casa, e quando poderiam se ver de novo, como se estivesse em abstinência, mesmo que Louis também estivesse assim. Harry escreveu inúmeras mensagens várias e várias vezes, mas apagou todas, por medo de como seria recebido. Do jeito com que Louis saiu dali, é natural ficar receoso em como agir, sem saber se ele pode fazer algo que incomode ainda mais ao pequenino, afinal, é assim que ele se sente depois daquilo: um incômodo.

O dia seguinte raiou, e pela primeira vez desde que Harry pisou no território francês, o dia estava lindo. Era o típico dia para se tirar fotos em frente a torre Eiffel, ou visitar cada ponto turístico do lugar, mas como ele faria isso? Além de não ter contratado uma agência de turismo sequer, ele também não queria fazer aquilo. Indeciso entre o que fazer ou não, o inglês rolava na cama, de um lado para o outro, sem saber se deve tomar alguma atitude ou não. Ele poderia chamar Louis e ir andar pela cidade do amor, ou simplesmente ficar em casa e perder esse dia perfeito, porquê sim, essas são as únicas opções que ele se deu. Ou Louis vai, ou ele nem sai do hotel. Era cedo, o relógio marcava cerca de oito horas da manhã, sendo que Harry sempre costumava acordar um pouco mais cedo, mas ele teve um dia agitado, por isso se permitiu dormir alguns minutinhos a mais. Ele estava jogando entre os lençóis brancos completamente nu, os longos fios de cabelo presos num coque frouxo no alto da cabeça, agora totalmente bagunçado, e uma cara tipicamente sonolenta, mas ainda assim é o tipo de cena que Louis adoraria ver. Harry sempre amou andar nu quando estava sozinho, diz se sentir livre, e uma alma como a dele, que preza pela liberdade, jamais poderia imaginar que o pintor retraído que Louis é, também adora tirar a roupa quando possível. É definitivamente o casal perfeito. Depois de rolar um pouco daqui e um pouco dali, Harry finalmente resolveu apanhar o celular no criado mudo ao lado da cama, e mesmo com a visão embaçada, por conta do sono, ele decidiu ligar para Louis. Chamou, chamou, chamou, e ninguém atendeu. Harry insistiu, já começando a temer pelo pior. E se Louis não quisesse mais se encontrar com ele? Tudo bem que ele disse que iria terminar o quadro, mas ainda assim é preocupante. Quando já estava prestes a desistir, Harry ouviu uma voz grave e rouca do outro lado da linha, definitivamente não era Louis, era outro homem, mas...como é possível? Esse é o número dele! O cacheado deu um suspiro decepcionado, e disse ser engano, pronto para desligar a chamada.

Draw me like one of your french girlsOnde histórias criam vida. Descubra agora