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Nuno

Caixa Futebol Campus, Seixal

— Ora então muito bom dia, Nuno Miguel! — Uma presença atrás de mim, sem eu estar à espera, fez-me dar um pequeno salto, tal não foi o susto que apanhei.

Foda-se puto, mas estás parvo ou quê? — Virei-me para trás, encarando o Jota.

— Estás muito sensívelzinho, conta ao amigo o que se passou! — Passou o braço por cima do meu ombro, soltando uma gargalhada.

— Tu és impossível, João Pedro. — Tirei o seu braço de cima de mim, continuando a caminhar em direção aos balneários.

— Ei, então?! Eu quero saber! — Senti a sua presença atrás de mim, novamente.

— Queres saber o quê? Não há nada para saber! — Encolhi os meus ombros.

— Ai sim?! E aquela foto quer dizer o quê? E onde é que estiveste ontem à noite que não respondeste a ninguém? — Não consegui evitar que um sorriso me aparecesse nos lábios, quando o Jota referiu a noite de ontem. — Esse sorriso não engana ninguém, caro apaixonado! Estiveram juntos, não foi?

— Não tenho nada a comentar, são coisas minhas! — Defendi-me.

— Pronto ok, dispenso os pormenores.  — Riu-se, dando-me uma palmadinha nas costas. — Mas passou a ser oficial, ou?

Ainda não.

— Nuno Miguel! — Revirei os olhos, quando o Ricardo passou o seu braço por cima do meu ombro. O Jota começou a rir, tal como o Ricardo.

— Vocês hoje estão mesmo chatos, meu!

— Não estamos nada chatos, só queremos saber as novidades, meu amigo! — Usou a mão que estava no meu ombro, para me dar algumas chapadas na cara, fazendo-me depois afastá-lo de mim. — Conta lá aqui aos amigos!

Encarei-os de forma séria, vendo-os demasiado expectantes com o que eu poderia vir a dizer. A única coisa que fiz, foi forçar um sorriso e virar-lhes as costas, entrando no balneário, cumprimento os jogadores que já lá estavam.

— Oh Nuno! — Ouvi-os gritar ao mesmo tempo, enquanto corriam para dentro do balneário.

— Mas vocês deixam-me quieto?! Chatos! — Sentei-me num dos bancos e quando olhei em frente tinha o Nóbrega e o Luís a olharem para mim. Ambos se levantaram, e caminharam na nossa direção, fazendo-me revirar os olhos mais uma vez. — Vocês os dois nem abram a boca, já m bastam estes dois chatos.

— Calma Nuninho! — O Nóbrega sentou-se ao meu lado, pousando a sua mão na minha coxa com alguma força.

Foda-se, mas tás parvo? — Afastei a mão dele, retribuindo-lhe a chapada. — Larguem-me da mão seus chatos, arrajem namoradas para chatear!

— Ah! Então isso quer dizer que tu tens namorada, Nuno Miguel? — O tom de voz do Ricardo foi aumentando a cada palavra, fazendo os restantes rirem.

— Não! — Quase gritei.

— Não nos enganas, Nuno!

— Oh que caralho! Então se vocês têm tanta certeza para que é que me estão a pedir uma resposta?

— Porque queremos que sejas tu a dizê-lo!

— E eu já disse, eu não tenho namorada! Satisfeitos? — Os quatros ficaram a olhar para mim demasiado confusos e eu quis rir-me das expressões de todos. Contudo, controlei-me para não o fazer, ou iriam achar que a minha resposta não era verdadeira e não iriam parar de me chatear durante o resto do treino.

— Mas então...

— Ricardo, já chega ok?

••••

— Olha quem são eles! Então, correu bem o treino de regresso? — A Rita perguntou, assim que nos viu chegar.

— A Margarida? — Perguntei ao ver a sua toalha vazia.

— Ah, está na água com um amigo! — Respondeu, com toda a naturalidade.

— O quê? — A minha pergunta soou quase como um guincho. O que fez com que os restantes se rissem.

— Ela está sozinha, Nuno. — A Rita informou, entre gargalhadas.

— Então mas se vocês não têm nada... — Ouvi novamente a voz do Ricardo, com as suas insinuações. Tirei a roupa, atirando-a para cima da toalha e caminhei até ao mar, procurando pela Margarida.

Fiz um esforço enorme para mergulhar de repente, quando a vi para lá da zona de rebentação. Abracei a sua cintura, quando me vi suficientemente próximo, e deixei o meu queixo no seu ombro.

— Nuno! Que susto! — Afastou-nos, de forma a ficar virada de frente para mim. — Tu queres matar-me do coração? — Empurrou o meu peito com as duas mãos, fazendo-me rir. Aproveitei para pegar nas suas mãos e puxar o seu corpo novamente contra o meu.

— Não. Só estava com saudades. — Respondi, colocando os seus braços à volta do meu pescoço e depois, voltei a prender a sua cintura com as minhas mãos. — Se bem que saimos daqui à pouco tempo... — Insinuei, fazendo-a revirar os olhos, apesar de ter um sorriso nos lábios.

— És muito estúpido, Nuno Miguel! — Deu-me um beijo na bochecha e voltou a olhar para mim. — Muito chatos contigo?

— Nem imaginas o quanto! — Olhei para o lado, vendo os nossos amigos à beira mar, a olhar para nós. — Oh, por amor de Deus!

A Margarida olhou na mesma direção que eu, soltanto depois uma gargalhada divertida. Senti as suas mãos na minha cara, fazendo com que me virasse para ela. Juntou os nossos lábios sem eu estar à espera que ela o fizesse e já só ouvimos gritos, vindos da areia.

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