Capítulo 5

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Naquela manhã Ana acordou com o corpo dolorido, como se tivesse feito atividades físicas por várias horas. Sentou-se na cama. Estava um pouco zonza também. Colocou a mão na testa, segurando o peso de sua cabeça, e se perguntou o que estava acontecendo. Levou alguns minutos para se levantar e quando conseguiu, foi direto para o banheiro.

Foi cambalenando levemente, se escorando nas paredes até chegar. Se posicionou em frente ao espelho e deu uma boa olhada em si. Ela estava com olheiras escuras, e o sua feição não era boa. Quem olhasse para ela, diria que estava doente. Achou estranho, mas ignorou. Não estava se sentindo nada bem.

Lavou o rosto, escovou os dentes, prendeu os cabelos e foi em busca de seu café da manhã. Estava pouco disposta, então só tomou um pouco de chá gelado de pêssego que havia sobrado do dia anterior. Sentou-se no sofá e ficou encarando o nada, pensativa. “Por que acordei desse jeito? Será que estou ficando gripada?”

Perdida em pensamentos mal ouviu seu telefone tocar. Foi atender e era o detetive na linha, a respeito de seus supostos pais. O detetive Freamom era um negro alto e bem forte e parecia ser bem dedicado com seus casos. Atendeu Ana muito bem quando foi em seu escreitório e falou que faria de tudo para que o caso fosse solucionado.

- Alô? Ana? Aqui é o detetive Freamom. – perguntou o detetive Freamom.

- Sim detetive. Pode falar – respondeu Ana, estranhando aquela ligação.

- Está tudo bem com você? Sua voz está diferente.

- Estou ficando gripada, só isso. – tentou esconder.

- Bom, estou ligando porque preciso muito que venha ao meu escritório, mas se não se sente bem, posso ir aí. Precisamos conversar. Se importa se eu foi até sua casa?

- Tudo bem. Que horas gostaria de vir?

- Vou receber outro cliente agora, então pode ser por volta das três horas da tarde?

- Está ótimo. Estarei a sua espera. Obrigada por entrar em contato.

- De nada! Logo estarei aí.

- Okay, tchau.

- Tchau. - e desligou o telefone.

Ana ficou um pouco apreensiva com a ligação. Não sabia o que esperar. Coisas muito estranhas estavam acontecendo e ela não fazia ideia do que ele tinha para lhe dizer. Mesmo com mal estar, logo subiu as escadas e foi para o quarto escolher uma roupa decente, tomar banho e se arrumar melhor. Passou uma leve maquiagem para não parecer tão doente. Enquanto se arumava, pensou: tenho que ligar logo para a farmácia para me trazer remédios. Não posso ficar doente de jeito nenhum.

Foi esperar em sua sala e acabou adormecendo. Sonhou que estava dançando junto com um homem muito bonito, alto, de olhos bem pretos e cabelos lisos, num corte asa delta. Ele sorria para ela de forma sarcástica e ela não conseguia falar nada. Estava perdida em seu olhar, tentando imaginar quem ele seria e porque estavam ali. Logo ele parou a dança e beijou a mão direita de Ana. Ao finalizar esse gesto, continuou olhando profundamente nos olhos dela e falou: estamos juntos agora. "Nada vai nos separar". E foi se afastando bem lentamente e, enquanto isso, seu rosto foi se transformando em algo monstruoso e deformado. Sua pela ia desprendendo do rosto e caindo em pedaços e quando estava quase uma caveira com poucos músculos no rosto, desapareceu.

A cada novo pedaço que caia do rosto daquela coisa, Ana se apavorava ainda mais, mas não conseguia gritar ou falar. Acordou no susto e desperada quando ouviu fortes batidas na porta e sua campainha a tocar desesperadamente. O detetive chegara.

Respirou fundo, gritou: já vai, e foi logo de encontro a porta para abrí-la. Cumprimentou Freamom e se desculpou por ter demorado a abrir a porta. Confessou que tinha pego no sono por causa da gripe. Depois disso, Ana o levou direto para sala e se ofereceu para pegar alguma coisa para ele.

O Resultado da VingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora