- Prefácio -

59 1 0
                                    

    Estava tudo muito quieto no orfanato Mom's House. Até mesmo o costumeiro barulho dos cães da madrugada não interferia na noite silenciosa e nem incomodavam as crianças que dormiam calmamente no segundo andar. Meninos e meninas dividiam o grande e cumprido quarto cheio de janelas engradadas onde a paz e o silêncio reinavam. As câmeras de vigilância gravavam cada detalhe e nada escapava ao vigia Tompson que dentro de uma pequena sala olhava as telas onde as imagens do quarto das crianças apareciam. Seus olhos ávidos analisavam inquietos devorando as gravações dos monitores sem se quer piscar e recostado na cadeira da sala de vigilância com seu amassado e apertado uniforme azul, descruza os braços apenas para coçar a barba mal feita sobre a pele negra cheia de deformações devido as espinhas que não foram tratadas direito. Sua única beleza estava em seus olhos cor de mel que ficavam escondidos atrás de um semblante todo sério e a rigidez de suas ações duras. Depois da porta da sala apertada era visível a escada que dava acesso a recepção no primeiro andar. A esquerda uma porta de elevador que parecia mais a entrada para o elevador do inferno de tão sombria que parecia. A direita se estendia um corredor imenso de vários metros até que em seu final era possível enchergar a porta trancada a chave para que as crianças não saíssem de seu quarto e nem tentassem fugir durante a noite.

    Cada minuto que passava era um alivio e quase um deleite para as crianças pois aquele não era um orfanato comum, e as poucas horas que tinham de sono eram as melhores horas de seu dia, porque quando os alto falantes os acordavam as sete todos os dias, eram forçados a trabalhar incansavelmente em uma mina subterrânea de carvão. Seus jovens e pequenos corpos eram sempre levados ao máximo de seus limites por uma mulher chamada Olívia que era a dona e diretora de todo o local. Ela fazia cada criança ali acreditar em uma dívida eterna que cada um tinha com o orfanato e com ela, sendo que dessa forma essa mulher obrigava as jovens pessoinhas trabalharem até a sua falha e por isso, quamdo uma ou outra criança sumia de lá, era dito que um casal adotou a criança, mas ninguem acreditava realmente nessa mentira. Havia também a tal da transferência que acontecia quando tinha alguma tentativa de fuga do orfanato e como não existia a possibilidade e expulsão, a criança simplesmente era treansferida para outra unidade do orfanato que ficava em uma cidade visizinha ou em proximidades locais, mas essa era a segunda mentira na qual se recusavam a acreditar, por isso, nesses momentos havia luto por quem quer que fosse o sujeito encaixado nesses casos.
    No mais, não eram maltratados de qualquer forma e podia-se dizer até que viviam de forma satisfatória. Eram bem alimentados, vestidos e tratados, pois Olívia fazia questão de ter operários sadios e fortes e ja que ela tinha a cidade na palme de suas mãos devido a manter no bolso a maioria esmagadora dos lideres de lá e não havia com o que sepreocupar ja que o dinheiro de sua mina gerava 80% da renda de todo o povoado, exportando e importando tudo o que a cidade precisava.
    As crianças vinham de todos os lugares devido a casais com identidades falsas que eram contratados por Olívia para adotar recém nascidos e até mesmo sequestrá-los se necessário e assim que trazidas, era responsabilidade dos veteranos - de dez a treze anos de idade - cuidar dos bebês e ensinarem o sistema do orfanato até poderem se cuidar sozinhos, mas até esse momento, esses veteranos eram inteiramente responsáveis pelos recém nascidos sendo que a única coisa com a qual nunca precisavam se preocupar era o material para cuidar dos novatos, pois sempre vinham entregar o que a necessidade solicitava. Aqueles que sobreviviam a vida dura e o trabalho pesado ao ponto de completarem quinze anos, tinham que escolher trabalhar para Olívia pelo resto de suas vidas como munitores das crianças mais novas ou qualquer outra coisa que ela pedisse. Sua segunda opção seria ser "transferido", mas por alguma razão sempre foi raro ocorrer casos em que escolhiam essa alternativa.
    A vida das crianças sempre seguia nesse cíclo sem fim cheio de regras e normas seguidas a risca e quem realmente aceitava seu destino simplesmente vivia medianamente bem se contentando em ser um morador modelo do orfanato seguindo todas as leis de lá. Contudo, a maior regra a qual nem ousavam questionar, era que jamais, em hipotese alguma poderiam se aproximar da porta ao fundo do dormitório que era trancada a chaves e cadeados. Corria até mesmo lendas sobre um monstro trancafiado la dentro ao qual eles não poderiam controlar

Rínhuix do Planeta sem Nome: Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora