E você sabe que sente isso também. Porque são nove da tarde

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Lentamente, procuro pela janela oposta a porta principal. O homem está sentado em uma poltrona assistindo televisão, parece bem relaxado. O observo de longe.

Dando a volta na casa, olho as janelas procurando por algo suposto, qualquer coisa que tirasse o título dele de bom samaritano.

Finalmente, na mesa de jantar, vejo um revólver. Pego meu celular e abro a câmera para tirar uma foto. Um flash de luz invade a casa dele. MERDA, MERDA, MERDA RAFAEL!

Escondo tudo rapidamente. Alguns segundos depois, olho novamente para dentro da casa, ele e a arma sumiram. Me levanto, preocupado, e ando devagar de volta para a cabana. Passando pela escuridão das árvores.

Paro imediatamente, congelado pelo medo, ao sentir um metal frio e pesado enconstado nas minhas costas. Meu corpo todo se arrepia.

-Eu sabia que você iria fazer bosta, só não sabia quando. O que foi, Rafa, sou uma ameaça para o amor perfeitinho seu e da Max?

Ele diz tudo isso, cochichando.

-Você não t-tem intimidade suficiente p-pra me chamar de Rafa!

Me viro de frente para ele, sinto um arranhão em minhas costas, que me faz arfar.

-Ops... Está muito escuro para você?

Não enxergo quase nada à minha frente senão os reflexos do objeto cortante.

Sinto-me sendo levantado pelo pescoço, começo a me debater.

-Não preciso nem dizer que não tem que contar pra ninguém, né? Ou vou ter que desenhar?

-F-Ficou bem claro, B-Brendon...

Digo com dificuldades. Logo, caio no chão, batendo as costas numa árvore.

-Ah, e cuidado onde pisa. Não vamos querer duas pessoas gravemente feridas, não é mesmo?

Meu deus, eu sabia! Quem será que vai ser? A Roxy? Ou pior, Max...

Ando lentamente procurando a fogueira, quando pulo por um feixe de dor em meu pé. Havia pisado em algo perfurante. ESSE DESGRAÇADO ME PAGA!

Me sento no chão, com cuidado. Lacrimejando de medo e dor, tento tirar o prego que entrou quase por completo em mim. Me levanto, respirando pesadamente, e piso com mais calma ainda. Acendo a lanterna, evitando muita claridade para não chamar atenção.

Fimalmente, vejo a pequena e quase acabada chama da fogueira. Suspiro aliviado, mas ainda com dor. Vou até ela. Pego em minha bolsa um band-aid comum e coloco no meu pé e (tento) colocar no machucado das costas. Amanhã invento uma desculpa pra isso.

Entro na minha cabana e tento dormir. O assassino não fará mais nada comigo tenho certeza. Ou, pelo menos, quero ter...

Brendon

Palhaço, acha que vai conseguir fazer algo contra mim. Ainda falhou na primeira tentativa. Ameacei ele, até que foi bom sentir prazer em a lâmina cortar a pele de um garoto mais novo. Faz tempo que não sentia isso.

Ele vai aprender a não atrapalhar alguém como eu.

Volto para minha casa, pego algumas camisinhas usadas e garrafas de bebidas caras vazias

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Volto para minha casa, pego algumas camisinhas usadas e garrafas de bebidas caras vazias. Também escrevo um bilhetinho convidando para um passeio no jardim. ([...] Te esperarei lá, xoxo, -B) Eu trabalho muito bem sendo um lobo solitário, sabiam?

Coloco meus óculos de visão noturna e vou até o acampamento deles. Entro na cabana do Rafael silenciosamente e espalho as camisinhas e garrafas lá dentro. Saio e sorrio, satisfeito.

Voltando para minha casa, paro e entro na cabana da Max. Me agacho em sua frente, observando seu rosto. Passo a mão lentamente no seu maxilar e bochecha, sorrindo. Guardo o bilhete da forma mais cuidadosa possível no seu bolso da calça e saio. Volto para minha casa.

Escovo os dentes, tomo banho. Já está bem tarde. Me deito em minha cama e durmo.

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⏰ Última atualização: Sep 02, 2018 ⏰

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