O fim-se-semana foi passado nas melhores companhias… Eu o João, a Margarida e o Márcio (um amigo do João) fomos á festa das cruzes a Serzedelo, demos uma volta mas eu estava um cadinho doente, então decidimos ir para um sítio mais calmo onde não houvesse tanto barulho e agitação. Nesse tempo o Márcio e a Margarida estavam apaixonados um pelo outro… foi esse o motivo que levou o João a convida-lo. Depois de muito conversar, sobre coisas inimagináveis sentimos que estávamos a perturbar qualquer coisa então arranjamos qualquer desculpa para sair dali. Ficamos atrás de uma pequena casa… onde não nos facilitava muito a visão, mas era o único sitio onde poderíamos ficar a vê-los. Nos primeiros momentos conseguíamos perceber que apenas estavam a falar mas não conseguíamos era saber sobre o quê. Até lá ainda não tinha reparado na lua, aliás como o céu se permanecera naquela noite. Estava limpo, uma lua cheia iluminava os cabelos castanhos que encobriam a cabeça do João, questionava-me como ele era assim apenas para mim, porquê a mim? Tinha tanta sorte em tê-lo comigo. Nestes pensamentos todos abstrai-me e de repente o João olha para mim e aponta para eles… estavam de pé, abraçados. Afinal o meu plano tinha finalmente resultado.
Para não estragar o momento decidimos ir dar uma volta pela festa. Como me sentira já um pouco melhor andamos num carrocel… O único que lá permanecera sem ser para crianças. O movimento do carrocel inicia e depois de atingir a velocidade máxima, depois de ter os cabelos ao vento, e depois de me abraçar ao João, parecia que todos os problemas tinham desaparecido, não tivera tempo de pensar em nada, apenas de viver o momento e esquecer tudo. Estava num mundo novo…no meu mundo.
Nesse dia o João dormiu em minha casa, tivemos a jogar no computador e como estávamos cansados fomo-nos deitar, olhei para o telemóvel e nada, nenhuma mensagem do Tiago, decidi acender a luz, o João ainda não dormia, tivemos a conversar um pouco sobre o que se estava a passar, ele tinha tanta sorte, ele não gostava de ninguém, milhares de raparigas já tinham gostado dele e ele nada, há 2 anos que o conhecia e ele nunca tinha gostado de ninguém, tinha muitas amigas mas nunca sentira nada por elas, nem uma mera atração, ele não era daquele tipo de rapaz que gostava de usar as raparigas, nem era de namorar só por namorar, ele era um rapaz que me fascinava, se calhar foi por isso que naquele dia na festa me apeguei a ele e nunca mais o larguei, ele dizia que a maioria das pessoas namoravam sem amar, e que ele ainda não tinha encontrado “a pessoa certa” e que não a iria procurar porque isso iria acontecer naturalmente, se era para conhece-la o destino iria encarregar-se disso.