t | h | i | r | t | y [7]

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Kunpimook bateu na porta e levou segundos para que Yugyeom a abrisse. Ficaram se encarando, até que Kunpimook entrou na casa e sentou no sofá. Deixando Yugyeom um pouco perdido. Ele fechou a porta e sentou no sofá de frente para o menor, que já começou a falar:

—Olha, eu vou abrir o jogo tá. Não quero ficar de lenga lenga aqui vendo nada se resolver.

—Comece, então.

Kunpimook respirou fundo e continuou.

—Um menino apaixonado. Mais precisamente um ninguém. Eu era um ninguém, apaixonado pelo garoto mais lindo e popular da escola. Eu sabia que nunca iríamos ter alguma coisa. Você nunca olharia pra mim. E não olhou. Você sabe o que fazem os meninos tachados de "ninguém"? Os excluídos, escanteados? Eles buscam refúgio na internet, anonimamente. Ah...a internet. Você pode ser quem você quiser nela, fazer o que quiser, falar o que quiser. E foi o que eu fiz. Só que procurei um refúgio um pouco diferente. Afinal, sou um exibicionista anônimo. Quando descobri esse outro mundo, me identifiquei, mas fora da internet eu não era ninguém. Você não foi o único Yugyeom, tive outros daddy's também. Mas nenhum se comparou a você. Aliás, eu te sempre te amei. Com esse meu novo mundo, eu encontrei, finalmente um meio de chegar até você, mesmo que anonimamente. E então, chegamos aqui.

—Mas, o que não entendo é, porque você não se revelou antes?

—Porque fazia parte da "brincadeira" o anonimato. Você se envolver com alguém que só pode ver o corpo, é excitante. E depois que você começou a me insultar e me agredir, vi que não teria chance alguma com você. Nada daria certo. Sempre soube na verdade. Nunca fui o seu tipo, afinal.

—Se você sabia que não daria certo, porque seguiu? Porque se arriscou?

—Porque eu te amo Yugyeom! Eu te amo! A seis anos eu sou apaixonado por você!

Yugyeom abaixa a cabeça, passa a mão nos cabelos e a deixa ali. Se formando um grande silêncio entre os dois e um clima nada agradável.

—Foi o que eu pensei. -Kunpimook se levanta e vai em direção à porta.

—Kunpimook espera! -Yugyeom fala alcançando o menino.

—Olha! Ele lembrou meu nome. -Kunpimook fala com certa ironia na voz, se virando para Yugyeom e cruzando os braços. Um bico começava a se formar em seus lábios.

—O que eu vou fazer com os sentimentos que eu comecei a ter por você?

—Você não tem sentimentos por mim Yugyeom! Você tem sentimentos pelo garoto anônimo, que sentou no seu pau, sem você pelo menos ver.

—Mas-

—Se a gente começasse a se relacionar de verdade, você iria me assumir pros seus amigos? Pra sua família? Pro mundo? E eu não falo apenas de sexo ou namoro, eu falo de amizade também!

Yugyeom morde o lábio e olha ao redor, respondendo apenas com o silêncio, novamente.

—Eu sei que é complicado, e você nem precisa me responder. Porque de qualquer jeito eu já sei a resposta. Você...não trocaria nada pela sua tão precisosa reputação.

Kunpimook se vira e segue seu caminho, pisando firme, até a porta de entrada. Mas antes que pudesse abrí-la, sente uma mão agarrar seu pulso e o virar rapidamente. Seu corpo vai de encontro com o de Yugyeom, e se perde nos olhos do maior que parecia olhar toda sua alma.

E antes mesmo que pudesse fazer alguma reclamação, já estava beijando, ou melhor, sendo beijado, por Yugyeom.

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