[2] Ele

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BaekHyun. Um jovem sul-coreano perdido nas ruas de Inglaterra.

Aliás, tinha uma razão para lá estar. E não se orgulhava nada dela, claro.

Sempre viu criminosos a matar alguém muito facilmente. Bastava pegar numa arma, carrega-la, apontar e puxar o gatilho. Tão simples. Tão fácil. Tão libertador.

Mas BaekHyun não sentiu que matar o namorado abusivo da irmã tivesse sido algo simples. Nem fácil. Muito menos liberador.

A sua raiva pelo homem que quase matara a sua querida irmã mais nova era tão grande que ele próprio só via aquela solução. Mas estava tão errado. Tão errado mesmo.

A sua irmã não conteve as lágrimas assim que soube da notícia da morte do amado. Sim, amado. Uma pobre menina de 19 anos que achava que estava apaixonada. E ela nunca odiou tanto o irmão.

Eles não tinham pais nem outros familiares a quem Jisoo podesse fazer queixa do irmão. E quando a polícia a interrogou não conseguiu denunciar o irmão. Afinal, é seu irmão!
Acabou por culpar um homem com quem sabia que o namorado tinha problemas e ele acabou por ser julgado e levou 7 anos na cadeia.

7 anos para uma pessoa inocente.
7 anos que eram destinados a BaekHyun.

BaekHyun.
Um assassino.
Um assassino desiquilibrado com mais de 4 problemas mentais registados.

Bem lá no fundo sabia que a sua mente depressiva é que tinha matado o homem. Mas fora ele, com as suas mãos, que tinha matado um homem.

Matar.

"Tirar a vida a um ser vivo"

Como assim?

Fugiu para Londres algumas semanas depois. Achou que precisava de um bom tempo sozinho para pensar.

Mas isso só piorou a situação.

Ele estava tão mal. Sentia-se tão culpado. Tão amedrontado.

É isso, BaekHyun estava com medo.
Muito medo.

Passaram-se dois anos e nesse período de tempo começou a tomar antidepressivos, entre outros medicamentos, e foi assim que conseguiu aumentar a sua qualidade de vida. Já conseguia sair à rua. Já cozinhava ao invés de comer algo pré-feito. Conseguiu continuar os estudos e foi assim que arranjou trabalho como secretário de um grande empresário.

A sede da empresa situava-se mesmo no centro de Londres. Um prédio alto e branco.

  - Vou fazer uma pausa para um cigarro, okay? - avisou ao sair da sua sala de trabalho.

  - Tudo bem. - concedeu o seu chefe.

E pegou o elevador. Pressionou o botão do 52° andar e esperou.
Brincava com o isqueiro na sua mão e sentia os seus olhos incharem.

Saiu do seu transe quando a porta do elevador abriu e revelou o local alto, aberto, frio e um tanto assustador.

Acendeu um cigarro. Mas não o levou à boca.

Ao invés disso, olhou para o lado, vendo uma rapariga sentada na borda do telhado, chorando.

Falling Together | bbhOnde histórias criam vida. Descubra agora