Nine in The Afternoon

Pegando coisas que não deveríamos ler. Parece o fim da história que conhecemos.

7:34. Nada melhor do que uma boa base para cobrir as pesadas olheiras de noites anteriores. Preciso manter minha postura de galã.

Daqui curtos quinze minutos já tenho que encontrar o cliente na casa dele. Provavelmente o alvo vai ser um barriga de chopp velho e milionário, com indiferenças pessoais. Mas, saber dos problemas e dívidas de quem me contrata não está no papel desde que eu receba o pagamento e prestígio oferecido. Sabe? É chegar, matar, e sair, sem se preocupar com os efeitos colaterais. É mais ou menos assim que eu vivo.

Tomo um rápido banho, me visto, coloco os óculos escuros e bandana que cobre a boca e nariz. Saio pelas ruas frias, as poças de água estão geladas.

Chegando no prédio combinado, coloco minha máscara e bato na porta. A pessoa abre. Mas o quê? É a porra de um adolescente. E tá tremendo. Trato de tirar a máscara e erguer as sobrancelhas.

-Desembucha, pirralho.

Ok, sem preconceitos, mas porquê?

-Sem perguntas, e seria bem desconfortável se você me tratasse como uma criança. Considerando que eu te contratei, o melhor assassino do mundo.

-Faz sentido. Mas não me faça me arrepender. Quem eu tenho que matar?

-Não se assusta. E não tenta me matar. Antes de tudo, me garanta que você é realmente sem sentimentos.

Ele estava quase suando. O que poderia ser tão grave assim?

-Se não me disser, como vou saber?

O garoto anda até seu computador e procura fotos em uma pasta. Quando ele abre a do alvo, eu confesso que fico um pouco chocado. É... Uma garota. Me aproximo da tela para ver melhor. Parece meio nova.

-Está me pedindo para tirar a vida de uma criança?

-O quê? Não, ela tem completos dezesseis anos.

-DEZESSEIS ANOS?

O menino se assusta com o meu grito.

-Olha aqui, você não vai voltar atrás agora.

-Pensa bem nisso, garoto. A menina acabou de começar a vida. Vai me pagar em dobro por isso.

Ela era linda. Tinha olhos de esmeralda brilhantes.

-Vou te dar mais um dia. Se realmente quiser isso, sabe onde me encontrar.

Eu saí dali ás pressas, e voltei para casa. algo não queria me deixar fazer aquilo. Eu sei que isso não devia estar acontecendo, mas porra, é só uma garotinha na vida. Chegando em casa, lavo meu rosto e pego um copo de água.

Ah, essas sensações me invadindo. Isso não faz bem. Acho melhor praticar algumas coisas com facas pra ver se isso passa.

Alguns minutos depois...

Meu local de treino é numa cabana de madeira em uma pequena floresta afastada da cidade. Aqui, eu faço tiro ao alvo, treino técnicas de luta com robôs, coisas do gênero.

Maxinne on

Eu e alguns amigos, mais precisamente, Roxy e Rafa, estávamos passeando por um lugarzinho um pouco longe da cidade íriamos passar o dia por ali.

-Ei, Max, não tem medo dos assassinos que rondam aqui?

Roxy me pergunta, tentando me assustar.

-Para, Roxy. Sério. Sééério.

Deixa eu apresentar essa doidinha pra vocês:

É minha melhor amiga desde pequenas. Junto com o Rafael, que também parece que falta um prego no cérebro dele.

Caminhando com as pesadas malas nas costas, decidimos montar o mini acampamento por ali mesmo. Sempre tive medo da floresta, mas Roxy me ajuda a superar.

-BU!

Sinto um grande peso sobre mim, caio de barriga no chão. Maldito Rafael! Ouço suas risadas infantis.

-Ugh, você cresceu, mas continua o de sempre.

-Ha ha. Tinha que ver sua cara.