03.

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Margarida

Setúbal

Maggie! — Acordei dos meus pensamentos ao ouvir a voz da Rita. — Estou a chamar-te há horas, mulher! — Deixou escapar uma gargalhada, contudo assim que viu que continuava apática, a sua expressão mudou drasticamente. — O que é que se passa, Margarida?

— Eu disse que não ia ser boa companhia hoje, Rita. Desculpa! — Encolhi os ombros, encostando-me na cadeira. — Acho que o melhor mesmo é ir para casa descansar...

— Quem é que quer ir descansar? — O Nóbrega fez questão de berrar a pergunta, levando a Rita a apontar para mim. — Mas é que nem pensar, daqui só saímos todos juntos! — Todos os presentes pousaram o seu olhar em mim, comecei a sentir-me um pouco constrangida.

— Malta, a sério. Eu hoje não sou a melhor companhia e prefiro ir-me embora do que ficar aqui a lesta das vossas conversas, não me levem a mal...

— É o Nuno? —A Rita perguntou de forma mais baixa. Só eu e o Nóbrega ouvimos.

Voltei a encolher os ombros. Ela e o Nóbrega entreolharam-se e eu acabei por voltar aos meus pensamentos.

— Alguém vá ver as stories do Nuno, o gajo tá louco lá nos Algarves! — Ouvi alguém gritar, fazendo o meu coração acelerar numa questão de segundos. Peguei no telemóvel imediatamente, sentido-me observada por quase todos. O meu coração batia cada vez mais depressa e pareceu falhar, mal passei o dedo por cima da foto do Nuno, ativando às suas intermináveis instastories.

Pelos vistos, tinha decidido mesmo seguir o meu conselho.

Prendi a respiração quando os meus olhos viam as últimas duas. Um nó gigante começou a formar-se na minha garganta. Não sabia se queria rir, se queria chorar. A raiva e a frustração quiseram apoderar-se de mim, ao mesmo tempo que a tristeza e a desilusão.

— Margarida...

— Não, Miguel. Não vale a pena! — Não deixei que continuasse a falar. — Podem levar-me a casa por favor?

— Sim, vamos! — Levantou-se, sendo prontamente imitada por mim e pelo Nóbrega. — Malta, nós vamos levar a Margarida a casa... — A esta altura, já me tinha afastado um pouco do grupo, deixando que as lágrimas abandonassem os meus olhos.

O caminho para casa foi feito em silêncio. Nenhum deles se atreveu a tocar no assunto, e eu também não fazia muita questão de tocar.

••••

— Então miúda? — A Rita levantou-se assim que me viu aproximar. — Como é que estás?

Ontem, depois de me deixar em casa, fez-me prometer que viria tomar o pequeno-almoço com ela, uma vez que não me queria a deprimir em casa.

Sentei-me, recostando-me na cadeira do café. Graças a Deus, ela já tinha pedido para mim, não queria encarar os empregados do café, tendo em conta que deveria estar com umas olheiras de meter medo ao susto.

— Mandei-lhe mensagem. — Respondi, de forma indiferente. — Dei-lhe os parabéns por ter seguido o meu conselho, era a única coisa que podia fazer. — Bebi um gole do sumo de laranja.

— Margarida... tu sabias que podia acontecer...

— Eu sei, Rita! — Suspirei, deixando descair os ombros. — Mas achei que ele pudesse ter o mínimo respeito por mim! Porra, não somos namorados mas também não somos só amigos!

— Eu sei disso, por acaso também não esperava que ele o fizesse, sabendo que estavas chateada com ele... gajos não valem nada! — Não lhe respondi, continuando a comer. — O Nóbrega também lhe mandou mensagem quando saímos de tua casa.

— Era isso que eu não queria, ainda vai achar que estou a pôr os amigos contra ele!

— Neste caso, tu é que tens razão, Margarida! Como amigo, acho que o Nóbrega agiu bem! E acredita que vontade não me falta a mim também!

— Não faças nada por favor, ele é livre, deixa-o aproveitar a vida dele, eu vou fazer o mesmo com a minha! — Voltei a dar uns quantos goles no meu sumo. — Não quero saber, ele que se resolva.

O meu telemóvel começou a tocar entretanto. Quase me engasguei quando o virei para cima e vi que ele me estava a ligar.

— É ele? — Assenti, ainda a olhar para o ecrã do telemóvel.

Deixei tocar umas seis vezes, pensando que fosse desistir. À sétima e oitava tentativa acabei por rejeitar as chamadas.

Suspirei quando vi que não insistiu uma nona vez. Apesar do meu coração ter falhado umas batidas assim que vi as suas mensagens diretas a entrar nas minhas notificações.

margarida.dsc
fico extremamente feliz por teres seguido o meu conselho, afinal ainda faço alguma coisa de jeito 😊

nunosantos77

Margarida..Não aconteceu nada! O Jota viu, o Zé viu, eles são testemunhas! Aquilo que os vídeos deram a entender não é verdade!Eu sei que o que fiz provavelmente não tem desculpa, mas eu sou um orgulhoso de merda e só queria provocar-te, desculpa!eu juro que não aconteceu mesmo nada! Por favor, atende-me e vamos falar!eu nunca te faria uma coisa destas independentemente de termos algo assumido ou não, não era capaz fala comigo!Eu adoro-te, miúda! A tua conversa fez-me ficar todo atrofiado e foi por isso que acabei por dar conversa à miúda, mas não aconteceu nada


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margarida

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margarida.dsc pa'l carajo usté' se fue, y usté' se fue, de mi vida te boté

Gostos, nunosantos77, miguelrnobrega e 538 pessoas

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