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- Então, está gostando do castelo Desirrè? - Perguntou o rei Matthew quebrando o silêncio.

- É realmente encantador Majestade! Cada detalhe parece até ter sido esculpido por anjos! - E piscou os olhos verdes.

Como poderia ser tão fingida? Laurence mal a conhecia mas já conseguia detestar a garota. Como futura rainha ela deveria ser amável e doce como Elisa, não uma mentirosa e fingida.  A criada subitamente sentiu pena de Jacob por estar prestes a se casar com uma moça tão ruim.

- Me esforcei para que fosse tudo perfeito! Mas vamos direto ao ponto, eu nunca fui um homem de enrolar. - Rei Matthew largou os talheres e esfregou as mãos - Quando iremos marcar esse casamento?

Então todos da mesa pararam de comer e olharam para o rei, ao ouvir isso o príncipe começou a tossir descontroladamente tendo engasgado com a comida. Laurence se aproximou rapidamente da mesa e pegou um copo de água para Jacob, que agora já se estabilizava.

- Você está bem meu amor? - A rainha Elisa perguntou docemente preocupada, mas antes que o filho pudesse responder,Matthew já se adiantara.

- Não vê que é para chamar atenção? Jacob sempre tem atitudes incoerentes! Não entendo porque tanto alvoroço, se estamos nesse almoço, é justamente por causa desse casamento. Não me venham com indagações agora.

Todos se calaram. Conhecendo a personalidade do rei, sabiam que qualquer um que o desafiasse - mesmo sendo da família - morreria.
O silêncio se estabelecera sobre a mesa e só o que se escutava era o barulho dos talheres batendo nos pratos, quando Desirrè abriu a boca:

- Você pode marcar quando quiser, Majestade! - Todos olharam-na como que a questionando sobre o que falava - Digo, o casamento. Quando desejar assim será feito.

O rei assentiu sem dizer uma única palavra para frustração da moça, foi então que um mordomo - talvez chamado John, Laurence não se lembrava - foi encher novamente a taça de vinho de Desirrè, o ato passou desapercebido por muitos, mas Laurence pode ver quando a ruiva empurrou propositalmente a mão do mordomo, fazendo com que a garrafa revirasse sobre o vestido claro que usava.

- Seu insolente - Desirrè berrou, assustando a todos - Seu rato imundo! Seu porco, olha o que você fez! Você manchou o meu vestido, seu... Seu verme.

Os olhos cheios de espanto se voltaram para ela, que gritava palavras horríveis para o criado, exceto o rei que olhava aquilo com um sorriso satisfeito. A cada xingamento da ruiva,Laurence apertava as unhas nas palmas da mão, apenas querendo gritar para que aquilo parasse. Infelizmente a criada não poderia intervir naquela situação.
Todos estavam estáticos, a rainha Elisa baixou os olhos para seu prato, enquanto Jacob olhava para a cara de Desirrè com reprovação.

- Perdão senhorita, me perdoe, eu apenas estava servindo o vinho quando a senhora bateu... - O mordomo já ajoelhado no chão,temendo a vida implorava, quando a ruiva o cortou.

- Seu estorvo! Além de desajeitado, é mentiroso! Como pode sugerir que eu fiz algo para que sujasse meu vestido? Você é terrível, até uma partícula de pó tem mais valor do que você...

Quando a princesa Angelina levantou da cadeira e gritou:

- Chega! Você não está em sua casa! Não pode gritar com nossos criados! Você ainda não tem poder nenhum sobre nada ou ninguém deste castelo! Se coloque em seu lugar, você não é uma Deschamps.

- Cale a boca Angelina! É você que tem que se por em seu lugar, você é apenas uma princesa, quem dá a última palavra sou eu - O rei Matthew gritou de volta. A essa altura o almoço estava em ruínas. - Desirrè se portou de forma excelente para uma futura rainha! Ela colocou essa escória humana em seu lugar!

O Que A Brisa Me TrazOnde histórias criam vida. Descubra agora