34. Tratando a Insensibilidade

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20 de Maio de 2011
Sexta-feira
Casa da Família Sayashi
13:00 PM

NATÁLIA SAYASHI

     Quando cheguei em casa o ambiente era , no mínimo, estranho. Embora minha mãe fez um banquete e deixou a casa um brinco (não posso negar que ela tem o dom da hospitalidade), Stefany estava indiferente a tudo aquilo. Mal me olhou quando cheguei embora eu não parasse de olhá-la. Aquela não era minha prima. Tinha envelhecido uns 10 anos e seu aspecto era tenebroso.

Já meu primo Thiago estava retraído e quieto. Todo tempo dava meia respostas a várias perguntas da minha mãe.

Inacreditavelmente senti empatia por ambos, pois perderam o pai a pouco tempo.

Stefany demonstrou cansaço da viagem e ia dormir, meu pai empurrou a cadeiras de rodas até meu quarto. Felipe foi para o PC e eu ajudei minha mãe a arrumar a bagunça. Depois fui me arrumar pra ir a igreja.

- Quer ir com a gente pra igreja, Fany??

- Pra quê? Pra todo mundo ver a saci Pererê e sentir pena? Não, obrigada.

Vacilei em tentar responder de um jeito manso, ela me interrompeu na mesma hora dizendo:

- Me deixa em paz, Natália. Você já tem sua vida, sua mãe, seu pai, enfim, motivos pra agradecer. Eu perdi meu pai, minha perna, saude, casa.. Não sei ainda por que não perdi a vida!

Fui pra igreja e não disse nada pra ninguém. De novo com meus problemas internos. Orei:

" Senhor, o problema não é ela, sou eu. Me ajuda a ajudá-la, por favor. Em nome de Jesus. Amém "

( > '-' )>~✝️❤️~<( '-' < )


25 de maio
Quinta feira
6:55 AM
Escola Bernardo Costa

         Como já era de se esperar, as coisas pioraram. Não estava me sentindo bem em minha própria casa, era como se eu não tivesse privacidade mais, pois Stefany tomou todo tempo dos meus pais e eles só dão ouvidos pra ela agora. Me sinto impotente diante de tudo isso.

Apenas com Thiago consegui alguma amizade. A noite ele tem mania de ficar no muro da casa e conversamos um pouco.

    Só sei que fiquei com muita raiva de alguns dias não ir a escola com a desculpa que tinha que ficar com dois marmanjos que já sabiam se cuidar.

- Onde você tava??

Passei por Bruno e Angélica na entrada do Colégio.

- Não tô afim de ouvir sermões, B. Ao menos cheguei no horário.

- Ei,  você ao menos poderia responder minhas mensagens no Facebook ou atender a nossas ligações, Julieta!

Sorri. Desde os ensaios da peça b me chama assim quando está com raiva. Finalmente expliquei a minha ausência:

- Vocês não entendem. Stefany passa o dia todo naquele computador e ainda não quer ser atrapalhada com pessoas falando ao telefone. Não quer visitas de ninguém para que não vejam a "saci Pererê" na sua toca.

Bruno e Angie se olharam depois A disse:

- A oração foi cancelada pelos O.F.

- Como?! Quando foi isso? - disse estarrecida.

NELE Exultarei! Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora