Houve um tempo em que tudo estava bem, em que o tempo corria com alguma normalidade… aliás é como quando tens um telemóvel, nas duas ou três semanas seguintes fora a coisa melhor que alguma vez te deram, passado um curto período de tempo o que era fantástico passara a ser apenas mais uma coisa no nosso dia-a-dia.
Foi o que decorreu nas 3 semanas seguintes, o João tinha finalmente recuperado e voltado á escola, o Tiago tinha-se unido a mim como nunca e parecia não me querer largar nem por um segundo e finalmente estávamos na antepenúltima semana de aulas. Faltava pouco para o meu grande afastamento para com o Tiago, a escola até nem era assim tao má de todo, se não fosse a escola eu nunca teria estado com o Tiago e talvez nunca o tivera conhecido.
Mas como já era esperado o que era bom acabava depressa e eu mais que ninguém não estava á espera disso. Aliás a pessoa que não dava conta que o tempo passara depressa era eu. Eu não estava a par do que passava com as pessoas que eu mais gostava, a pessoa que mais me apoiava, aquela que estava sempre lá para tudo, o meu melhor amigo estava a afastar-se de mim, agora eram raras as vezes que ele me falava, raras as vezes que me mandava mensagens, raras as vezes que quando eu mandava me respondia.
A minha mudança na “relação” com o João foi lenta, mas houve uma exageradamente drástica, o Tiago… o Tiago deixara de ser a ultima pessoa a dizer-me um “Amo-te” antes de me ir deitar, deixara e ser a primeira pessoa a dizer um “Bom dia” deixara de ser a primeira pessoa a fazer-me rir logo pela manhã, deixara de ser aquela pessoa para a qual eu nunca me cansava de sorrir.
Nos primeiros dias sinceramente não repararei, pois eram raras as vezes que tínhamos aulas um ao lado do outro, e também as horas do almoço que nunca coincidiam também não ajudavam muito, e depois haviam vezes que nos víamos ao longo dos 3 primeiros dias da semana que podiam mesmo ser chamadas de “raras”.
“Tiago anda comigo levar a Bruna á sala” não estava á espera que a Natália lhe disse-se isso, mas a vontade de estar com ele já era maior do que a vontade de ir para casa e sair da escola
“Estás tola miúda” já estava á espera de uma resposta dessas.
“Mas quê, não demores muito, que ela daqui a pouco vai entrar” eramos 2 a pensar que ele estava a brincar como o habitual.
“Bazai daqui” Sabia que algo se tinha passado.
